terça-feira, 23/04/2024
Crianças
Que futuro está sendo preparado para as crianças? Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Dia das crianças: há o que comemorar?

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Hernan Centurion (*)

“Educai as crianças para não ser necessário punir os adultos”. Esta célebre frase milenar do filósofo e matemático Pitágoras, ainda tem um imenso significado na atualidade.

No próximo dia 12 de outubro celebra-se, no Brasil, o Dia das Crianças, instituído por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924, pelo então presidente Arthur Bernardes, cujo  objetivo primaz era fomentar políticas públicas que beneficiassem a maternidade, as crianças e os adolescentes, vislumbrando-se, pois, dias alvissareiros.

É redundante afirmar que o futuro de qualquer nação advém de uma juventude bem preparada, não só intelectualmente mas também moral e civicamente. No entanto, com o passar das décadas, desvirtuou-se o propósito deste dia comemorativo, tornando-o, pura e simplesmente, num momento de cunho meramente comercial, voltado à venda e distribuição de brinquedos, sem a mínima referência ao que realmente se propõe essa data. Ou seja, levantar reflexões à cerca de melhorias na nutrição e saúde, bem como aperfeiçoamento intelecto-moral dos nossos filhos, sobrinhos e netos.

Além disso, cada vez mais se percebe a desestruturação do núcleo familiar, hoje desprovido de uma base religiosa ou mesmo espiritual. Identificamos inúmeras escolas fisicamente deterioradas e didaticamente deturpadas, bem como professores alienados e extremamente desestimulados, ou seja, um ensino deveras precarizado, no qual o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) revela-se, falando em Sergipe, bem abaixo de uma média já reduzida, confirmando, assim, que nossos alunos do ensino fundamental e médio mal conseguem interpretar um texto ou solucionar uma equação matemática, imaginem terem senso crítico. Não conseguiremos construir um país pujante, pensante, inovador e progressista, caso o alicerce que o sustenta esteja cada dia mais entregue ao conteúdo fútil e pornográfico, às drogas e ao álcool, ao desrespeito e à perversão.

Não podemos mais tolerar, de braços cruzados, que essa triste realidade há muito alertada pelo filósofo grego, se perpetue, corrompendo nossa juventude e deixando-a, consequentemente, perigosamente vulnerável e à mercê da “sorte”.

Ordem DeMolay
Quinze jovens (de camisa branca e gravata preta) foram iniciados na Ordem DeMolay, capitaneada pela Loja Clodomir Silva  Foto: Reynolds Alves

Ainda bem que contamos com o apoio de algumas instituições não governamentais sérias e que trabalham altruisticamente a fim de resgatar e alinhar esses nossos jovens, mostrando-lhes o caminho correto a ser trilhado. Devemos citar algumas organizações e ordens vinculadas à Igreja, como as Obras Sociais Irmã Dulce; ao Sistema Financeiro, como o Instituto Orizon; e à Maçonaria, como a Ordem DeMolay, a Associação Paramaçônica Juvenil (APJ) e as Filhas de Jó. Sem esse auxílio paralelo, não enxergaríamos uma luz no fim do túnel…

Invocando as bençãos da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, coincidentemente comemorada no mesmo dia 12 de outubro, suplicamos muito mais que presentes ou brinquedos, mas sim verdadeiros exemplos edificantes dos pais e familiares dentro dos seus lares; dos professores e mestres nas escolas; e, principalmente, da vontade e dedicação dos gestores públicos recém-eleitos e a serem eleitos em mudar definitivamente essa crítica situação!

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(*) Hernan Augusto Centurion Sobral é médico cirurgião e coloproctologista. Mestre maçom da Loja Maçônica Clodomir Silva 1477, exercendo atualmente o cargo de orador.

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