sábado, 20/04/2024
A cada segunda-feira, desde a estreia da Segundona do Turista, na tradicional Rua São João, em Aracaju, os moradores do bairro Santo Antônio e visitantes podem conferir um pouco da rica variedade da arte Foto: Richard Mayer

Segundona do Turista conta com espaço do artesanato na Rua São João

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A cada segunda-feira, desde a estreia da Segundona do Turista, na tradicional Rua São João, em Aracaju, os moradores do bairro Santo Antônio e visitantes podem conferir um pouco da rica variedade da arte feita à mão em Sergipe. São cinco artesãs que expõem e comercializam seus produtos ao lado do quadrilhódromo, onde acontecem shows e apresentações das quadrilhas juninas.

Nessa segunda, dia 1º de abril, a terceira ‘Segundona’ da temporada 2024, que teve início dia 18 de março, não foi diferente. A noite mal tinha começado e Dona Maria do Carmo confirmou a “boa saída” dos produtos. “Já vendi uma bolsa hoje”, comemora a artesã, mais conhecida como Carminha Artes, que tem na renda Tenerife o seu ponto forte.

Pernambucana radicada em Sergipe há mais de 40 anos, ela vive na Barra dos Coqueiros e tira do bordado a sua principal renda. “Há mais de dez anos eu faço, mas só há um ano e meio que comecei a expor e participar de eventos”, conta. Em sua barraca, na Rua São João, ela tem peso de porta, arranjo, almofada, passadeira, vestido, colcha de cama e, principalmente, alegria pelo que faz. “Era meu sonho viver do artesanato”, revela.

Desde o ano passado, o Governo do Estado fortaleceu a tradição centenária do autêntico forró da Rua São João, com a realização da Segundona do Turista. E no espaço, que tradicionalmente recebe as apresentações de quadrilhas juninas, além de programação musical e artística, a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), por meio da Diretoria de Artesanato, intermedeia a presença das artesãs.

Até a conclusão da programação, muitas artesãs e artesãos passarão pelo espaço, não apenas comercializando, mas fortalecendo a produção local. “Não é só o dinheiro, é a arte. Artesanato é uma terapia ocupacional para quem faz e a arte não tem idade”, opina a artesã Rose Rocha, que também é oficineira e repassa o seu conhecimento para pessoas de todas as idades. “Não existe não saber, existe não querer aprender. E toda vez que eu ensino eu aprendo”, arremata.

Ela trabalha com uma variedade de tipologias artesanais, como crochê, ponto cruz, fuxico, costura criativa, vagonite e patchwork. Sobre a participação na Rua São João ela afirma a “importância do resgate da arte, da valorização do artesão. Estar aqui para nós é uma oportunidade, porque artesanato faz parte da cultura local”, conclui Rose Rocha.

Além de ser um espaço para a divulgação e valorização cultural, a Segundona do Turista também incentiva a geração de renda, não só para os artesãos que expõem, como para os próprios moradores e comerciantes locais e os empreendedores sociais populares que veem a movimentação de pessoas aumentar significativamente nessas noites.

A professora Joelma Alves, moradora da comunidade, aproveitou para adquirir uma das peças de crochê dispostas no local. “Eu vim prestigiar o evento na semana passada e dei uma olhada nos produtos, aí hoje voltei para comprar uma bolsa de crochê”, contou.

Para Maria Selma Oliveira, conhecida por seus clientes como ‘Nena Artesanatos’ a Segundona do Turista está valendo a pena. É seu primeiro ano no local e completando sua terceira noite ela diz não ter do que reclamar, pois, quando não vende algo, está sendo vista, conhecendo pessoas que fazem encomendas. “O importante é estar participando”, acredita.

“Aprendi artesanato aos nove anos de idade, mas há 11 anos é a renda principal, é minha profissão, pago o aluguel, sustento o estudo da minha filha, é o que me dá comida, sobrevivo dele. Tenho clientes em todo canto e depois da pandemia comecei a participar das feiras e eventos”, completa Nena, com satisfação no olhar.

A Rua São João, endereço da Segundona do Turista, com shows de forró, quadrilhas juninas, artesanatos e outras manifestações populares, preserva uma herança cultural de Aracaju e enriquece o calendário cultural de Sergipe, como opção de lazer para sergipanos e visitantes da capital.

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