sexta-feira, 19/04/2024
Mick Jagger Foto: Redes Sociais

Com o diabo no quadril

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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

 

A banda não está entre as minhas favoritas internacionais, onde lideram o topo das três melhores “The Beatles”, “Guns n´Rose” e “Creedence Clearwater Revival”. Entretanto, algumas de suas canções estão entre as maiores ouvidas por mim em minhas playlists do Spotify, a saber, nesta ordem: “Simpathy for the devil”, “Satisfaction (I can’t get no)”, “Start me up”, “Angie” e “Miss you”. Todas elas compostas pela dupla Keith Richards e Mick Jagger. Este último fez 80 anos de idade no último dia 26 de julho, a quem eu dedico a presente crônica.

Para tanto, me valho de uma expressão presente na canção de Nizan Guanaes, compositor do sucesso “We Are Carnaval” (1988), famosa na interpretação da Banda Eva, particularmente a passagem que diz: “Vai compreender que a baiano é / Um povo a mais de mil / Ele tem Deus no seu coração / E o Diabo no quadril”. Tudo isto em razão da presença de palco de Jagger à frente do grupo de rock inglês “Rolling Stones”, fundado em 1962, e ainda em plena atividade como a sua maior estrela octogenária.

Michael Philip Jagger nasceu em 1943, em Dartford, no sudeste da Inglaterra. É filho de professor e de dona de casa, com uma infância e adolescência normais, dentro dos padrões da cultura familiar britânica, tendo como marcas, ainda muito cedo, a fidalguia e o carisma no trato para com as pessoas, longe do protótipo que se tornou mais tarde de rebeldia. Começou a se interessar por música aos 14 anos de idade, mesma época em que ganhou seu primeiro violão. Era fã de blues, juntando-se ao amigo Mick Taylor para formar uma banda “Boy Blue and the Blue Boys”, quando assumiu a função de vocalista.

Mesmo seguindo caminho pela vida artística, conciliou-a com os estudos, estando próximo de concluir o Bacharelado em Contabilidade e Finanças para se dedicar em definitivo à carreira musical, nos 1960. Logo se somaram ao grupo embrionário dos Stones, Keith Richards e Bill Wyman. Sendo uma espécie de “lado B” dos Beatles, não no sentido pejorativo, mas de estilo mais hard e menos comportado, não tardou a estourar nas paradas de sucesso de Londres e de outras partes do mundo.

No que se refere à sua vida pessoal, Mick Jagger teve cinco relacionamentos, dos quais é pai de oito filhos. Entre estes, com a modelo e apresentadora brasileira Luciana Gimenez. No Brasil, sempre fez shows memoráveis com os Stones, sendo 12 apresentações Copacabana, no Rio de Janeiro.

Em torno dele criou-se um mito hilário de ser “pé frio”, sobretudo quando resolve ir aos estádios de futebol onde presenciou algumas derrotas da Seleção Inglesa, inclusive em Copas do Mundo. Na Copa de 2010, quando acompanhado do filho brasileiro, Lucas, viu o Brasil ser eliminado pela Seleção Holandesa por 2 x 1.

Aos 74 anos, em abril de 2018, deu um susto na família, amigos e fãs, precisando ser levado às pressas para fazer uma cirurgia cardíaca de emergência. Uma rara doença chamada estenose aórtica, uma das doenças das válvulas cardíacas (ou valvulopatias), também conhecida como “mal silencioso”, dado que não apresenta nenhum sintoma aparente. Recuperado, em muito pouco tempo voltou aos palcos com a mesma performance ousada e irreverente de sempre.

Conta-se, também, que ele teria escapado de uma tentativa de assassinato, que foi frustrada antes mesmo de se concretizar, sem falar do uso de drogas, assumido por ele publicamente numa época em que era um grande tabu falar francamente a respeito. Com um 1,78 de altura, uma invejável forma física, uma voz e um talento que é como vinho, Mick Jagger segue sendo um grande nome da música internacional, com o diabo no quadril e muita saúde no coração. Que Deus te benza!

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Sobre Claudefranklin Monteiro

Claudefranklin Monteiro Santos
Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.

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