sábado, 20/04/2024
O logotipo da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa

A Igreja, o papa e a juventude

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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)

 

Parafraseando a máxima de São João XXII, por ocasião do Concílio Vaticano II (11 de outubro de 1962 – 8 de dezembro de 1965), a Igreja Católica viveu nos últimos dias um novo “aggiornamento”, do italiano, atualização ou renovação. Refiro-me à realização de mais uma Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa (Portugal), entre os dias 1 e 6 de agosto de 2023, tendo como tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39).

Também conhecida por suas iniciais, em português, JMJ, a Jornada Mundial da Juventude foi uma iniciativa do papa São João Paulo II, instituída oficialmente no dia 20 de dezembro de 1985, com o propósito de “construir pontes” entre os jovens, o tempo presente e a Igreja Católica, com vistas a aproximá-los e a viverem ou se retroalimentarem dos ensinamentos de Jesus Cristo.

Inicialmente, a ideia era ser anual, mas passou a acontecer num intervalo entre dois e três anos. A primeira aconteceu na cidade de Roma (Itália), em março de 1986. A segunda, em Buenos Aires (Argentina), em 1987; seguindo-se de: Santiago de Compostela, 1989; Częstochowa (Polônia, 1991); Denver (EUA, 1993); Manila (Filipinas, 1995); Paris (França, 1997); Roma, novamente, em 2000; Toronto (Canadá, 2002); todas estas ainda no pontificado de São João Paulo II. Com o papa Bento XVI, foram realizadas as seguintes edições: Colônia (Alemanha, 2005); Sydney (Austrália, 2008); e Madri (Espanha, 2011). Com o prontificado do papa Francisco, esta última foi a quinta, antecedida por: Rio de Janeiro (Brasil, 2013); Cracóvia (Polônia, 2016); e Panamá (América Central, 2019).

Ao longo da História já foram 16 delas, todas muito concorridas e animadas, trazendo um novo vigor para a Igreja Católica. A JMJ do Rio de Janeiro, então, foi um enorme sucesso de público e de crítica, com o tema “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações”(Mt 28,19), onde o papa Francisco, em seu discurso de abertura, assim se expressou: “Acompanho as notícias do mundo e vejo que muitos jovens, em tantas partes do mundo, saíram pelas estradas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Os jovens nas estradas; são jovens que querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem para outros o serem protagonistas da mudança!”

E esse apelo seguiu reverberando em Lisboa, 2023, com alguns elementos a mais, com destaque para a necessidade da inclusão: “Dialogar com todos é algo que Jesus nos ensinou. E digo mais: quando alguém se fecha ao diálogo, é sinal de fraqueza. Se a Igreja não tem isso que Jesus ensinou, não é Igreja. Todos têm de se sentir escolhidos”. Disse o papa Francisco em alto e bom tom e em tom de acolhimento afetuoso, sobretudo aos que se autodenominam parte do LGBTQIAPN+.

Tendo sido realizada em Portugal, onde Nossa Senhora apareceu em Fátima, 1917, a Jornada Mundial da Juventude também foi marcada pela realização de um milagre. Uma espanhola, de Madri, chamada Jimena, de 16 anos, teria voltado a enxergar naquela cidade, após receber a Comunhão Eucarística. Para os que creem, como eu, está um sinal claro de Deus para a juventude.

A próxima edição da JMJ está prevista para acontecer me Seul, na Coréia do Sul. O papa Francisco, em Lisboa, mostrou-se ainda mais entusiasmado com a juventude, esperança de um mundo melhor, sem guerras, cisões, apartamentos e ódios, todos eles movidos pela alegria natural da idade e também pelo idealismo e coragem que lhes são qualidades naturais.

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Sobre Claudefranklin Monteiro

Claudefranklin Monteiro Santos
Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.

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