terça-feira, 23/04/2024
Marcos Barbosa: força e concentração para fazer o exercício que se chama Bandeira-Humana (Human-Flag)

“A calistenia mudou minha vida”, garante assistente social

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O aforismo “conhece-te a ti mesmo”, atribuído a Sócrates, é o que melhor representa a forma de como a calistenia mudou a vida do assistente social Marcos Vinícius Barbosa da Fonseca,  31 anos. Atividade que ele já praticava desde os 16 anos sem saber, sequer, que tinha esse nome. A calistenia nada mais é do que um método de treino que usa o peso do próprio corpo.

Marcos Barbosa: auto-conhecimento

“A prática desse esporte fez com que eu conhecesse mais a mim mesmo. Fez com que eu adquirisse mais consciência corporal, equilíbrio, força, resistência, concentração, disciplina, ganho de massa muscular. E também que eu pudesse testar os limites do meu corpo. Então, ao me deparar com todos esses resultados percebi o quanto a calistenia havia mudado minha vida”, explicou.

Mas  Marcos só soube há dois anos que aqueles exercícios que fazia nas barras, as flexões e abdominais se chamavam calistenia, por intermédio do amigo e professor de Educação Física, Leonardo Maeda, que passou a orientá-lo. “Descobri, com ele, que eu poderia ampliar minhas opções de exercício, exercitando meu corpo como um todo. A partir de então, passei a treinar de maneira focada, seguindo uma rotina completa de treinos para membros superiores, inferiores e abdominais”, frisou.

Marcos considera o grupo da calistenia “uma família, um ajudando o outro, um passando energia positiva para o outro”, ao se referir aos demais praticantes dessa atividade.  Essa ‘família’ é orientada pelo professor Leonardo Maeda, que hoje reside em Serra Talhada (PE), através do grupo de WhatsApp, Matrix Calistenia.

“Leo (Leonardo) nos orienta, nos acompanha a distância com sua consultoria. E nós treinamos em conjunto, com uma equipe, um ajudando o outro. Como eu sou o mais avançado e passei mais tempo ao lado do professor, procuro dar uma ajuda maior, mas não posso me chamar de orientador”, ressalta Marcos.

“À primeira vista”

Assim como Marcos, o professor Leo Maeda treinava o corpo sem saber que aqueles exercícios se chamavam calistenia. E só veio a saber isso quando iniciou o curso de Educação Física e, como ele próprio diz, “aprendeu de verdade”.  Lembou a música do Chico César, “à primeira vista”, ao explicar o amor pela calistenia que o contagiou.

Leo Maeda: muito estudo sobre calistenia

“Comecei a estudar, pesquisar, fazer cursos, assistir a palestras, ler artigos e voltar grande parte do meu trabalho para essa área. Como o universo é muito bom comigo, meu amigo e companheiro de administração do grupo atualmente, Marcos Barbosa, me convidou para integrar o grupo – o Matrix Calistenia-  ao lado dele, e lançarmos uma nova proposta para o público. Essa proposta é voltada para a promoção de saúde coletiva, contou.

Há dois anos mais ou menos de trabalho de formiguinha, começando do zero, e hoje temos como resultado o grupo”, afirmou.

Os treinamentos

Apesar de estar morando em Serra Talhada, a tecnologia chegou para encurtar as distâncias e aproximar as pessoas, ainda que de modo virtual.  Através do grupo, Leo Maeda segue orientando o pessoal e explica que como trabalha com consultoria online é fácil ajudar a todos.

“Os treinos são feitos, não só em grupo, mas cada um por si também individualmente. Basicamente todos do grupo treinam todos os dias da semana. Mas reunidos na Sementeira um ou duas vezes por semana às 18 horas”, destacou.

De acordo com Leo, falar de tempo específico de treinamento é algo abstrato e vai depender da periodização e protocolos usados. “Existem treinos de 15 minutos, 30 minutos, 1 hora, vai depender da sua individualidade e do seu objetivo. Os treinamentos têm que ser prescritos para cada aluno, especificamente”, pontuou.

A idade recomendada para começar a calistenia é a partir dos 14 anos, iniciando pelos exercícios básicos, educativos  e posturais, “controlando os exercícios de força para não atrapalhar o desenvolvimento do jovem. Muita gente acha que a calistenia é uma ‘coisa’  de atletas avançados, mas não podemos deixar de lembrar que esses atletas começaram com o básico, então pular etapas não é o correto”, frisou Leo.

Leo Maeda, na 13 de Julho, fazendo o elbow lever

Assim como todo treinamento, a tendência é sempre progredir e dificultar. Na calistenia a dificuldade vem com esses exercícios complexos, porém seguindo todos os passos, sem pular etapas, logo o atleta conseguirá fazer. “Mais importante do que a força nesses movimentos é a postura correta ao realizá-los. Gostamos de falar que é jeito e prática e, claro, controlar sua mente porque o medo não pode ser mais forte. Lembrando sempre que um profissional qualificado te acompanhando é essencial para sua segurança e para conseguir seus objetivos mais rápido”, alertou o professor.

Leo Maeda diz que como os exercícios demandam resistência contrária à ação dos músculos, os praticantes terão uma musculatura mais forte como um todo, proporcionando uma diminuição de dores  musculares. Além disso, é capaz de diminuir a pressão arterial e os níveis glicêmicos, prevenindo a pressão alta e a diabetes, o risco de infarto e AVC, assim como diminui o risco de outras complicações cardíacas, como afirma o atleta de calistenia e nutricionista Diogo Cirico, em artigo.

“O treino de calistenia tem como princípio trabalhar vários grupos musculares ao mesmo tempo. Com isso, você movimenta mais o seu corpo e tem um trabalho mais completo. E isso faz com que você queime mais calorias. Como um dos objetivos ao se exercitar a calistenia  é  trabalhar a concentração e o seu equilíbrio, você acaba criando uma consciência corporal, entendendo melhor o seu corpo e os movimentos que consegue fazer. Basicamente, faz as pazes  com seu corpo e começa a olhar para ele  como um amigo e não como adversário. Ou seja, é uma prática muito completa e cheia de benefícios”, completou.

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