quarta-feira, 24/04/2024
Os roqueiros produzidos por Iginio

“O povo brasileiro tem grandeza de alma”, afirma o artesão venezuelano Iginio Moreno

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Iginio, a esposa Talita e a filha Manuela

“Desde que cheguei ao Brasil que meu trabalho tem sido o artesanato. Graças a Deus e por vontade dEle vim para este país e fui acolhido por esta grandeza de alma que tem o povo brasileiro. E tem dado certo”. As palavras de agradecimento são do venezuelano Iginio Rivero Moreno, 45 anos,  ao se referir a Aracaju, cidade onde chegou no dia 6 de agosto de 2019, e vive até hoje. Tem uma filha aracajuana, Manuela de Las Rosas, que ainda não completou um mês de vida, fruto da união com a nutricionista Talita Xavier, articulista do Só Sergipe, e que assina a coluna “Nutrição&Negócios”.

Entre uma reflexão e outra, Iginio, na oficina montada na própria residência, coloca as mãos literalmente no barro e na argila para construir belas peças de arte como as de santos da religião católica, a exemplo de São Francisco de Assis e, mais recente, a santa brasileira e baiana Irmã Dulce dos Pobres.  A habilidade com o barro e argila ele herdou do avô, pai de sua mãe, José de Los Santos Moreno, escultor bastante conhecido na Venezuela.

Iginio Rivero herdou o nome do avô, que foi professor. “Tenho forte influência dos meus dois avôs: um escultor e outro professor e é uma responsabilidade muito grande para mim ter o nome dos dois”, garantiu.

Além dessas heranças, um outro detalhe chama a atenção na arte de Iginio Moreno. Ele nasceu na cidade de Quibor, considerada a capital artesanal da Venezuela e sede do Museu Antropológico  de Quíbor Francisco Tamayo, “com uma tradição de mais de 3 mil anos de trabalho cerâmico”. Segundo ele, o povo venezuelano “tem por natureza o trabalho vinculado ao artesanato”.

“Outro horizonte”

Luz, irmã de Iginio, e Toni, o cunhado

A vinda do Iginio para o Brasil aconteceu devido ao convite de sua irmã,  Luz Rivero, que estava em Aracaju com o esposo Toni Aranguren, que a princípio ele ficaria somente três meses.  A política e a economia venezuelanas não iam muito bem e aqui Iginio disse que “poderia ver um outro horizonte”.

Licenciado em Educação e especialista em Desenvolvimento Cultural pela Universidade Simon Rodrigues, Iginio foi, durante 13 anos, professor na área de arte de desenvolvimento integral na Universidade Politécnica Territorial Andrés Eloy Blanco, em Barquisimeto, capital do Estado de Lara. E ainda coordenador de alguns programas  no Ministério da Cultura da Venezuela.

A irmã e o cunhado ajudaram Iginio nos contatos, ele fez amizades em Aracaju e providenciou  uma carteira de identificação como artesão do NAT (Núcleo de Apoio ao Trabalho) e também a carteira do Ministério do Trabalho.

A arte de Iginio Rivero ficou conhecida em Sergipe. Ele participou de eventos culturais, a exemplo do Festival em Itabaiana, mas devido à pandemia da Covid-19, outras exposições que estavam programadas foram suspensas.

 

Mas a produção de Iginio continua. Agora, por exemplo, ele está produzindo, em barro, a figura de cantores de rock para uma hamburgueria que será inaugurada no bairro Atalaia e que terá como temática, claro, o rock. Ele já tem prontas as figuras do fundador do Kiss, Gene Simmons,  do AC\DC, Van Halen, dentre outros.

Os trabalhos podem ser vistos no Instagram: @animalsigiloso, onde, também, o interessado pode adquirir uma de suas artes. Ou fazer contato pelo telefone (79). 99630.8790.

Iginio Rivero também é um dos articulistas do portal Só Sergipe. Aqui, ele assina a coluna quinzenal “Revolução pela Vida”, publicada às quartas-feiras. Os textos abordam, em geral, assuntos voltados para a bioética e processos produtivos, chamando a atenção para o papel dos seres humanos na preservação do planeta. Seu último texto de 2020 foi publicado no dia 30 de dezembro, sob o título “Virada de ano ou mudanças no modo de viver?”

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Sobre Antônio Carlos Garcia

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