segunda-feira, 22/04/2024
"Sergipe é uma joia rara. Mas convive há muitos anos com a falta de gestão patrocinada pelo grupo político que está no poder, e que fez o estado regredir", afirma Alessandro Vieira

Alessandro Vieira: “Sou o único candidato de oposição à atual gestão”

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Estreante na política partidária em 2018, conseguindo uma vaga no Senado Federal com 474.449 mil votos e mandando para casa velhas raposas da política sergipana, o senador Alessandro Vieira (PSDB), 47 anos, quer alçar voos mais altos, tal qual Fernão Capelo Gaivota que sempre acreditou que desafios podem e devem ser vencidos, e para isso necessita de realizações. Alessandro é um dos nove candidatos ao governo de Sergipe e tem proposta de renovação completa para o Estado “para que possamos melhorar todos os nossos índices, que hoje são lastimáveis, e entregar serviços públicos de qualidade para todos os sergipanos”.

Alessandro é um dos candidatos ao governo de Sergipe
Alessandro, que ingressou na Polícia Civil de Sergipe por concurso público em 2001, chama para si a responsabilidade de ser “o único candidato de oposição à atual gestão”, e vê a sua candidatura como uma missão: “De libertar Sergipe desse mesmo grupo que se perpetua no poder, grupo da velha política, da corrupção, sujeira e má-gestão”.  Ele diz que Sergipe, para onde veio morar aos oito anos de idade (ele nasceu em Passo Fundo, Rio Grande do Sul), é “joia rara”, mas que, segundo ele, “convive há muitos anos com a falta de gestão patrocinada pelo grupo político que está no poder, e que fez o estado regredir”.

Ele garante, no entanto, que mudará essa realidade e para isso “espera contar com a escolha dos sergipanos pelos próximos quatro anos”, ao suceder Belivaldo Chagas, cujo mandato acaba no dia 31 de dezembro deste ano. Caso seja eleito, Alessandro Vieira garante que será “mais que um exemplo no governo de Sergipe” e exigirá “que bom caminho seja a única prática admissível na administração pública”.

Se for o vencedor, independente de quem seja o presidente da República, Alessandro Vieira disse que manterá um relacionamento republicano. Evidentemente que ele não aposta nas vitórias de Jair Bolsonaro ou de Luiz Inácio Lula da Silva, e joga todas suas fichas em Simone Tebet, MDB, “pois acredito que ela representa o melhor para o Brasil”. Na Assembleia Legislativa de Sergipe manterá um diálogo, “mas sem o toma-lá-dá-cá” e “sem as concessões que meus concorrentes fariam”.

Com uma atuação relevante no Senado Federal, desde o dia em que tomou posse, e fez ponderações importantes durante eleição para o presidente daquela Casa, Alessandro Vieira logo ganhou a mídia nacional e se notabilizou na CPI da Pandemia, tanto nos questionamentos aos interrogados,  assim como assessoria que prestava aos demais colegas senadores, em virtude da sua experiência como delegado de polícia.

Mas nem tudo são flores. Enquanto ficava bem na fita com uns, desagradava a outros, principalmente aos bolsonaristas sergipanos de carteirinha. É que no segundo turno das eleições, em 2018, ele declarou voto ao capitão, embora garanta que nunca tenha subido no seu palanque. “No Senado, atuo com independência, fiscalizando os gastos do Executivo e votando conforme as minhas convicções”, assegurou.

A candidata ao Senado, Delegada Danielle Garcia, Alessandro Vieira e seu candidato a vice, Milton Andrade
Delegado Alessandro tem como vice o empresário Milton Andrade e apoia a candidatura da Delegada Danielle Garcia ao Senado.O seu programa de governo pode ser lido na página do Tribunal Superior Eleitoral, mais especificamente no Divulga Cand, onde estão todas as informações necessárias sobre o candidato.

Firme em suas convicções, Alesandro Vieira diz que “nenhuma outra candidatura, essa é a verdade, tem a coragem e a disposição de fazer o que precisa ser feito para retomar o desenvolvimento e proporcionar dias melhores para os sergipanos”.

Confira a entrevista com o Delegado Alessandro Vieira e saiba quais são algumas de suas propostas para governar Sergipe, caso seja eleito.

SÓ SERGIPE – O senhor estreou na política em 2018, com uma votação expressiva que o levou para o Senado Federal, e hoje é um dos 16 senadores que tenta ser governador do seu estado. Por quê? 

ALESSANDRO VIEIRA – Sergipe precisa de um choque de honestidade e de gestão para voltar a crescer. Estamos estagnados com o mesmo grupo político no poder há mais de 20 anos. Nossa proposta é de uma renovação completa para que possamos melhorar todos os nossos índices, que hoje são lastimáveis, e entregar serviços públicos de qualidade para todos os sergipanos.

SÓ SERGIPE – Na campanha para o Senado, o senhor apoiava o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, chegou a se colocar como pré-candidato à presidência. Bolsonaro o decepcionou? O senhor se arrependeu de ter votado nele?

ALESSANDRO VIEIRA – Na campanha para o Senado, minha candidata à Presidência da República era Marina Silva. Esse apoio foi declarado. No segundo turno, já eleito senador, declarei voto em Bolsonaro, por acreditar que uma renovação seria importante para os brasileiros. Mas não fiz campanha nem subi em palanque, apenas declarei o voto.

SÓ SERGIPE – Algumas pessoas que o elegeram para o Senado, principalmente os bolsonaristas, estão desapontados com o senhor, que não apoia mais o atual presidente. O senhor está trabalhando para reconquistar essa fatia do eleitorado?

ALESSANDRO VIEIRA – Como disse anteriormente, nunca fui apoiador de Bolsonaro. No Senado, atuo com independência, fiscalizando os gastos do Executivo e votando conforme as minhas convicções. Votei junto com o governo em diversos projetos, entre eles o Auxílio Emergencial, que eu tive a honra de ter sido o relator. Nosso trabalho durante a campanha é voltado ao estado de Sergipe, não em âmbito nacional. Temos mostrado à população as nossas propostas de transformação do nosso estado, de renovação e que somos uma opção de gestão séria, competente e honesta, que vai realmente trabalhar pelo povo sergipano.

campanha
Alessandro: “Nossa principal missão é a de libertar Sergipe desse mesmo grupo que se perpetua no poder”

SÓ SERGIPE – E para conquistar novos, o que tem feito?

ALESSANDRO VIEIRA – Nosso trabalho de angariar votos é o mesmo.

SÓ SERGIPE – Em toda campanha política – seja para presidente, governador ou prefeito – há uma espécie de mantra repetida por muitos candidatos que se encarnam como o “deus da renovação” e que “chegou para resolver”. O senhor se intitula como alguém diferente de todos, diz que seus adversários representam a mesmice em Sergipe. Qual o seu diferencial?

ALESSANDRO VIEIRA – Sou o único candidato de oposição à atual gestão. Nossa principal missão é a de libertar Sergipe desse mesmo grupo que se perpetua no poder, grupo da velha política, da corrupção, sujeira e má-gestão. Nossa proposta é de uma gestão que seja realmente eficiente, técnica, transparente e participativa, feita por gente honesta, ficha limpa e competente.

SÓ SERGIPE – Há um vídeo em que o senhor diz que “fechando a torneira da corrupção” haverá uma economia de R$ 600 milhões por ano. É algo muito sério essa afirmação do senhor. Como esse dinheiro, então, sai pelo ralo e ninguém foi travar essa sangria até agora?

ALESSANDRO VIEIRA – Este dado não fui eu que produzi, mas sim a ONU. A estimativa deles é de economia de R$ 600 milhões de reais por ano apenas combatendo a corrupção e o desperdício. É lamentável a situação que nosso estado se encontra. A mudança é necessária e urgente.

Em campanha, conversando com a população

SÓ SERGIPE – Nesse mesmo mote, como a população mais pobre vai deixar de pagar impostos? Isso não passa por uma reforma tributária, discutida no Congresso Nacional? Como será em Sergipe?

ALESSANDRO VIEIRA – Estamos propondo isenções de impostos para sergipanos do CadÚnico e motoristas profissionais. Então são dois tipos de isenção de impostos: uma delas vai beneficiar os sergipanos inscritos no CadÚnico, que terão o valor pago por imposto estadual devolvido na forma de cashback. O outro tipo de isenção será voltado para motoristas profissionais de Sergipe: taxistas, rodoviários, aplicativos, mototaxistas, entre outros ficarão isentos de pagamento do IPVA, Licenciamento e renovação da Carteira Nacional de Habilitação.

SÓ SERGIPE – O menor Estado brasileiro, com apenas 75 municípios, não deveria ser um modelo de gestão para o resto do Brasil? Afinal, os problemas daqui não deveriam ser proporcionais ao tamanho do Estado? Ou não são?

ALESSANDRO VIEIRA – Sergipe é o menor Estado da federação, mas é também aquele que tem o maior potencial de crescimento. Uma joia rara. Mas a má gestão não obedece lógica geográfica. Sergipe convive há muitos anos com a falta de gestão patrocinada pelo grupo político que está no poder, e que fez o estado regredir. Uma realidade que mudarei, e por isso espero contar com a escolha dos sergipanos pelos próximos quatro anos. Com uma gestão criteriosa que permitirá conseguir os recursos necessários para resolver os problemas e cuidarmos dos sergipanos. Vamos mudar o atual cenário e construir um Sergipe melhor.

SÓ SERGIPE – O senhor, se eleito governador, vai cortar na própria carne, caso um dos seus auxiliares se desvie do modo correto de administrar o dinheiro público? Pergunto isso, porque o senhor reclamou que investigações da Deotap, à época em que o senhor era diretor geral da Polícia Civil, teriam sido barradas pelos gestores de plantão no Estado.

ALESSANDRO VIEIRA – Minha vida pública, como você lembrou, é um retrato de combate permanente à corrupção, assim como minha vida pessoal é reta. Serei mais do que um exemplo no governo de Sergipe, exigirei que o bom caminho seja a única prática admissível na administração pública. Por isso me coloco agora, como fiz no Senado, em oposição aberta à velha política, combatendo a corrupção. Chega de sujeira, corrupção e má gestão.

SÓ SERGIPE – Em sua participação no debate da OAB, o senhor diz que sua missão “é resgatar, libertar o Estado”. Nesta mesma fala, diz que “nunca foi tão fácil fazer uma escolha em Sergipe”. Por quê?

ALESSANDRO VIEIRA – O eleitor já entendeu que o nosso projeto é diferente dos iguais – diametralmente oposto. Basta ver quem são os outros candidatos, representantes mais ou menos disfarçados da mesma estrutura de poder, ou de projetos falidos do passado. Nenhuma outra candidatura, essa é a verdade, tem a coragem e a disposição de fazer o que precisa ser feito para retomar o desenvolvimento e proporcionar dias melhores para os sergipanos. Inclusive, rompendo com essa velha política que vem sendo praticada em nosso Estado e que tem que acabar.

SÓ SERGIPE – A sua proposta de governo chamada de “Compromisso para o trabalho em Sergipe” tem 34 páginas. Mas de todas aquelas propostas qual o senhor considera a principal ou, digamos, a mais urgente para ser posta em prática logo nas primeiras semanas de governo, caso seja eleito?

ALESSANDRO VIEIRA – É preciso romper imediatamente o ciclo de desorganização do estado, começando pelas medidas eleitoreiras mais recentes, interrompendo seus danos. Dando nome aos bois: o governo fim de feira de Belivaldo, que sempre teve o respaldo de Fábio Mitidieri, Jackson e Rogério, está trabalhando para vender o Banese. Vai fazer essa movimentação no Banese faltando poucos meses para o fim de sua gestão. Além disso, começa novamente, às vésperas do pleito, uma movimentação de empréstimos sucessivos, além de uma série de ordens de serviço. Quem se lembra de Jackson Barreto quebrando o Estado para eleger um candidato ruim? Belivaldo está repetindo esse crime com outra roupagem: pegando um empréstimo em cima do outro faltando meses para acabar sua gestão. Isso é boa gestão? Vamos devolver ordem e seriedade ao estado.

Senado
“Meu mandato no Senado é marcado pela coerência e decência”, garante Alessandro

SÓ SERGIPE – Logo que chegou ao Senado, o senhor rapidamente ficou conhecido na mídia nacional por seus posicionamentos e passou a ser um dos senadores mais procurados, mais consultados, inclusive na CPI da Pandemia, por sua experiência em investigações. Se eleito, Sergipe terá um governador com voz nacional, posicionando-se diante de temas relevantes?

ALESSANDRO VIEIRA – Meu mandato no Senado, marcado pela coerência e decência, além de trabalho duro, mostrou que o povo de Sergipe pôde se orgulhar dos 474.449 votos entregues a mim, numa votação já histórica na política do estado. A consolidação do meu nome nacionalmente veio naturalmente, como consequência disso. Não por acaso, integrei esse ano a lista da Elite Parlamentar, elaborada pela consultoria Arko Advice, assim como recebi o prêmio do Congresso em Foco como um dos parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, numa eleição feita pelos jornalistas que cobrem o Poder Legislativo. Não tenha dúvida que ajudarei a levar Sergipe para os grandes fóruns de discussão dos temas nacionais. Sem perder o foco: a prioridade será sempre Sergipe e seu povo.

SÓ SERGIPE – Na hipótese de Bolsonaro ser reeleito, ou Lula voltar ao poder, como será o seu diálogo com um dos dois, caso venha a ser o governador de Sergipe?

ALESSANDRO VIEIRA – Serei o governador de Sergipe, caso o povo me honre com seu voto, independentemente de quem vença as eleições presidenciais, e manterei com ele diálogo democrático e republicano. Mas lembro que minha candidata, que você não citou, e sobe exponencialmente nas pesquisas de intenção de voto, é Simone Tebet. Acredito que ela representa o melhor para o Brasil.

Alessandro Vieira, em campanha com Danielle Garcia

SÓ SERGIPE – E a relação com a Assembleia Legislativa, já que será necessário um bom trânsito para que os projetos do Executivo não sejam engavetados ou derrotados, como será?

ALESSANDRO VIEIRA – Eu venho do parlamento e, evidentemente, melhor do que ninguém entendo a importância do bom diálogo entre os poderes – e aí incluo o Judiciário sergipano. Meu governo, se eleito, será de relação harmônica com a Assembleia Legislativa. Mas, novamente, sem as concessões que meus concorrentes fariam. Comigo não tem toma-lá-dá-cá. O diálogo será sempre republicano.

SÓ SERGIPE – Eleito, o senhor deixa o Senado, mas Danielle Garcia está na disputa pela vaga de Maria do Carmo. Como está o alinhamento do senhor com Danielle para defender, no Senado, as pautas importantes para Sergipe?

ALESSANDRO VIEIRA – Esta é uma caminhada que une gente honesta, focada em resolver os problemas reais dos sergipanos. PSDB, Cidadania e Podemos estarão juntos para mudar Sergipe, e Danielle será um fenômeno de votação. Comigo no governo e Danielle no Senado não há limites para a virada que tanto sonhamos – e planejamos – para o estado. Por isso, precisamos do voto dos sergipanos.

SÓ SERGIPE – Se o candidato Valmir de Francisquinho não puder continuar no páreo, pois pode se tornar inelegível, como  o senhor interpreta essa mudança de cenário? Há informações de que o senhor teria prometido a ele, em troca de apoio, as secretarias estaduais da saúde e segurança pública. Isso procede,  já que o senhor não aceita o toma-lá-dá-cá?

ALESSANDRO VIEIRA – A nossa candidatura é a única verdadeiramente de oposição e competitiva. É preciso respeitar a vontade do eleitor, mas quem quer mudança de verdade vai votar 45 nessa eleição. Quanto a essa troca de apoio, nunca existiu  nada nesse sentido. O diálogo com Valmir e seu grupo é constante há muito tempo, mas sem hipótese de “toma-lá-dá-cá”.

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