segunda-feira, 02/12/2024

Marcelo Vieira, palestrante: “Vejo que este é um país para quem está pronto; não para as pessoas se desenvolverem”

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Estimular as pessoas a terem uma cultura de excelência e, com isso, encantá-las. Foi com esse objetivo que o palestrante e CEO da Inspirando Talentos, Marcelo Vieira, 49 anos, foi executivo responsável pela área de Comunicação e Marketing Nacional do Sicoob, desenvolvendo estratégias de comunicação para o Mercado Nacional. Ele esteve em Aracaju, no último sábado, 24, para participar do 10X Mais Experience, promovido pela Job Connect Cowork Advisor Ltda.  O discurso de Marcelo não foi, apenas, para estimular vendedores a baterem metas. Foi bem mais longe: mostrou, principalmente, que eles podem ressignificar a vida pessoal, com a cultura da excelência.

Marcelo Vieira, autor do Livro Ser + Comunicação, coordenado pela  jornalista da Globo, Christiane Pelajo, falou, também, sobre a situação dos trabalhadores brasileiros e defende a necessidade de se criar uma política que estimule as pessoas a serem empreendedoras. Neste momento em que o país vive uma eleição para escolha de prefeitos e vereadores – 15.454 concorrem ao cargo de prefeito e 428.949 a uma vaga nas Câmaras Municipais – ele destaca que todos os eleitores são responsáveis pelas escolhas para os próximos quatro anos. E alerta que enxerga o Brasil, “como um país para quem está pronto, não para as pessoas se desenvolverem”, referindo-se àqueles que querem empreender por aqui.

Ele faz esse recorte ao comparar, por exemplo, que os Estados Unidos são um país de oportunidades, onde uma pessoa pode ir à falência, mas tem a oportunidade de recomeçar quantas vezes forem necessárias. E num país onde, efetivamente, as pessoas têm valorizado o salário que recebem. “Tenho amigo que é lavador de carro nos EUA, tem uma casa bacanérrima, um carro e um Iphone”, diz, já emendando: “Como um lavador de carro vai ter isso no Brasil?”.

Evento 10X Mais Experience, em Aracaju Fotos: Rafael Franca

Na lapela dos seus blazers sempre está um broche do Mickey Mouse, personagem criado por Walt Disney e que apareceu pela primeira vez no curta ‘O Vapor Willie’, de 1928, e as pessoas o associam com as histórias, experiências e a autenticidade dos produtos da Disney. Marcelo Vieira levou isso ao pé da letra, tanto que a Disney foi a principal inspiração para que ele faça palestras para encantar pessoas. Foi num curso que participou no Instituto Disney, que o broche lhe foi dado por um dos diretores. “O diretor tirou da lapela do blazer dele e colocou no meu. Era de uso pessoal e tem um significado muito grande para mim”, afirmou.

A inspiração para encantar pessoas não veio somente de Walt Disney, mas começou em casa, com o pai Mário, dono de uma farmácia e de uma distribuidora de medicamentos no interior de Minas Gerais. O exemplo, que vem, digamos, de berço, foi passado adiante para seus três filhos. “Não falo de cultura de excelência só por teoria, falo por vivência”, destacou. Ele gosta do poema ‘Encontro de dois’, do romeno Jacob Levy Moreno, que sempre recita nas palestras, falando da importância de olhar as pessoas nos olhos. Criador do Psicodrama, Moreno, morreu em 17 de maio de 1974, aos 85 anos, e pediu o seguinte epitáfio em sua  sepultura: “aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à alegria”.

Nesta entrevista que concedeu ao Só Sergipe, no hotel em que estava hospedado na Orla da Atalaia, antes de embarcar para Brasília, onde vive, Marcelo Vieira conta um pouco sobre seus sete anos como mestre de cerimônias, fala de escritores que o inspiraram e da pequena Juju, sua filha, que deu à família ‘uma experiência incrível’. Quer saber mais sobre essas experiências de Marcelo, que tem 16 anos de experiência em grandes empresas brasileiras,  como Warner, Petrobras, Transpetro, FGV, Unimed, Arcelor Mittal,  Eli Lilly, Sebrae, Honda e sai pelo Brasil afora, fazendo palestras?

Então não deixe de ler esta entrevista!

Mas lá vai um spoiler: na terça-feira, Marcelo estreia uma coluna quinzenal aqui no Só Sergipe.

 

SÓ SERGIPE – No seu Instagram há um enunciado interessante: Cultura de excelência. O que vem a ser isso e como o senhor faz essa abordagem em suas palestras?

MARCELO VIEIRA – Cultura é quando você consegue permear todas as pessoas que estão dentro daquela instituição, seja uma família, uma empresa, uma corporação ou instituição de ensino. A cultura, para mim, é aquilo que dá o norte, que prepara as pessoas para estarem alinhadas com os valores que você quer determinar para que tudo aconteça. Se você tem uma cultura de honestidade, sua empresa, seu país, sua cidade começam a refletir a honestidade em tudo aquilo que as pessoas fazem. Por isso ficamos admirados com alguns países, por causa da cultura. Aqui, no Brasil, vemos o baiano que tem uma alegria, assim como o sergipano.  Eu estava conversando com um amigo e disse-lhe que estava em Aracaju, e ele me disse que é ‘terra de gente muito inteligente’. O que é isso? A percepção voltada para uma cultura. Ou seja, de pessoas que, de alguma forma, conseguiram demonstrar que isso faz parte do dia a dia delas.

SÓ SERGIPE – Como o senhor disse, é importante ter uma cultura nas empresas.

MARCELO VIEIRA – Sim, claro. Há uma frase muito interessante que diz “a cultura come a estratégia da empresa no café da manhã”.  O que é isso? Se você tem uma cultura, mas coloca estratégia que não têm a ver com essa cultura, aquilo não acontece. A estratégia não acontece, porque a cultura daquela instituição não está voltada para, justamente, fazer com que aquilo realmente aconteça. A cultura é muito importante. Às vezes, a empresa quer que as pessoas sejam mais organizadas, mas os próprios líderes não são exemplos. Então não se criou uma cultura e os funcionários que estão em cargos menores não conseguirão fazer isso, porque eles não veem isso como espelhamento na empresa. Por essa razão que a cultura da excelência é algo que você define o que quer, quais os padrões que deseja, o que quer atingir, e seguir.  Caso contrário, cada um que entra vai fazendo do seu jeito.

Tem muita gente que acha que educação e simpatia são sinônimas de qualidade, mas são pré-requisitos básicos para você entregar uma experiência. Mas qual o sinônimo de qualidade? É tudo aquilo que você executa de forma rotineira, repetitiva, querendo entregar o melhor. Em qualquer ambiente que você for, consegue ver se há alguma cultura implantada. A cultura é tão forte que quando as empresas conseguem definir de forma harmoniosa, não precisa ficar monitorando o tempo todo. As pessoas contratadas, o foram por causa de valores, e os valores têm que estar alinhados com os da empresa. E assim você consegue entregar comportamentos que são fundamentais.

SÓ SERGIPE – O senhor se inspira muito em Walt Disney, como ocorreu na palestra feita, recentemente, em Aracaju. Por quê? E além dele, existem outras inspirações?

MARCELO VIEIRA – A inspiração em Disney para começar a fazer esse meu trabalho, aconteceu porque quando fui convidado, pela primeira vez, para falar sobre encantamento eu fui buscar uma referência.  Qual a maior referência no mundo em encantar pessoas?  Foi aí que descobri Walt Disney, que tem uma cultura muito sólida de excelência em tudo que faz. Se vai produzir um boneco, a perfeição ele leva ao máximo; se for um filme, é o máximo; se for uma película, é algo que tem que pintar ao máximo. Tanto que todos os orçamentos dele para os filmes extrapolavam três ou quatro vezes mais que o planejamento inicial.

O irmão dele, Roy Disney, do setor financeiro, brigava muito porque Walt extrapolava o orçamento. No orçamento inicial de um filme da Disney que custava US$ 1 milhão; no final, custava US$ 5 milhões. Porque ele queria o melhor. E lembre que era tudo feito à mão. Quando fui estudar, comecei a entender esse modelo de entregar o melhor.  Dentro da Disney tem uma frase que eles utilizam: “bater a cabeça na lâmpada”. Ou seja, no filme Roger Rabbit, feito com a Disney em parceria com a Warner, o que eles fizeram? O Roger – um coelho – é uma animação. O filme todo é um ‘live action’, ou seja, um ser humano contracenando com animação. Quando Roger bateu a cabeça numa lâmpada de verdade, a sombra não existiu justamente porque ele é uma animação. Wall Disney, assistindo à película, antes de finalizar, falou que em ‘live action’  tem que ser o mais real possível. ‘E por que então, lâmpada não fez a sombra do Roger? Eu quero’. E o pessoal falava: ‘Walt, nem todo mundo vai ver’, mas ele disse que estava vendo e não estava bom. ‘Eu quero que a sombra passe pelo corpo dele’. Ele foi um ser humano muito criterioso em detalhes. Enfim, o filme saiu com a sombra.

SÓ SERGIPE – O senhor carrega na lapela do paletó um broche de Mickey Mouse, um dos principais personagens da Disney. 

MARCELO VIEIRA – Na verdade, esse broche aqui, em particular, eu tenho um carinho muito grande por ele, porque eu ganhei de um dos diretores da Disney.  Eu participei de um treinamento do Instituto Disney e eu fui a única pessoa que ganhou esse broche, num bate-papo com esse diretor que estava usando e me presenteou, aí se torna mais valoroso.  Era algo de uso pessoal e ele tirou e colocou no meu blazer.

Marcelo e Mario Sérgio Cortella Foto: Instagram

SÓ SERGIPE – Voltando a uma pergunta, quais foram as outras pessoas que lhe serviram de inspiração?

MARCELO VIEIRA – Eu tenho várias, tenho muitas. Walt Disney foi, digamos assim, o norteador para aquilo que eu queria fazer. Se eu fosse trabalhar na Mercedez Benz, com certeza estaria preparado pela qualidade do que faço e aplico no que a montadora entrega. A Mercedez é uma gigante, tem excelência e um valor diferenciado, mas nem todos conseguem reconhecer.

Ao longo da minha carreira, eu fui me construindo.  Tem um livro do Mario Sérgio Cortella, “Nós não nascemos prontos”, quando ele fala de ética, de construção de valor, da construção do ser humano, que tem a ver com cultura. Tudo é baseado em cultura. Temos a cultura de um Estado, de um povo, que é aquilo que solidifica.

Nós somos seres humanos , vamos aprendendo, melhorando. Com Mario Sérgio Cortella aprendi muito sobre ética, o que hoje é fundamental para todos, para os nossos filhos serem cidadãos melhores.

Outro que me inspirou foi Roberto Shinyashiki, que ajudou muito na minha carreira. Lembro de um livro dele, ‘Sucesso não ocorre por acaso’, li quando ainda era garoto.

Também cito o Anthony Robbins é um dos maiores gurus do mundo, treinou várias pessoas famosas, como presidentes da República, artistas famosos, para programarem o cérebro para falar. Mas falar o quê? Como você melhora comportamentos… então tem muita gente. Meu pai, Mário Vieira, foi a minha primeira inspiração, porque trabalhei na farmácia dele. Era encantador, pois ele chegava no balcão da farmácia e as pessoas às vezes não sabiam muito bem o que queriam, do que precisavam. Muitas delas vinham sem receita médica, que é natural, e faziam perguntas. Então ele sempre prestou muita atenção nas pessoas. Sempre foi muito caloroso em atender, em cuidar. Cansei de ir com ele meia-noite, 1 hora da manhã, naquela época, ainda que não tivesse os plantões das farmácias tão bem-organizados. Meu pai abria a farmácia de madrugada para atender um cliente que ligava para nossa casa ou ia até nossa casa. Meu pai sempre foi um encantador de pessoas, foi muito cuidadoso, então olha de onde é que vem a cultura.

E eu consigo falar muito bem de cultura de excelência, porque dentro da minha casa tinha um padrão bem definido: não deixar para depois, entregar o seu melhor, ter proatividade. Isso tudo foi implantado dentro de casa. Não falo de cultura de excelência só por teoria, falo por vivência.

SÓ SERGIPE – O senhor contou na palestra que quando seu filho adoeceu e ficou internado algum tempo, o senhor questionou sobre um equipamento ligado à criança, mas a pessoa responsável pelo setor narrou que era profissional capacitada e não atendeu à sua solicitação. Momentos depois, o senhor se prontificou a dar um curso gratuito no hospital. Esse curso aconteceu?

MARCELO VIEIRA – Não foi feito. Nem tudo que você dá de presente, os outros valorizam, por isso você tem que cobrar. Eu tenho um amigo, muito bem-sucedido, que vive em São Paulo. E uma vez eu disse que daria uma palestra na empresa dele de graça. E ele me disse que de graça não. Dei um presente para o hospital, eles não compreenderam o tamanho daquilo que eu estava ofertando e nunca aconteceu. Eu demonstrei o que eu poderia fazer para melhorar justamente todas as pessoas que trabalhavam ali.

SÓ SERGIPE – Um detalhe importante que o senhor falou na palestra, foi sobre a dificuldade de ser um empreendedor no Brasil. Por que é tão complicado? A culpa é nossa enquanto eleitores para escolher as pessoas certas?

MARCELO VIEIRA – O problema está em nós eleitores, porque somos nós que colocamos as pessoas no poder. Sempre vamos voltar ao início da nossa conversa sobre cultura. Sinto falta, neste país e em outros, na questão da educação, de prepararem as pessoas. Eu trabalhei no balcão da farmácia, comecei limpando, remarcando preços. Faltam projetos nas políticas públicas para dar oportunidade às crianças. Temos o Sistema S, que pode captar as pessoas nas ruas. Não temos um país fortalecido, com base na educação.

Existe também, falta de suporte. Por que os Estados Unidos são chamados de país das oportunidades? Porque você trabalha e tem um retorno. Tenho um amigo que trabalha lavando carro. Ele tem carro, mora num apartamento bacanérrimo, tem um Iphone 15 Pro Max. Quando um lavador de carro no Brasil terá um carro? Aqui falta suporte, projetos para as pessoas.  Como você começa seu primeiro negócio, se aqui não lhe dá estrutura? Vejo que este é um país para quem está pronto, não para as pessoas se desenvolverem. E não é assim que funcionam as coisas.

Eu fiz Empretec, curso chancelado pela ONU. Minha vida toda foi em busca de conhecimento. Minha mãe era professora, meu pai não tinha nem o segundo grau e era dono de farmácia e de distribuidora de medicamentos, mas ele falava o que iria deixar para mim – um canudo (diploma de curso superior).

As oportunidades que você tem lá fora, de recursos econômicos para começar é bom. Por que ouvimos dizer que lá fora, a pessoa quebrou três, quatro vezes? Aqui se quebrar, você perde até o caminho de casa, não sabe nem para onde você volta.  Os Estados Unidos promovem o crescimento econômico dos seus cidadãos. Por que eles não deportam os estrangeiros? Porque precisam do trabalho dessas pessoas lá.

SÓ SERGIPE – Além da oratória, de estimular pessoas, de mostrar exemplos, o senhor também já atuou para administrar crises em grandes empresas?

MARCELO VIEIRA – Em minha carreira, já fui responsável por cuidar de crises  em grandes empresas, de volumes de R$ 114 milhões a R$ 120 milhões, volumes financeiros muito altos. Você tem que ter muito estômago, pois sua crise está pública em grandes veículos de imprensa, tendo todo o cuidado com a marca.

SÓ SERGIPE – Há muitos livros sobre como cuidar de crise, especialmente sobre o trabalho do jornalista. Há algum tempo li um livro do jornalista Mário Rosa (A Era do Escândalo- Lições, relatos e bastidores de quem viveu as grandes crises de imagem).

MARCELO VIEIRA – Você tocou num assunto muito interessante. Eu tive a oportunidade contratar, uma vez, o Mário Rosa, ele é incrível.  Eu me preocupo muito com isso.

SÓ SERGIPE – Por falar em crise, o senhor contou que   sofreu bullying quando era criança. Como foi isso e como superou esse problema?

MARCELO VIEIRA – Sim, foi na escola e o pessoal me chamava de besourão, por causa da minha voz mais grave. Eles diziam, ‘lá vem o besourão falar’. E eu adorava falar, pegar livros e ler, pois as professoras pediam para ler na sala, e eu sempre levantava a mão. Na faculdade, eu vi que precisava ganhar dinheiro para pagar as mensalidades, e fui ser mestre de cerimônias. Então quando você me pergunta quem são as minhas referências, eu não consigo lembrar de todas, porque são muitas.

SÓ SERGIPE – Foi uma experiência boa atuar como mestre de cerimônias?

MARCELO VIEIRA – Sim, ele cuida de uma solenidade do início ao fim. Eu conduzia o evento, e quando alguém estava fazendo palestra, eu ia escutar e anotava tudo que escutava. Passei sete anos da minha vida sendo mestre de cerimônias. Imagina quantas palestras eu assisti de graça e ganhava para isso.  Um monte de amigos meus, mestres de cerimônias, enquanto eu estava ganhando conhecimento com as palestras e anotando pontos que considerava importantes, eles estavam lá fora paquerando as promoters. Eu queria ser mais competitivo e deixava eles lá. Ninguém conquista alguma coisa se não trabalhar bastante. Eu sei falar sobre vários assuntos. Minha formação veio de um monte de gente. JC Bevenuti, um cidadão já falecido, por exemplo,  assisti a uma palestra dele sobre tecnologia usando flip-chart. E foi encantador. Um palestrante faltou e o público pediu que Bevenuti voltasse para falar um pouco mais.

SÓ SERGIPE – Eu estava visitando suas redes sociais e vi que está sempre aumentando o número de seguidores.

MARCELO VIEIRA – Verdade. Sempre ganho novos seguidores, tanto no Instagram como no Linkedin. Recentemente, um rapaz de Angola passou a me seguir, foi me pedindo dicas no Linkedin e disse a ele que estudar não é somente ir para escola, mas pegar um bom livro, ler mais. Ler mais é fundamental para ter um melhor vocabulário.  Quando acontece o ‘branco’? É quando falta uma palavra que  você não conseguiu substituir. Quando você lê mais, o seu mundo se expande.  E a esse rapaz, pedi para me acompanhar para dar várias dicas.

Marcelo, com a esposa Núbia, e os filhos Maria Fernanda e os pequenos Daniel e Ana Júlia

SÓ SERGIPE – E nessa esteira de levar conhecimento, quando serão suas próximas palestras?

MARCELO VIEIRA – Terei em São Paulo, Vitória, Brasília, Rio de Janeiro. Graças a Deus, várias empresas têm percebido essa diferença de encantar pessoas como estratégia de vendas. É o primeiro contato que possibilita tudo. Minha agenda vai mudando o tempo todo. Em Vitória, fui executivo de uma empresa por lá. Tem mais de 12 anos que treino todos os funcionários novatos do Sicoob. E todos os meses entram em média 40 pessoas. Eu treino todos nessa cultura de excelência, de como melhorar os ambientes.  Hoje, o meu projeto de vida é inspirar pessoas a serem melhores. Não necessariamente na palestra, mas dar atenção às pessoas o tempo inteiro.

SÓ SERGIPE – Em diversos pontos, o senhor disse que leva a família para assistir a algumas de suas palestras e pediu para eu lembrar de uma história sobre sua filha, Juju, cujo fato não foi abordado durante a palestra em Sergipe. O que aconteceu?

MARCELO VIEIRA – Vou falar sobre a importância da gratidão. A Juju, que é um ser humano diferenciado, criou um sentimento em nossa casa que é incrível. Se eu trouxer um bombom para Juju, ela diz: “Obrigada, pai”; “Obrigada, mãe”. Não agradece somente a mim. Quando vamos a um restaurante, ela também agradece aos dois, não importa quem está pagando. Observe a cultura, e como ela reflete. O mais novo, Daniel, e a Maria Fernanda, a mais velha, repetem o comportamento da irmã. Cultura de excelência é isso: colocar em prática valores sólidos que sejam bons para sociedade, independente que seja em empresa, na família, a um amigo, numa comunidade.  É importante estar mais próximos das pessoas, se conectar. Eu fui convidado pela Eli Lilly — gigante farmacêutica que existe em mais de 140 países. Falei para o pessoal do administrativo e do financeiro sobre encantamento. E a terceira, que não aconteceu, era para os médicos. Eles tinham o trabalho ‘médico porta em porta’. Não sei se ela faz ainda esse trabalho.

 

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