quarta-feira, 13/03/2024
César Santana, superintendente do BNB em Sergipe: "estamos na frente"

“BNB em Sergipe está em primeiro lugar no programa de ação”, diz superintendente

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O primeiro semestre deste ano foi bastante significativo para a superintendência do Banco do Nordeste (BNB) em Sergipe. As 91,1 mil operações de crédito contratadas, num total de R$ 598,1 milhões, foram elogiadas pelo presidente do banco, Romildo Carneiro Rolim, em recente entrevista ao Só Sergipe. O superintendente em Sergipe, Antônio César Santana, disse que está bastante otimista e garantiu que vai continuar “em franco crescimento até o final deste ano”. Responsável por um ativo de R$ 3 bilhões, cerca de 120 mil clientes distribuídos em 17 agências no Estado, César Santana afirmou que a sua superintendência está “em primeiro lugar no programa de ação do BNB. Estamos na frente de Estados economicamente fortes como Bahia, Ceará e Pernambuco”.

Ele fez uma analogia com a frase de Gilberto Amado que dizia que Sergipe, territorialmente, é muito pequeno para não ofuscar a grandeza do seu povo, ao chamar a atenção para sua superintendência que ocupa o primeiro lugar no ranking, na comparação com as demais.

Esta semana, durante a entrega dos prêmios aos jornalistas sergipanos vencedores do Prêmio BNB de Jornalismo, César Santana concedeu uma entrevista para o Só Sergipe.

SÓ SERGIPE – A superintendência do Banco do Nordeste em Sergipe apresentou números expressivos neste primeiro semestre, e foi elogiado pelo presidente Romildo Carneiro Rolim. Qual é a meta até o final deste ano?

CÉSAR SANTANA – A perspectiva é de continuar em franco crescimento. A demanda por crédito, principalmente em alguns segmentos econômicos, tem sido acentuada. Eu posso destacar a indústria de transformação, a indústria de alimentos, os setores de serviços e saúde.   A parte de comércio tem tido um incremento muito forte, ainda mais nesse período que é de fazer as encomendas para as vendas do final de ano. Temos tido demanda por capital de giro, que é o combustível de uma empresa para fazer girar o estoque. Vejo, também, que o agronegócio, notadamente o milho e pecuária de corte e o leite, teve também uma demanda acentuada. O Estado se ressentiu, nos últimos três anos com duas estiagens fortes em 2016 e 2018, e parte do suporte forrageiro dos animais e as pastagens foram dizimadas. O plantel deve ter sido vendido, porque os pecuaristas com menor poder aquisitivo não tinham estrutura de manter os animais em regime intensivo. E por conta disso, já que este ano a quadra invernosa foi positiva, eles aproveitaram para repor o plantel, fazer investimentos em recuperação de pastagens, aguadas, compra de máquinas e equipamentos, no segmento agrícola e pecuário.

SS – Foram bons números. Houve incremento?

CS – No primeiro semestre tivemos um incremento em torno de 20% , com relação ao mesmo período do ano passado. No ano passado tivemos um orçamento de R$ 1,3 bi, sendo que R$ 1,090 bi com recursos do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), e os R$ 210 milhões vieram por outras fontes de recursos.  Eu diria que este ano deveremos, também,  ultrapassar este patamar em 10%. Espero ultrapassar a casa de R$ 1,4 bi, isso para um ano que esperávamos um PIB (Produto Interno Bruto) na casa de 2%, e que vai ficar em torno de 0.7% a 0.8%.  Por outro lado, reformas estruturantes estão sendo apreciadas e aprovadas no Congresso, a exemplo da Previdência e Tributária.   Acredito que não haverá redução da carga tributária, mas a unificação de alguns tributos federais e isso vai criar um ambiente favorável para que os empresários voltem a investir, vislumbrando 2020.

SS – O senhor é um otimista, mesmo num país em turbulência, que vive num disse-me-disse oficial sem precedentes, com altos e baixos da república.

César Santana: “acredito no País”

CS – Eu sempre acredito que o país é maior que isso tudo. Há dois ou três anos tivemos a maior crise econômica, política, ética dos últimos tempos. E o país conseguiu, mesmo com o impeachment  da presidente, navegar nessas águas turbulentas e está se saindo. Por isso acredito que o país é maior do que isso tudo, nos fundamentos macroeconômicos, reservas cambiais, onde temos US$ 300 milhões.  O país está vacinado contra ataques especulativos. Hoje temos uma inflação abaixo de 4% e previsão para 3.71% este ano. Vislumbramos os fundamentos macroeconômicos e reformas estruturantes que o país está para implementar. Eu diria que sou um otimista, mas sem perder alguns fundamentos. O meu otimismo vem porque eu acredito que o país tem diferencial no agronegócio, não tem que ter a síndrome de cachorro vira-lata de que tudo nesse país é feito de forma inadequada. Somos muitos bons em algumas coisas que fazemos e o agronegócio vejo com muito destaque. Se não temos uma indústria de tecnologia de ponta muito forte, temos algumas commodities muito fortes. Temos sim segmentos que fazem o diferencial e é por isso que acredito.

SS – Como é que se situa a superintendência do BNB, se fizermos uma comparação com as demais?

CS – Essa é uma pergunta pertinente e eu lhe respondo citando o nosso poeta maior, Gilberto Amado, que dizia Sergipe, territorialmente, é muito pequeno para não ofuscar a grandeza do seu povo. E eu lhe digo: a superintendência de Sergipe, no menor Estado da Federação, hoje se situa em primeiro lugar no programa de ação do BNB. Então, estamos à frente de Estados economicamente fortes como Bahia, Ceará, Pernambuco. Não vou comparar em termos econômicos a pujança e musculatura destes Estados, mas esta superintendência se encontra em primeiro lugar, não só na pontuação geral, mas em todas as variáveis do nosso programa de ação. O time de Sergipe está de parabéns e eu tenho o prazer e a honra de liderar esse time.  Já estamos no pódio e queremos consolidar estes números para que no final do exercício cheguemos ao primeiro lugar. Hoje estamos no primeiro lugar no nosso programa de ação.

SS – O Crediamigo é carro-chefe do BNB, não é?

CS – Eu diria que o Crediamigo é a cereja do bolo. O banco tem um olhar todo especial para ele. Aqui em Sergipe temos hoje 80 mil clientes e se representarem uma família de cinco pessoas, vemos o quantitativo.  Esses 80 mil rodam duas operações por ano. Seriam 160 mil operações. Eu empresto algo em torno de R$ 300 milhões por ano em operações que vão de R$ 300,00 a R$ 15 mil. No Crediamigo empresto para o sacoleiro, para a dona do salão de beleza, para o feirante, para o pipoqueiro, para uma variedade de clientes.  Aqueles que não passam nem na porta de muitos bancos, conseguem recursos no BNB de forma simplificada. Não é inclusão de forma assistencialista, mas sim inclusão produtiva de um microempreendedor que sabe como fazer e faltava oportunidade.

SS – Qual a inadimplência no Crediamigo?

CS – É próxima de zero. Isso quer dizer que quase 100% pagam. É um crédito orientado por assessores. Às vezes, o cliente procura o banco precisando de R$ 2 mil e o assessor de crédito pergunta: “porque tomar R$ 2 mil, pagar juros de forma inadequada, se com R$ 1 mil você atende essa demanda?”. Você tem um consultor ao seu lado. A metodologia desse programa, que é decano, é o maior de micro crédito da América do Sul e o terceiro maior do mundo. O Crediamigo é a cereja do bolo. Mas nós temos outros programas especiais da micro e pequena empresa. Nós temos Agro Amigo, que é o micro crédito rural, idêntico ao Crediamigo, com assessores nas comunidades orientando e ensinando como fazer. Temos o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e também financiamos projetos estruturantes de médias e grandes empresas. Você não pode demonizar um grande investimento, que tem o poder de estruturar outros negócios. Empresas satélites  surgem ao redor. O banco apoia infraestrutura, parcerias público privadas, concessões, locações de ativos. Eu financio investimentos e empreendimentos. O ente Estado, às vezes, não tem condição  de levantar recursos, mas necessita. Quando você tem um banco de fomento que possa fazer isso, evidentemente que é feito. E lhe digo mais:  o banco não devolve recursos do FNE, não entesoura recursos.  Como é um fundo retroalimentado, quando o cliente paga, ele volta para o fundo e é emprestado novamente. Eu saio com um orçamento, mas no decorrer do ano, eu empresto mais do que estava previsto.  Isso é sinal de que o banco não devolve recurso,  que tem demanda forte do setor produtivo e cumprindo bem o seu papel de  agente de fomento.

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Sobre Antonio Carlos Garcia

Editor do Portal Só Sergipe

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