sábado, 20/04/2024
Valmor Barbosa: "O PSDI é um dos melhores programas de incentivos econômico e industrial do Brasil" Fotos: Ascom/Sedetec

Valmor Barbosa, titular da Sedetec: “Estamos de portas abertas para receber qualquer empreendimento que deseje se instalar em Sergipe”

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O titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Valmor Barbosa, cuida atentamente dos preparativos do Sergipe Day, evento que acontecerá no dia 25 de abril, uma terça-feira, no auditório da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), para mostrar ao empresariado nacional – e até internacional – as potencialidades sergipanas. Isso porque, num futuro próximo, Sergipe será responsável, segundo previsões da Petrobras, pela produção de 20% do gás de todo o país.

O Projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP) terá capacidade de disponibilizar ao mercado até 18 milhões m³/dia de gás quando o módulo de produção do sistema estiver em operação. O foco, com o Sergipe Day, “é atrair o maior número possível de indústrias consumidoras intensivas de gás”, garante Valmor Barbosa, ao acrescentar que o evento, no mais importante centro econômico do país, não tem como objetivo o fechamento de negócios, mas  de prospecção de empresas.

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E o que Sergipe tem a oferecer? “A oferta de gás abundante que teremos nos próximos anos, por si só, já é um grande atrativo”, assegura o secretário Valmor Barbosa, ao citar, também, que o Estado possuiu uma localização geográfica privilegiada, mão de obra qualificada, dentre outros itens. “Além disso, Sergipe tem muito a oferecer no quesito de segurança jurídica. O Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) é um dos melhores programas de incentivos econômico e industrial do Brasil”, ressaltou.

O governador Fábio Mitidieri faz questão de receber os empresários interessados em fazer investimentos em Sergipe. No dia 5 de abril, por exemplo, Fábio recebeu representantes da Atto Exp Empresarial, do grupo Am Malls, que tem projetos para Sergipe voltados na promoção do desenvolvimento socioeconômico e na geração de emprego e renda. O mesmo aconteceu com os executivos do Frigorífico Masterboi.

Sobre as conversas com o Masterboi, Valmor afirmou que as tratativas devem continuar, “pois são várias etapas a percorrer”. Ele diz que “estamos de portas abertas para receber qualquer empreendimento que deseje se instalar em Sergipe ou ampliar seus investimentos. Ninguém é esquecido pelo governo e todos podem contar com os benefícios do PSDI”, que, inclusive será revisado “para tornar os investimentos em Sergipe ainda mais atrativos”.

Engenheiro civil por formação, Valmor Barbosa tem se destacado como homem público desde 1986, quando começou como diretor de obras e operações e depois diretor-presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb). Foi um dos mais longevos secretários de Estado, passando 10 anos na Secretaria de Infraestrutura do Governo de Sergipe. Em 2019, foi convidado pelo então governador Belivaldo Chagas para presidir a Sergas, substituindo Eugênio Dezen.

Esta semana, Valmor conversou com o Só Sergipe e traçou um panorama positivo do setor industrial no Estado.

Confira.

SÓ SERGIPE – Quando a Petrobras descobriu gás natural na bacia sergipana, desde junho de 2019, isso  vem sendo uma aposta, tanto do governo anterior como do recém-chegado. A estimativa é extrair 18 milhões de m³ por dia. Qual o panorama hoje? 

Tubos que serão usados no gasoduto do Terminal Sergipe, da Tag e Eneva

VALMOR BARBOSA – Recentemente, a Petrobras lançou o edital para contratação de duas Unidades Flutuantes de Armazenamento e Transparência (FPSOs), na forma de afretamento. Esses navios-plataformas serão responsáveis por extrair o petróleo e o gás e trazê-los para costa, através de gasoduto. A abertura das propostas está prevista para o dia 30 de outubro. Nós, do Governo de Estado, estamos acompanhando de perto todas as etapas do projeto, confiantes de que o cronograma será cumprido e que teremos no prazo esperado todo esse volume de gás em nosso estado, abastecendo indústrias e gerando desenvolvimento.

SÓ SERGIPE – É também apostando no gás natural que o Governo do Estado realizará o Sergipe Day, no dia 25 de abril, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O que será apresentado?

VALMOR BARBOSA – O Sergipe Day será um grande evento, elaborado para mostrar ao setor industrial nacional, que se concentra em São Paulo, principalmente, as potencialidades e oportunidades que Sergipe tem a oferecer, especificamente no âmbito do petróleo, gás e fertilizantes.

Queremos mostrar às indústrias que temos boas condições para receber investimentos, principalmente aquelas grandes consumidoras de gás, que utilizam o insumo como matéria-prima ou fonte de calor, afinal, nos próximos anos, Sergipe será responsável por, aproximadamente, 20% de todo o gás produzido no país. Isso é extremamente significante e será um motor de desenvolvimento para nossa economia.

Teremos uma programação bastante técnica, focada em assuntos e palestras que demonstram exatamente isso: o que Sergipe tem a oferecer ao setor industrial nacional e como o estado tem trabalhado para atrair estes investimentos.

SÓ SERGIPE – O começo da produção do projeto Sergipe Águas Profundas (Seap) seria para 2026, mas a previsão é que comece em 2027. Não é muito tempo?

VALMOR BARBOSA – O projeto foi adiado após o cancelamento da primeira licitação para afretamento das duas FPSOs. A Petrobras pretendia publicar o edital no final do ano passado, contudo não foi possível, pois não tinha a aprovação das outras sócias do projeto, as empresas indianas Bharat Petroleum e Videocon. É uma série de trâmites que precisam ser definidas e aprovadas. Mas, com a publicação do novo edital, acredito que o projeto passará a andar a passos largos até a concretização. Nós fazemos questão de informar à sociedade todas as atualizações das etapas que o projeto se encontra.

Não é muito tempo, tendo em vista que esses projetos são de longo prazo. Para se construir um navio-plataforma, como estes que serão usados aqui, por exemplo, são muitos anos.

SÓ SERGIPE – Numa reportagem recente, o senhor disse que “o desafio é atrair novas indústrias para consumir o gás natural em Sergipe”. Obviamente que o senhor e o governador Fábio Mitidieri, anfitriões do evento, têm uma meta a cumprir no que diz respeito à atração de indústrias. Qual é essa meta?

VALMOR BARBOSA – Atrair o maior número possível de indústrias consumidoras intensivas de gás.  O Sergipe Day não será um evento em que fecharemos negócios lá. É um evento de apresentação e de prospecção, mas que sem dúvida trará resultados muito positivos para o desenvolvimento de Sergipe.

SÓ SERGIPE – Quem está interessado em atrair normalmente oferece algo, digamos, encantador. O que Sergipe oferecerá a esses players do mercado nacional e internacional para investirem aqui?

VALMOR BARBOSA – A oferta de gás abundante que teremos nos próximos anos, por si só, já é um grande atrativo, pois seremos responsáveis pela produção de 20% do gás de todo o país. Contamos também com infraestrutura logística, localização geográfica privilegiada, um povo com vontade de trabalhar e mão de obra qualificada. Oferecemos também às empresas essa facilidade de acesso às esferas de poder. O governador Fábio faz questão de receber pessoalmente os empresários que visitam o estado.

Além disso, Sergipe tem muito a oferecer no quesito de segurança jurídica. O Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) é um dos melhores programas de incentivos econômico e industrial do Brasil. Ele tem o propósito de estimular o desenvolvimento socioeconômico do Estado por meio da concessão de incentivos em diversas áreas como fiscal, locacional, de infraestrutura, financeiro e creditício e está disponível para qualquer empresa que queira investir em nosso estado. Em breve, promoveremos uma revisão do Programa para tornar os investimentos em Sergipe ainda mais atrativos.

Altenburg é uma das empresas beneficiadas com o PSDI

SÓ SERGIPE – Há um foco, por exemplo, em trazer determinados segmentos industriais para Sergipe ou o governo está pronto para receber qualquer tipo de indústria?

VALMOR BARBOSA – O estado não tem uma preferência. Claro que a oferta de gás, por si só, já é um fator decisivo para atração de cerâmicas, indústrias de vidro, petroquímicas e de fertilizantes. Mas estamos de portas abertas para receber qualquer empreendimento que deseje se instalar em Sergipe ou ampliar seus investimentos. Ninguém é esquecido pelo governo e todos podem contar com os benefícios do PSDI.

SÓ SERGIPE – Como o senhor está trabalhando para colocar essas possíveis indústrias no interior para beneficiar um número significativo de pessoas?

VALMOR BARBOSA – O estado dispõe de distritos, centros e núcleos industriais em diversos municípios. A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise) vem dialogando com os municípios com a finalidade de melhorar a infraestrutura e contribuir para o desenvolvimento econômico e geração de empregos. Além disso, recebemos a doação de alguns terrenos para implantação de novos núcleos. Ao longo da nossa gestão, iremos direcionar as indústrias para as regiões que mais se encaixem na vocação daquele município ou daquela região.

SÓ SERGIPE – Sergipe é pequeno, com apenas 75 municípios, distâncias curtas. Isso é um ponto positivo?

VALMOR BARBOSA – É, sim, um ponto positivo. Em Sergipe, o município mais distante da capital fica a cerca de 220 km de distância apenas. Do ponto de vista de infraestrutura rodoviária, isso é importantíssimo porque você percorre pequenas distâncias até pontos estratégicos do estado, a exemplo do porto do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (popularmente conhecido como Porto da Barra dos Coqueiros ou Porto de Sergipe), a própria capital, onde está a sede dos poderes, além de estar próxima de capitais de estados vizinhos. A logística fica muito mais favorável e mais em conta quando você tem distâncias menores a percorrer, principalmente, no modal rodoviário.

Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB)

SÓ SERGIPE – Hoje o Terminal Marítimo Inácio Barbosa é privado. Mas como está o diálogo com os dirigentes do terminal para escoar a produção sergipana? Recordo-me que o governador Fábio Mitidieri esteve no terminal quando uma carga de milho seguiu para a África.

VALMOR BARBOSA – A VLI Logística, que opera ferrovias, portos e terminais, é a responsável pelo Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB), é uma grande parceira do governo. O porto é uma ferramenta do estado muito importante para a atração de investimentos. Portanto, o governo cumpre seu papel em cobrar melhorias na infraestrutura. Temos conversado com a empresa sobre a ampliação do calado, que é uma obra estruturante e pode levar anos. Para isso, precisamos nos preparar desde agora.

O governador acompanhou de perto as primeiras operações de carregamento de milho rumo ao continente africano, em fevereiro deste ano, e reafirmou a parceria entre o estado e a companhia.

SÓ SERGIPE – O senhor participou de uma reunião, junto com o governador Fábio Mitidieri, com empresários da Atto Exp Empresarial, especializada em implantar processos de gerenciamento financeiro e de gestão empresarial. O que foi acertado depois deste encontro? Sergipe terá mais uma empresa da AM Malls atuando por aqui?

VALMOR BARBOSA – Durante a reunião, os empresários apresentaram projetos para os setores do agronegócio, turismo, gestão hospitalar, imobiliário, segurança, fortalecimento de pequenas e médias empresas. Desde o início da sua gestão, o governador Fábio Mitidieri sempre afirmou que o estado está de portas abertas para as empresas que desejarem se instalar aqui. Vamos continuar empenhados em apoiar aqueles que aspiram investir em Sergipe e transformá-lo em uma potência econômica e geradora de oportunidades para a população.

SÓ SERGIPE – Já existe algo concreto para a vinda do frigorífico Masterboi para Sergipe, já que o sócio fundador, Nelson Bezerra, demonstrou interesse em investir no Estado?

VALMOR BARBOSA – As tratativas iniciais já começaram. Há um caminho a percorrer, desde o desejo de implantar até a concretização do negócio. O frigorífico Masterboi mostrou interesse porque viu possibilidades e oportunidades em Sergipe e um ambiente favorável ao negócio. Isso porque o estado está se preparando para essa janela de oportunidades que está se desenhando num futuro próximo. As tratativas devem continuar, pois são várias as etapas a percorrer, mas estamos caminhando muito bem. O governador sempre informa que Sergipe está de braços abertos para quem quiser implantar seu negócio aqui, em solo sergipano.

SÓ SERGIPE – Entre protocolo de intenções e ações práticas, o que a Sedetec emplacou nestes 100 primeiros dias de governo?

VALMOR BARBOSA – As ações da Sedetec são de longo prazo, mas entre tantas ações realizadas durante este período, podemos destacar a viabilidade de um incentivo fiscal para a Transportadora Associada de Gás (TAG), que vale para a aquisição da tubulação do gasoduto que está sendo construído para interligar o terminal de GNL da Eneva à malha de transporte da TAG. Esse incentivo tem o propósito de reduzir o custo da obra do gasoduto e, assim, aumentar a competitividade da tarifa de transporte. É um projeto de extrema importância para o estado, pois permitirá o aumento da comercialização do gás importado pelo terminal da Barra dos Coqueiros. Vale ressaltar que o incentivo foi aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial de Sergipe (CDI).

SÓ SERGIPE – Quantas empresas formam, atualmente, o polo industrial sergipano?

VALMOR BARBOSA – Atualmente, contamos com cerca de 300 empresas que são beneficiadas pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI).

SÓ SERGIPE – Sergipe esteve atento à essa visita do presidente Lula à China? Essa visita pode ser benéfica para Sergipe, ainda que indiretamente?

VALMOR BARBOSA – Claro. Toda política econômica adotada pelo Governo Federal afeta diretamente o estado de Sergipe. Estamos acompanhando todas as movimentações para que possamos estar alinhados no que se refere ao desenvolvimento econômico e social da população.

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