sábado, 23/03/2024
A sensibilidade para retratar o dia a dia do mangue Fotos: Sílvio Rocha

Silvio Rocha apresenta a exposição de fotografias “O homem e a lama”

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Contemplado no edital da Lei Aldir Blanc, através da Funcap – Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe -, o repórter-fotográfico Silvio Rocha apresenta ao público a exposição de fotografias “O homem e a lama”. A abertura acontece nesta terça-feira, dia 16 de março, a partir das 10h, no Corredor Cultural “Irmão”, que fica no prédio da Funcap, à rua Vila Cristina, 1051, bairro São José. As fotos, todas em preto e branco, retratam o cotidiano de homens e mulheres que extraem da lama e comercializam uma das iguarias mais apreciadas pelo sergipano: o caranguejo.

Acompanhando a rotina do mangue

Para realizar o trabalho, com temática social e cultural, Silvio Rocha passou dias frequentando o ambiente de manguezais e acompanhando de perto a rotina dos catadores que vivem uma relação de intimidade com a lama. As imagens são impressionantes, e revelam um mimetismo contemplativo que define a posição do homem, do bicho e da lama no ciclo na natureza. “A intenção foi também fazer um alerta quanto à destruição dos nossos manguezais. Muitos catadores são conscientes do risco que correm e por isso procuram preservar o ambiente o máximo possível para que nunca falte o caranguejo e muito menos os demais elementos naturais”, disse Silvio.

Além das fotografias, que evidenciam a integração do homem com a natureza que garante o seu sustento econômico, a exposição também conta com texto de apresentação da jornalista Arlinda Carvalho e com um poema feito exclusivamente a partir das imagens por Gilson Sousa. “Esse é um dos trabalhos fotográficos que mais me proporcionaram prazer durante o processo de produção. Vejo que estou contribuindo com algo importante para todos nós, que é a conscientização em relação à preservação do meio ambiente e sua sustentabilidade”, afirmou o fotógrafo. A visitação é aberta ao público, mas é exigido o uso de máscara e higienização das mãos com álcool em gel, além de manutenção do distanciamento social.

Natural de Aracaju, Silvio Rocha começou com a fotografia no final dos anos 70, com apenas 14 anos, trabalhando em laboratórios de estúdios fotográficos da capital. Antes dos 15 anos, já estava com uma máquina tipo Roleflex, chamado para festas e eventos sociais, como casamentos, aniversários, batizados entre outros, contribuindo assim para o aprimoramento diário do seu olhar.

Homem e o mangue: simbiose perfeita

Nos anos 80, trabalhou em assessorias de comunicação de instituições públicas e privadas, como a Secretaria de Estado da Segurança Pública e a Faculdade Tiradentes – onde foi instrutor de fotografia para os alunos do curso de Comunicação Social, e ainda publicando vários dos seus trabalhos no Jornal de Sergipe e na Gazeta de Sergipe.

Na década de 90, impulsionado pela música, outra arte que Silvio abraça como profissão, viajou para Salvador, para tocar e cantar nas noites soteropolitanas – paralelamente fotografando para uma agência publicitária. Na Bahia continuou fazendo fotografias jornalísticas, contando através de suas imagens, as potencialidades artísticas e turísticas daquele lugar, publicando seus trabalhos em vários veículos nacionais, como os jornais O Globo e A Tarde, e as revistas Veja e Isto É, entre outros.

Ainda no final da década de 90, foi para Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, fotografar para a Gazeta local e em seguida foi contratado por uma revista de arquitetura daquele lugar, mas nunca deixando a música, sempre tocando canções nordestinas em vários espaços e hotéis-fazenda daquela região.

Retornou a Aracaju no final dos anos 90 e continuou seu trabalho como repórter fotográfico, trabalhando no semanário Cinform e, em seguida, no Jornal da Cidade. Em 2003, foi convidado para trabalhar na Assessoria de Comunicação de Aracaju – SECOM/PMA, onde ficou por 18 anos fazendo as fotografias institucionais da cidade de Aracaju. E segue fotografando para a sua satisfação, sabendo o inesgotável trabalho de escrever o tempo com a luz dos sentimentos, algo que jamais se repete.

 

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