segunda-feira, 22/04/2024
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Indústria está a espera dos trabalhadores Foto: Arthuro Paganini/Sedetec

Sergipe precisa qualificar 62 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025

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Até 2025, o estado de Sergipe precisará qualificar 62 mil pessoas em ocupações industriais, sendo 13 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 49 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar. Isso significa que, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 78% serão em aperfeiçoamento. As ocupações industriais são aquelas que requerem conhecimentos tipicamente relacionados à produção industrial, mas estão presentes também em outros setores da economia.

O mercado de trabalho passa por uma transformação, ocasionada principalmente pelo uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva; e, cada vez mais, o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação para que os profissionais estejam atualizados.

Em todo o país, a demanda é de 9,6 milhões de trabalhadores qualificados. Os dados e a avaliação são do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base industrial no país.

A demanda por formação no estado por nível de qualificação será de:

Nível de qualificação Demanda
Qualificação (menos de 200 horas) 38.146
Qualificação (mais de 200 horas) 12.508
Técnico 8.432
Superior 3.672
TOTAL 62.758

Em volume, ainda prevalecem as ocupações de nível de qualificação, que respondem por 74% do emprego industrial no Brasil hoje. Contudo, chama atenção o crescimento das ocupações de nível técnico e superior, que deve seguir como uma tendência. Isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais de maior nível de formação, que saibam executar tarefas e resolver problemas mais complexos.

As áreas com maior demanda por formação são: Metalmecânica, construção, transversais, logística e transporte,  têxtil e vestuário. As ocupações transversais são aquelas que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em segurança do trabalho, técnico de apoio em pesquisa e desenvolvimento e profissionais da Metrologia, por exemplo.

Estudo avalia estimativas e cenário político, econômico, tecnológico e de emprego

O Senai é a principal instituição formadora em ocupações industriais no país. Para subsidiar a oferta de cursos, em sintonia com as demandas por mão de obra do setor produtivo, o Observatório Nacional da Indústria desenvolveu a metodologia do Mapa do Trabalho Industrial, referência no Brasil. O estudo é uma projeção do emprego setorial que considera o contexto econômico, político e tecnológico. Um dos diferenciais é a projeção da demanda por formação a partir do emprego estimado para os próximos anos.

Para esse cálculo, são levadas em conta as estimativas das taxas de difusão das novas tecnologias nas empresas e das mudanças organizacionais nas cadeias produtivas, que orientam o cálculo da demanda por aperfeiçoamento, e uma análise da trajetória ocupacional dos trabalhadores no mercado de trabalho formal, que subsidiam o cálculo da formação inicial. Um trabalho de inteligência de dados e prospectiva que deve subsidiar ações e políticas de emprego e educação profissional.

O estudo agrupa as ocupações industriais em 25 áreas. Abaixo, as que mais precisarão formar até 2025:

Áreas com maior demanda por formação (inicial + continuada)
Área Demanda
Metalmecânica 12.174
Construção 10.605
Transversais 8.723
Logística e Transporte 6.671
Têxtil e Vestuário 4.449
Alimentos e Bebidas 4.239
Couro e Calçados 3.257
Tecnologia da Informação 1.842
Automotiva 1.637
Eletroeletrônica 1.428

Abaixo, as ocupações com maior demanda por formação, agrupadas por nível de qualificação: superior, técnico, qualificação mais de 200 horas e qualificação menos de 200 horas:

SUPERIOR

Voltados para quem tem o ensino médio completo ou equivalente, visam a formação de um bacharel ou licenciado. São de longa duração, com carga horária mínima de 2.400 horas, sendo que algumas chegam a 7.200 horas.

Ocupação Demanda em
formação inicial Demanda em aperfeiçoamento
Analistas de tecnologia da informação 99 668
Engenheiros civis e afins 96 249
Gerentes administrativos, financeiros, de riscos e afins 56 236
Gerentes de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública 45 236
Gerentes de comercialização, marketing e comunicação 41 190

TÉCNICO

Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (cerca de 1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio.

Ocupação Demanda em
formação inicial Demanda em aperfeiçoamento
Técnicos de controle da produção 96 581
Técnicos em eletricidade e eletrotécnica 72 426
Técnicos em operação e monitoração de computadores 98 373
Técnicos em eletrônica 137 358
Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações 73 301

QUALIFICAÇÃO + DE 200 HORAS

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão.

Ocupação Demanda em
formação inicial Demanda em aperfeiçoamento
Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário 317 1.299
Padeiros, confeiteiros e afins 318 786
Mecânicos de manutenção de máquinas industriais 224 733
Trabalhadores na fabricação e conservação de alimentos 170 780
Mecânicos de manutenção de veículos automotores 374 517

QUALIFICAÇÃO – DE 200 HORAS

Os cursos de qualificação são indicados a jovens e profissionais que buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais para a inserção em uma ocupação. Esses cursos não demandam um nível de escolaridade específico. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão.

Ocupação Demanda em
formação inicial Demanda em aperfeiçoamento
Trabalhadores da mecanização florestal 366 4.726
Alimentadores de linhas de produção 831 3.816
Ajudantes de obras civis 1.709 2.143
Motoristas de veículos de cargas em geral 431 2.548
Trabalhadores polivalentes da confecção de calçados 577 1.450

Aprendizagem ao longo da vida para driblar desemprego e aumentar produtividade

O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, reconhece que a recuperação do mercado formal de trabalho será lenta em razão da retomada gradual das atividades econômicas no pós-pandemia. Para melhorar o nível e a qualidade do emprego e contribuir para o progresso tecnológico e aumento da produtividade nas empresas, será indispensável priorizar o aperfeiçoamento de quem está empregado e de quem busca novas oportunidades.

“Estamos diante de um cenário de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), reformas estruturais paradas, como a tributária, eleições e altos índices de desemprego e informalidade. Nesse contexto, o Mapa surge para que possamos entender as transformações do mercado de trabalho e incentivar as pessoas a buscarem qualificação onde haverá emprego. E essa qualificação será recorrente ao longo da trajetória profissional. Quem parar de estudar, vai ficar para trás”, avalia.

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