A Grande Loja Maçônica do Estado de Sergipe (GLMSE) firmou um tratado de mútuo reconhecimento, aliança e amizade com o Supremo Conclave do Brasil para o Rito Brasileiro de Maçons Antigos, Livres e Aceitos. A solenidade de celebração ocorreu no último dia 13 de junho, em Aracaju, sede da GLMSE. A assinatura oficial do documento consta como datada em Recife (PE), seguindo formalidades protocolares.
O tratado representa um marco histórico para a maçonaria sergipana, ampliando o acesso dos maçons regulares da GLMSE a toda a estrutura filosófica do Rito Brasileiro — que compreende os graus do 4 ao 33. Esses graus envolvem desde a cultura moral e filosófica até o humanismo maçônico, em um percurso formativo completo.
Segundo José Lauro Oliveira Filho, Delegado Litúrgico do Rito Brasileiro em Sergipe, o tratado proporciona uma jornada intelectual e iniciática dividida em quatro pilares: Cultura moral (graus 4 a 18); Cultura científica, artística, religiosa e filosófica (graus 19 a 30); Cultura cívica (graus 31 e 32); Humanismo maçônico (grau 33).
Compartilhamento territorial e respeito à autonomia
O documento estabelece que ambas as potências — a GLMSE, de caráter simbólico; e o Supremo Conclave, de caráter filosófico — compartilhem oficialmente o território do Estado de Sergipe. Contudo, cada uma preserva sua soberania, independência e autonomia jurisdicional, atuando segundo suas próprias constituições, leis e regulamentos (Artigos 1, 2 e 5).
A GLMSE continuará responsável pelos três graus simbólicos da maçonaria: Aprendiz, Companheiro e Mestre, enquanto o Supremo Conclave administrará os graus filosóficos do Rito Brasileiro, do 4º ao 33º (Artigos 2 e 3).
Além disso, o Supremo Conclave compromete-se a implantar corpos filosóficos em Sergipe, incluindo a criação de Delegacias Litúrgicas, se for do interesse da GLMSE (Art. 4).
Reconhecimento mútuo e intercâmbio institucional

Ambas as instituições reconhecem-se legal, legítima e regularmente nos âmbitos nacional e internacional, e firmam o compromisso de mútua comunicação sobre o reconhecimento de outras potências maçônicas. Também assumem o intercâmbio de publicações oficiais e o respeito à legislação vigente na jurisdição da potência visitada (Artigos 7 e 8).
O tratado ainda regula a etiqueta protocolar em visitas recíprocas, garantindo honras conforme o grau e função dos visitantes, sem que haja usurpação de autoridade representada (Art. 6).
“O ambiente de fraternidade entre as potências é pleno em Sergipe. Temos sintonia não apenas nas intervisitações, mas também em atividades culturais. O Coral Canto Fraterno e a Academia Maçônica, por exemplo, reúnem membros das duas potências”, explica Lauro.
Validade e compromisso
Com validade por prazo indeterminado, o tratado só pode ser denunciado por qualquer das partes com aviso prévio de pelo menos 24 meses (Art. 10). Questões não previstas poderão ser resolvidas por protocolos adicionais firmados pelas lideranças das duas potências (Art. 9).
A assinatura foi realizada pelas principais autoridades das duas instituições: o Sereníssimo Grão-Mestre da GLMSE, José Genival de Andrade, e o Soberano Grande Primaz do Supremo Conclave do Brasil, Juliano Coelho Braga 33º, além de seus adjuntos e chanceleres.
A medida reforça a união entre as vertentes simbólica e filosófica da maçonaria brasileira e assegura a evolução doutrinária do Rito Brasileiro no território sergipano.