Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)
Acompanhei boa parte do lançamento do livro Novas Leituras de Sergipe, organizado pela Profª. Drª. Andreza Santos Cruz Maynard (CODAP/UFS), ao lado do confrade Expedito Souza. Lá pelas tantas, após folhear suas 174 páginas, ele se dirigiu a mim com o seguinte questionamento: “Monteiro, estou sentindo falta de nomes como Mário Cabral, Thetis Nunes, Luiz Antônio, Claudefranklin (risos de minha parte, claro)”. No que, discreta e prontamente, lhe respondi apontando para o título da obra que em si já traduz a sua essência e também seu propósito.
O evento aconteceu nas dependências da Escola do Legislativo do Estado de Sergipe, em Aracaju, no dia 26 de novembro, durante a nova edição do projeto “Encontro com o Autor Sergipano” sob a batuta de Beneti Nascimento, coordenador de Assuntos Culturais da ELESE. Concorrido, contou com as presenças dos autores, deste que vos escreve, além de personalidades como a Profª Drª Sheyla Farias Silva, professora adjunta da UFS e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História (ProfHistória), da referida instituição, da Profª. Sayonara Rodrigues do Nascimento Santana, diretora do Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES) e do secretário de Estado da Cultura de Sergipe, Valadares Filho.

Publicado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, junto à Funcaju, Funcap e Prefeitura de Aracaju, o livro “Novas Leituras de Sergipe” é constituído por 40 textos, de autoria dos seguintes pesquisadores, professores e intelectuais: Andreza Maynard, Diego Leonardo, Adriana Mendonça, Francisco Diemerson, Adriano Antunes, Clotildes Farias, Maria Luiza Pérola, Lucindo Júnior, Paulo Roberto, Priscila Antônia, Roberta da Silva, Ailton Silva, Gabriela Rezende, Maria Viviane, Letícia Conceição, Paula Tavares, Liliane Costa e Mônica Apenburg.
Dividido em duas partes (Leituras de Sergipe e Leituras de Aracaju), “Novas Leituras de Sergipe” reúne artigos publicados originalmente na coluna “Getempo em Revista”, criada em abril de 2012, numa parceria com o portal Infonet. Para Maria Luiza Pérola Dantas Barros: “Se a ideia inicial envolvia publicar textos de Pesquisadores ligados ao GET, hoje [2025] não nos detemos a isso. Sem renunciar à qualidade, passamos a receber contribuições de diversos pesquisadores e de diferentes partes do Brasil” (p. 91), cumprindo, a meu ver, aquilo que é significativo em todo processo de produção do conhecimento científico, não sendo diferente no campo da História, que é a divulgação, inclusive para o público comum e não acadêmico, dos frutos de pesquisas realizadas no seio da universidade pública brasileira, mais de perto, em Sergipe.

O GET é a sigla para designar o Grupo de Estudos do Tempo Presente (UFS/CNPq), fundado pelo Prof. Dr. Dilton Cândido Maynard, em 2008, como parte das ações de pesquisa e extensão do Curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Sergipe. Dilton está entre os mais destacados e produtivos professores do Departamento de História. Até pouco tempo, ocupava o cargo de pró-reitor da Universidade Federal de Sergipe. Ao lado de sua esposa, a Profª Drª Andreza Maynard, pais de Dante e Ângelo, tem dado uma importante contribuição para a formação e desenvolvimento intelectual de vários jovens das diversas cidades do Estado de Sergipe, alguns destes com destaque em seleções de Mestrado e Doutorado em nível nacional, além de êxito em concursos públicos, notadamente na área de docência do Ensino Superior.
O que mais chama a minha atenção em Novas Leituras de Sergipe é o fato de ser composto por textos que costumo chamar de fôlego curto, se comparados a outros como artigos científicos, dissertações, teses ou tratados. Além do exercício da síntese objetiva e cirúrgica que tais produções exigem, destaco ainda o seu viés didático, deixando a disposição de um número maior de leitores (especializados ou não) a chance de ter acesso a releituras e novas abordagens de temas como Sergipanos e Sergipanidades, Segunda Guerra Mundial, Educação, Emancipação Política de Sergipe, Patrimônio Cultural, Cangaço, Imprensa, História Política, Cinema, Teatro, Práticas e Manifestações Culturais.
Enfim, conforme ressalta a sua organizadora, trata de “(…) um convite para uma viagem rumo à cultura sergipana”, sob a ótica, o entusiasmo, o vigor e a qualidade de jovens mentes e jovens historiadores de um celeiro chamado Historiografia Sergipana, que segue gerando frutos de grande envergadura intelectual, a exemplo de Mário Cabral, Thetis Nunes, Luiz Antônio Barreto, entre outros e outras.
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