Por Cleomir Santos, Consultor de Marketing Digital (*)
Um estudo recente mostrou que o Brasil está entre as nações que mais temem a inteligência artificial. E isso levanta uma questão interessante: por que um país tão criativo, conectado e ativo nas redes sociais vê a IA com tanta desconfiança?
O receio é natural. A tecnologia vem avançando em um ritmo que, para muitos, parece difícil de acompanhar. A cada semana, surgem novas ferramentas, vozes sintéticas e até influenciadores criados por IA, e tudo isso provoca uma mistura de curiosidade e medo. Medo de perder espaço, de ser substituído, de que o digital acabe “roubando” o humano das relações.
Mas o ponto central é que o problema não está na IA em si, está na forma como a utilizamos.
O medo que vem da falta de entendimento
Grande parte dessa resistência nasce do desconhecimento. Para muitos, a IA ainda soa como algo misterioso ou até perigoso, quando na verdade ela é apenas uma ferramenta, e como qualquer outra ferramenta, seu valor depende de quem a usa.
No marketing, essa percepção é especialmente sensível. Consumidores valorizam cada vez mais autenticidade e propósito, e têm medo de que a inteligência artificial “esfrie” a comunicação, deixando-a impessoal e mecânica.
E é exatamente aí que está o desafio: como usar a IA sem perder o toque humano?
Marcas que entendem o equilíbrio
As marcas que saem na frente são as que conseguem unir eficiência tecnológica com emoção genuína. A IA pode gerar textos, imagens e até roteiros, mas é o olhar humano que dá sentido e emoção a tudo isso.
Empresas que deixam claro como utilizam a IA, com transparência e propósito, conquistam mais confiança. É o caso de campanhas que mostram os bastidores, apresentam as pessoas por trás dos processos e reforçam que a tecnologia é um apoio, não um substituto.
No fim, o consumidor quer se sentir ouvido, e não analisado por um algoritmo.
O papel do profissional de marketing
Para quem trabalha com marketing, comunicação e criação, o futuro não será de substituição, mas de adaptação. A IA pode (e deve) ser usada para otimizar processos, gerar ideias e oferecer insights, mas a estratégia, o tom de voz e a conexão emocional continuam sendo essencialmente humanos.
Usar a tecnologia de forma ética e transparente é o que vai diferenciar as marcas que crescem daquelas que apenas seguem a maré.
O futuro é humano, com ajuda da IA
O medo da inteligência artificial não precisa ser um obstáculo, mas um convite à reflexão. A tecnologia não veio para roubar o lugar das pessoas, veio para ampliar as possibilidades.
A grande virada será entender que, na era da IA, humanizar é a nova forma de inovar. Marcas, empreendedores e criadores que conseguirem equilibrar emoção e inteligência sairão na frente, construindo conexões reais em meio a um mundo cada vez mais digital.
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