sábado, 20/04/2024
Mais de duas centenas de desempregados Foto: André Moreira

Empresas de transporte coletivo demitem 256 trabalhadores

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Pelo menos 256 trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Aracaju foram demitidos. A Progresso dispensou 172 pessoas, enquanto a Modelo, 84. As demissões ocorreram ontem, mas só foram divulgadas hoje,9.  O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra), Miguel Belarmino da Paixão, culpa os poderes públicos – estadual e municipal de Aracaju – que, na sua opinião, “deram pouca importância ao já falido sistema de transporte”.

“Foram demitidos motoristas, mecânicos, borracheiros, chapistas, pintores de veículos, despachantes, mas a maioria foi de cobradores”, disse Miguel Belarmino. Dos 256 demitidos, 168 foram cobradores, sendo 114 da Progresso, e 54 da Modelo. Quanto aos motoristas, foram 19 da Modelo e 29 da Progresso, num total de 48.

Belarmino explicou que o Sinttra, até sexta-feira, dará entrada numa ação civil coletiva, no Ministério Público do Trabalho, para garantir que os trabalhadores recebam todas as verbas rescisórias  a que têm direito.

O sindicalista ressalta que já existiam rumores de que demissões coletivas ocorreriam. “O Ministério Público do Trabalho já havia nos questionado sobre possíveis demissões no setor de transporte”, afirmou Miguel Belarmino.

Atualmente, três mil pessoas trabalham nas sete empresas de transporte coletivo que operam em Aracaju – Atalaia, que segundo Miguel Belarmino, vem aos poucos enxugando o quadro; a Progresso, composta também pela Tropical e Paraíso, “esta última tem cerca de 50 empregados e deixará de existir”, diz o sindicalista;  a Modelo, Capital e Halley.

“Demissões necessárias”

No início da tarde de hoje, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju – Setransp – divulgou numa nota informando que “as demissões atuais, após um ano e meio do início da pandemia, infelizmente, foram necessárias, para permitir a continuidade do serviço e preservação da maioria dos postos de trabalho”.   O documento não cita os nomes das empresas e nem o total de demitidos.

A nota diz, ainda, que “o Setransp tem acompanhado as tratativas das empresas de ônibus junto com os seus funcionários e espera que ações de socorro ao sistema cheguem o mais rápido possível”.

O Setransp diz que “desde o início do período pandêmico, o setor de transporte público coletivo vem movendo esforços para evitar redução de postos de trabalho, inclusive, localmente, com o remanejamento das funções, investindo em capacitações, que geraram diversas promoções entre os rodoviários do transporte de Aracaju e da Região Metropolitana”.

“Contudo, as medidas provisórias do Governo Federal foram finalizadas sem restar nenhuma forma de se amenizar o desequilíbrio financeiro para garantir a manutenção geral dos postos, como também sem definir fontes extra tarifárias para garantir a sustentabilidade do transporte na pandemia. A situação do setor se agravou ainda mais com o acréscimo de mais de 60% do preço do combustível só este ano, que tem tornado inevitável a tomada de algumas medidas para assegurar a continuidade da prestação do serviço regular para a população”, completa o Setransp.

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