domingo, 14/04/2024
Edvaldo Bezerra a caminho dos desafios que iam surgir

Ciclista sergipano participa da Ultramaratona Sertão Diamante, em Minas

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O atleta Edvaldo Bezerra, 40 anos, foi o único sergipano, entre os mais de mil, a participar, nos dias 21 e 22 de julho, da sexta edição da Ultramaratona Sertão Diamante 2018, que reuniu os melhores ciclistas do Brasil e do exterior. A prova não é para qualquer e os ciclistas têm que estar preparados. Afinal,  são 150 quilômetros de muitas ladeiras e, para enfrentar esse desafio, Bezerra teve que treinar bastante durante sete meses, “abrindo mão de muitas coisas em prol desse sonho”, como ele mesmo assegura.

No primeiro dia da prova, Edvaldo Bezerra, que é professor de Educação Física e proprietário da Academia Corpo São, percorreu 90 quilômetros, com altimetria acumulada de 2.300 metros, enquanto que no segundo dia foram mais 60 quilômetros, com 1.750 metros de altimetria. Para quem é leigo no esporte, o atleta explica o que é altimetria acumulada: “É o quanto a gente vai subindo acima do nível do mar e cada subida é anotada”, observa.

Mas, apesar da preparação de sete meses, as coisas não saíram do jeito que o ciclista sergipano previu.

“Saímos pelas ruas de Diamantina em uma largada simbólica até o primeiro quilômetro depois de liberada a corrida, iniciamos com uma subida de 7km. Passados os primeiros 30km fui enganado pelo meu próprio corpo e tive que me contentar em apenas completar a prova (sofri com fortes cãibras) e assim fiz. Satisfeito por isso? No primeiro instante, não! Me bateu um sentimento de fracasso, frustração, tristeza. Foi um misto de sentimentos que me fazia perguntar se seria capaz de enfrentar o segundo dia”, contou.

E o que será que Edvaldo Bezerra decidiu? Pedalar ou não pedalar? Eis a questão. Não foi fácil para o atleta chegar a uma conclusão. Ele pensou várias vezes, ponderou, e teve um diálogo longo.

“A priori, pensei várias vezes em desistir. Mas após longa conversa com Daniela Souza (a quem tenho um enorme carinho), ela me convenceu de que não seria justo comigo e com todos que torceram por mim para estar ali.  desistir.  E que isso não condizia comigo”.

E aí, será mesmo que ele concluiu a prova?

“Mesmo após essa conversa que me tranquilizou, ainda assim dormi tarde, acordei várias vezes à noite e ao levantar, definitivamente, decidi que não sairia de Aracaju para não levar a medalha completa e assim o fiz. Corri o segundo dia de prova apenas no intuito de completar um percurso não menos duro que do primeiro dia, mas completei a mandala e a trouxe na bagagem com muito aprendizado nesta prova e a certeza de voltar ano que vem  estarei melhor preparado.”

Para receber toda medalha, tem que participar das duas fases da prova

De acordo com o regulamento da Ultramaratona, o atleta que faz a primeira prova recebe, apenas, a metade da medalha. Para receber a outra metade, tem que fazer a prova seguinte e concluí-la.

Quando começou? – Edvaldo Bezerra sempre participou de provas de ciclismo, mas ainda não havia se lançado a algo tão desafiador. A vontade de participar surgiu, em 2017, quando ele estava assistindo pela televisão, a quinta edição da prova mineira. “Fiquei encantado pelo evento. Olhando depois as fotos e o vídeo do evento resolvi fazer esta prova no ano de 2018. Iniciei um treinamento no mês de agosto de 2017, apenas para preparar o corpo para uma carga maior. No dia 15 de dezembro de 2017 realizei minha inscrição e tracei todo o planejamento do treino. Inscrito na categoria Segurança Pública (voltada a todos que prestam esse serviço), iniciei meus trabalhos, participando de outras provas para pegar ritmo e realizando treinos longos durante os meses que antecediam a Ultramaratona”.

E, então chegou o dia de viajar de Aracaju rumo a Minas Gerais.

“Então chegado o dia de dirigir-me a cidade de Diamantina,  com a bike revisada na Magazine Bike Show, pelas mãos do mecânico Alisson, um excelente profissional. Fui levado ao aeroporto pelo amigo André Formigão, o qual trocou comigo algumas experiências vividas por ele em uma Ultramaratona chamada de Iron Bike. Checkin realizado embarco na aeronave e a mesma  decola às 4 da manhã e as 5:55 aterrizo em Confins,com um frio de 14°. Pego um ônibus com destino a rodoviária de Belo Horizonte e de lá me desloco em outro para Diamantina”.

Apesar de Diamantina ser uma bela cidade, cujo conjunto arquitetônico do centro histórico foi tombado em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e também reconhecida pela Unesco como  Patrimônio Cultural da Humanidade, Bezerra quase não  a conheceu. “Cidade histórica e bonita. Lá, ou você está descendo ou está subindo, mas por conta da concentração para a prova não pude conhecer alguns pontos turísticos”, lamenta.

Bezerra também não teve tempo de conhecer a lenda do Acaba Mundo e a do Tesouro do Padre Brazão, pois não havia tempo.

“Cheguei à pousada Amélia encontrei o Junior Leverentz, parceiro da equipe Bike Tribe e Kadinho Treinamentos o qual me conduziu até o ponto da retirada do kit e depois encontramos com o Guilherme, Kadinho e Felipe, que chegaram um pouco depois.”

Vencido o desafio, Edvaldo Bezerra, agradece a todos que contribuíram para a realização do seu sonho.

O nome do ciclista no mural da fama

“Em especial a Daniela Souza que a todo tempo se preocupou com minha situação na prova. Ao pessoal da minha equipe Pedal Louco Team, a Motivação e Força, aos integrantes da Companhia de Policiamento de Trânsito (Cptran), da qual faço parte e que também acompanharam meu desenvolvimento quanto aos treinamentos. Aos amigos feitos nessa prova como o Jonas, o qual me acompanhou em boa parte do percurso do primeiro dia. O Marcos grande guerreio, pedalamos longos 20 km e terminamos lado a lado a prova”.

“Um prazer enorme em conhecer o Ricardo (Kadinho Treinamentos), o Guilherme (Bike Tribe), o Felipe, uma pessoa de um coração enorme e o Junior Leverentz, um cara pra frente e super animado. No mais uma experiência de vida de superação a cada quilômetro conquistado nessa prova”.

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