Por Silvio Farias (*)
Estabelecida no coração de Mendoza, a vinícola Tikal personifica uma rica tapeçaria de paixão vinícola, inovação e respeito profundo pelo terroir argentino.
Fundada por Ernesto Catena, membro da renomada família Catena de vitivinicultores, Tikal não é apenas uma extensão do legado familiar, mas também uma declaração de intenção para o futuro do vinho argentino.
Em cada garrafa, encontramos a síntese da tradição meticulosa e do desejo incessante de explorar e experimentar.
Esta abordagem é mais visível na série Alma Negra, onde a composição exata do vinho é mantida em segredo, convidando degustadores a uma jornada sensorial sem preconceitos.
Em Tikal, cada vinho não é apenas uma bebida, mas uma expressão viva da terra e do compromisso da vinícola em elevar a enologia argentina a novos patamares.
Ernesto Catena é conhecido por sua série de vinhos Alma Negra, uma linha que desafia e provoca curiosidade.
Diferentemente de muitos rótulos que detalham seus cortes para os aficionados por vinho, Alma Negra mantém seus blends um segredo bem guardado.
Esta abordagem misteriosa não apenas acrescenta um toque de enigma a cada garrafa, mas também enfatiza a habilidade do vinicultor e a qualidade das uvas utilizadas, deixando o sabor e o aroma como os principais contadores de histórias.
Embora Tikal opere sob sua própria visão, é impossível não reconhecer as profundas raízes familiares que influenciam sua produção.
Como parte da quarta geração da aclamada família Catena, Ernesto herdou o amor e a dedicação ao vinho.
No entanto, ele também trouxe sua própria filosofia para a vinícola, focando na expressão pura do terroir de Mendoza.
Uma Abordagem Inovadora no Mundo do Vinho
Mais do que apenas seguir tradições, Tikal é um testamento à inovação.
Ernesto Catena sempre foi conhecido por seu espírito avant-garde, e isso se reflete em cada aspecto da vinícola.
Seja através do enigmático Alma Negra ou da exploração contínua de novos métodos de vinificação, Tikal se posiciona na vanguarda da cena vinícola argentina, convidando os apreciadores a embarcarem em uma jornada de descoberta a cada taça.
A interseção entre tradição e inovação é onde Tikal realmente brilha
Enquanto algumas vinícolas podem optar por seguir estritamente as antigas tradições vinícolas ou embarcar completamente nas técnicas modernas, Tikal equilibra magistralmente os dois.
Este equilíbrio é visivelmente percebido em seus vinhos, onde o respeito pela tradição vinícola se encontra com a coragem de explorar novas fronteiras.
Conexão com o Vale de Uco
A região de Mendoza, com seus solos variados e clima ideal, tem sido a espinha dorsal da viticultura argentina por gerações.
Tikal, situada nesta região vinícola de renome, aproveita ao máximo seu terroir, produzindo vinhos que refletem a rica tapeçaria de solos e microclimas.
Vale de Uco é mais do que apenas um local para Tikal; é uma terra viva que respira, influencia e inspira.
A vinícola mantém uma relação profunda com a terra, uma conexão que transcende a simples produção de vinhos.
É uma dança harmoniosa entre a natureza e o homem, onde cada vinha é cuidada com respeito e compreensão, garantindo que ela dê o melhor de si em cada safra.
Ernesto viajou e viveu em todo o mundo, e ao longo do caminho ganhou um diploma de bacharel em Ciência da Computação e Economia, um mestrado em Design em Milão e uma licenciatura em história em Londres.
Definido por muitos como o lado “boêmio” da família Catena, Ernesto é um leitor incansável e ávido, pintor, colecionador de arte, cavaleiro, polo e arqueiro.
Enquanto presidente da Bodegas Escorihuela, Ernesto sentiu a necessidade de produzir vinhos que refletissem suas crenças básicas: alta qualidade, um estilo diferente da maioria dos vinhos produzidos na época, volumes menores e um forte conceito de marca.
Ernesto Catena Vineyards foi criada para expressar essas crenças.
O Vinho Alma Negra significa “Alma Negra”, porque a cor dos vinhos feitos a partir da uva bonarda é profunda e intensa.
Os primeiros vinhos feitos, que eram todos tintos, tinham uma verdadeira “alma negra” quando você os via no copo.
Ernesto também queria criar um vinho sobre o qual pouco se conhecia, a composição ou detalhes técnicos, para que o vinho fosse julgado apenas pela forma como o provador o percebia.
Quando a linha foi lançada em 2006, os vinhos foram nomeados Misterio, e a máscara no rótulo era um símbolo de uma identidade ou mistério oculto.