segunda-feira, 25/03/2024
Fique atento ao horário do transporte neste final de semana Foto: Setransp

Motoristas e cobradores têm jornada de trabalho reduzida; negociação entre Setransp e Sinttra continua

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Os motoristas, cobradores e demais servidores do setor de transporte coletivo tiveram a carga de trabalho reduzida de oito para quatro horas diárias, assim como os salários. Essa nova jornada está valendo a partir de hoje, 1º de abril, fruto de uma negociação entre o Sindicato da Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttra), para evitar demissão em massa no setor.  Estão sendo afetadas com essa medida,  mil funcionários, sendo que desse total, 2.200 são motoristas e cobradores.

Miguel Belarmino segue negociando com o Setransp

As negociações continuam porque,  segundo o presidente do Sinttra,  Miguel Belarmino da Paixão, “os empresários não querem pagar o ticket alimentação e o plano de saúde”.   Ele diz que já ocorreram seis videoconferências e outras ainda acontecerão até que se chegue a um consenso. “O nosso intuito é evitar demissão em massa. Em Recife, 600 funcionários de três empresas foram demitidos. Em Salvador, fecharam um acordo e as empresas pagam por 10 dias trabalhados, ao invés de 30. E no Rio Grande do Nordeste, a categoria foi afastada por 30 dias, sem vencimentos, para não perder o emprego”, explicou.

O sindicalista lamentou que “nem o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e nem o governador, Belivaldo Chagas, dão subsídios para pagar a mão de obra do setor como está ocorrendo em São Paulo”. Para Belarmino, ”com receita os empresários já choram na hora de negociar, sem receita choram mais ainda. São muitas lágrimas”.

Desequilíbrio

Para o Setransp, desde que foi decretado o isolamento social para prevenção do coronavírus, a queda do número de passageiros do transporte público coletivo de Aracaju vem crescendo. Esse percentual de redução já chega a 78% e traz um desequilíbrio econômico com a incapacidade de cobrir custos do serviço, que está operando com 70% da sua frota em Aracaju, mas com uma demanda de apenas 22% do seu habitual.

Presidente do Setransp, Alberto Almeida: empresas preocupadas

Só as despesas essenciais para manutenção do transporte coletivo, que são pessoal e diesel, representam 68% dos custos. E em Aracaju, já são 152 mil passageiros a menos por dia. Toda essa situação ameaça a sustentabilidade do transporte, que é um serviço essencial, não somente neste momento de quarentena, mas com previsão para o pós-pandemia também.

O Setransp e as empresas de ônibus vêm realizando diversas reuniões com o Sinttra no intuito de buscar alternativas para preservação da maioria dos empregos.

De acordo com o presidente do Setransp, Alberto Almeida, o risco do setor entrar em colapso já é bastante preocupante. “Nesse momento precisamos focar nas alternativas possíveis de garantir a sobrevivência das empresas e dos postos de trabalho. O sistema de transporte já começou a sentir os graves reflexos negativos da pandemia, afetando empregos e a cobertura de custos. Nem mesmo os principais custos estão sendo cobertos”, enfatizou.

Mesmo com a alteração da jornada de trabalho dos colaboradores para 4 horas, o serviço de transporte coletivo continua a ser prestado com 70% da frota em dias úteis e 50 % nos finais de semana, conforme Decreto Municipal.

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Sobre Antonio Carlos Garcia

Editor do Portal Só Sergipe

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