domingo, 30/11/2025
Energia
Imagem gerada a partir da IA

Antes (energia) X presente (energia em forma de massa e movimento) X depois (energia)

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Professor Manuel Luiz Figueiroa (*)

 

Albert Einstein nasceu em 14 de março de 1879, na cidade de Ulm, na Alemanha. Filho de Hermann Einstein, um comerciante e engenheiro, e de Pauline Koch, cresceu em uma família judaica de classe média.

Albert Einstein Foto: Pixabay

Em 1896, Einstein ingressou no Politécnico de Zurique (Suíça), onde estudou física e matemática. Em 1905, Einstein publicou quatro artigos revolucionários que mudaram para sempre a física:

– Efeito fotoelétrico — mostrou que a luz tem comportamento de partículas (fótons).

Movimento browniano — provou a existência dos átomos.

Relatividade restrita — reformulou as noções de espaço e tempo.

Equivalência massa-energia (E = mc²) — unificou matéria e energia.

Em 1915, Einstein apresentou a Teoria da Relatividade Geral, ampliando sua teoria anterior e mostrando que a gravidade é a curvatura do espaço-tempo causada pela massa.

Além da ciência, foi um defensor da paz, da justiça social e dos direitos humanos.

Fugindo do nazismo, deixou a Alemanha em 1933 e se estabeleceu nos Estados Unidos da América, onde trabalhou no Institute for Advanced Study, em Princeton.

Apesar de  pacifista, apoiou o uso da energia atômica na Segunda Guerra apenas como medida de dissuasão — temendo que Hitler conseguisse desenvolver uma bomba antes dos Aliados.

Faleceu em 18 de abril de 1955, em Princeton, aos 76 anos.

Einstein não foi apenas um físico; foi um pensador humanista, que uniu ciência, ética e filosofia. Sua visão mudou a forma como entendemos o tempo, o espaço, a matéria — e até o próprio significado da realidade.

A famosa fórmula de Einstein:

E = m c2

onde:

E – energia; m – massa; c – velocidade da luz no vácuo = 299.792.458 m/s ≈ 3,0 x 108  m/s.

Unidades: Massa em kg; Velocidade em m (metro)/s(segundo); Energia em J (Joules).

1 J = 1 Kg.(m / s)2

Em fusões nucleares usa-se para unidade de energia explosiva o Quiloton (Kt) e o Megaton (Mt).

Um Kt equivale a 1.000 toneladas de TNT.

Um Mt equivale a 1.000.000 de TNT

A Little Boy (Hiroshima) liberou 15 Kt.

A Fat Man (Nagasaki) liberou 21 Kt

A Tsar Bomba, a mais poderosa, já detonada liberou 50 Mt.

Energia e massa em movimento são equivalentes — são duas formas diferentes da mesma coisa.

O mesmo se aplica ao ser humano:

Antes de nascermos, somos energia. Durante a vida, essa energia assume um corpo, uma forma material temporária que permanece em movimento.

Depois da morte, a energia retorna à sua origem. A vida, então, é uma forma de energia que mantém a massa em movimento.

Isso permite refletir sobre a relação entre  espírito e corpo, entre vida e morte: tudo é fluxo contínuo de energia em transformação.

Desta forma:

 “Antes” representa o mistério — o silêncio antes do nascimento.

“Presente” é o milagre da forma — quando a energia se veste de corpo.

“Depois” é o retorno à essência, quando o ser se desfaz em pura luz.
Tudo é energia em viagem.

O nascimento é condensação, a vida é vibração, a morte é libertação. No fundo, nunca deixamos de ser energia — apenas mudamos de forma.

Da mesma forma, se voltarmos, antes de Cristo, a Sócrates através do seu discípulo Platão “o homem é uma alma encarnada” o que compatibiliza com as ideias acima, antes é alma,  no presente é encarnado e depois desencarnado como alma.”

As ideias de energia (antes), no momento presente (massa em movimento) e depois (energia) não divergem do pensamento sagrado das religiões.

Zeus
Zeus, rei dos deuses

Os Deuses da antiga Grécia do Panteão Olimpico:

Zeus – rei dos deuses. Deus do céu, dos raios, da justiça e da ordem.

Hera – rainha dos deuses. Deusa do casamento e da família.

Poseidon – Deus dos mares, terremotos e tempestades.

Hades – Deus do submundo (mundo dos mortos). Não morava no Olimpo.

Atena – Deusa da sabedoria, estratégia, justiça e artes.

Apolo – Deus da luz, música, profecia, cura e poesia.

Artemis – Deusa da caça, da natureza e da proteção das mulheres.

Ares – Deus da guerra.

Afrodite – Deusa do amor, da beleza e da paixão.

Hefesto – Deus do fogo e da metalurgia.

Hermes – Deus dos viajantes, comércio, astúcia, comunicação e ladrões.

Deméter – Deusa da agricultura e das colheitas.

Dionísio – Deus do vinho, da celebração, do teatro e do êxtase.

Ainda, tinham os Deuses primordiais e Titãs antes dos Olímpicos: Caos, Gaia, Urano, Cronos, Reia, Oceano e Prometeu.

Os Deuses do Egito:

– Deus do Sol e criador do mundo.

Osíris – Deus da morte, ressurreição e do julgamento dos mortos.

Isis – Deusa da magia, maternidade e proteção.

Horus – Deus do céu, da realeza, e da guerra justa.

Seth – Deus do caos, das tempestades e da violência.

Anúbis – Deus dos mortos e da mumificação.

Maat – Deusa da verdade, justiça e equilíbrio cósmico. E tantos outros.

No Cristianismo – livro sagrado a Bíblia. Judaísmo – livro sagrado a Torá. E no Iluminismo – livro sagrado o Alcorão, com os seus profetas Cristo, Moisés e Maomé, respectivamente, narram a criação do antes para o presente e deste para o depois, de formas diferentes, mas, convergindo do etéreo para a matéria e desta para a luz.

Na rica tradição africana, a criação apresenta várias vertentes:  Mitologia Iorubá (Candomblé ketu), mitologia Fon (Candomblé Jeje) e demais crenças afros compartilham a crença de um Deus Supremo, como criador, mantendo compatibilidade com todas as religiões citadas acima. É fato que o monoteísmo no rigor de um único Deus e as doutrinas afros com um Deus supremo e outros Deuses com suas respectivas funções mantêm a tradição da criação do antes do presente e do depois.

 A Criação não é apenas o início do universo: é o ser surgindo a partir do não-ser. Antes do primeiro instante, não havia espaço, nem tempo, nem matéria — o que existia, se precisaria existir, escapa completamente à imaginação . O “antes” não existia,  porque a sua existência exigia, o próprio tempo que só surgiu quando o universo despertou.

A energia metamorfoseou-se em partículas, que se transformaram em átomos, formando estrelas, galáxias como parte da Criação.

A cosmologia moderna, o estudo do Universo, de sua origem e de sua organização, descreve esse nascimento como uma expansão: não uma explosão, que é um detalhe no espaço, mas o próprio espaço se estendendo. Cada galáxia afastando-se das outras é o eco contínuo daquele instante primordial. Somos testemunhas, bilhões de anos depois, dessa respiração cósmica inicial.

Com o tempo, a simplicidade deu lugar à complexidade. Estrelas nasceram e morreram, espalhando elementos que se tornariam montanhas, oceanos, árvores e seres humanos. Somos feitos do pó de estrelas — literalmente — e isso nos liga, de forma irremovível, ao evento da Criação.

Mas a cosmologia também nos lembra que o universo continua a criar. A expansão não cessou; novas estrelas nascem todos os dias; planetas se formam; a própria realidade está em constante construção. A Criação, portanto, não é um episódio encerrado: é um processo, uma marcha incessante em direção à ordem e ao equilíbrio.

Pensar a Criação é observar o universo com dois focos simbióticos de benefício mútuo e interdependência: ciência e filosofia. A ciência nos diz que o universo teve um início mensurável: um momento em que espaço, tempo e energia emergiram de um estado primordial cuja natureza ainda nos escapa. As equações nos comunicam os fatos que já existem no nosso campo mental, descrevem a expansão, a formação da matéria, a relação das forças atuantes. Cada estrela acesa, cada átomo, cada organismo é fruto de leis que operam com espantosa precisão. Que faz a filosofia senão questionar o porquê desse ordenamento, por que o ser quando poderia continuar sendo o não ser?

A ciência explica causa e efeito, a filosofia busca a essência. Isto posto, conclui-se: a Criação não é somente coisa do passado, é do presente e do futuro também.  O cosmos segue expandindo, as galáxias seguem se afastando, estrelas continuam nascendo, e a vida se reorganiza incessantemente, com os Maçons desbastando a pedra bruta, lapidando a pedra polida, apoiados no traçar do seu próprio eu.

A Criação, então, não está finalizada: ela continua sempre que buscamos a verdade, sempre que ampliamos o conhecimento, sempre que damos significado ao que existe.

Conclusão

 A criação, em sua grandiosidade e harmonia, revela a marca inconfundível de uma inteligência suprema. Nada no universo existe por mero acaso: o equilíbrio das forças cósmicas, a precisão das leis naturais — tudo aponta para uma origem ordenadora, que transcende a matéria e a limitação humana.

Ao contemplarmos dentro e fora do nosso alcance visual, o céu estrelado ou nebuloso, a complexidade da vida ou a perfeição de uma gota de orvalho, percebemos que há algo além do comprensível. O acaso não gera propósito; a matéria, por si só, não produz consciência. Logo, é racional admitir que a criação é expressão de uma Consciência Criadora, fonte de toda vida e energia.

Essa visão não exclui a ciência — pelo contrário, a ciência descobre as leis pelas quais o Criador manifesta Sua obra. A fé reconhece o autor; a ciência, o método. Ambas se unem na busca da verdade.

Afirmar que a criação é uma obra divina é reconhecer que o universo é mais que matéria — é expressão de sabedoria, amor e propósito. O Criador não apenas fez o mundo, mas continua presente em cada partícula, em cada ser, em cada sopro de vida.

Depreende-se, portanto, acrescentando ainda a vertente dos que admitem não existir o fator tempo, defendendo apenas o presente e classificando este como o estado  de pensar sobre o antes e o depois, que vislumbro a existência de um ser supremo como criador que os maçons denominam de Grande Arquiteto do Universo.

 

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 Referências:

  • EINSTEIN, Albert. Relatividade: a teoria especial e a geral. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.
  • HAWKING, Stephen. Uma breve história do tempo. São Paulo: Intrínseca, 2015.
  • GREENE, Brian. O tecido do cosmos: espaço, tempo e a textura da realidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
  • GAMOW, George. A criação do universo. São Paulo: Perspectiva, 2004.
  • PENROSE, Roger. O caminho para a realidade: um guia completo das leis do universo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
  • HAWKING, Stephen; MLODINOW, Leonard. O grande projeto. São Paulo: Nova Fronteira, 2010.
  • PLATÃO. Fédon. São Paulo: Martin Claret, 2012.
  • HERÁCLITO. São Paulo: Loyola, 2013.
  • SPINOZA, Baruch. Ética. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
  • ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Loyola, 2002.
  • A Bíblia Sagrada. Gênesis, capítulos 1 e 2.
  • A Torá. Livro de Bereshit (Gênesis).
  • O Alcorão Sagrado. Surata 2 (Al-Baqarah).
  • PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
  • ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
  • PIKE, Albert. Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito. São Paulo: Madras, 2006.
  • MACKEY, Albert G. Encyclopaedia of Freemasonry. Chicago: Masonic History Co., 1917.
  • WAITE, Arthur Edward. A nova enciclopédia maçônica. São Paulo: Pensamento, 2018.
  • CAPRA, Fritjof. O Tao da Física. São Paulo: Cultrix, 2002.
  • GOSWAMI, Amit. O universo autoconsciente. São Paulo: Cultrix, 2013.
  • D’ESPAGNAT, Bernard. A realidade e o físico. Lisboa: Gradiva, 1990.

 

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Sobre Manuel Luiz Figueiroa

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Professor Manuel Luiz Figueiroa é aprendiz maçom da Loja Maçônica Clodomir Silva

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