A falta de água provocada pelos sucessivos rompimentos da Adutora do São Francisco, no município de Capela, desde a última sexta-feira (12) deixou cerca de 881 mil pessoas sem abastecimento em Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros e parte de São Cristóvão, que compõem a região metropolitana. O problema, que se estendeu por todo o fim de semana, gerou impactos diretos no setor de bares e restaurantes.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Sergipe (Abrasel-SE), Bruno Dórea, afirmou que os estabelecimentos precisaram recorrer a soluções emergenciais. Está normalizando aos poucos. E com certeza é um prejuízo grande, até porque todo mundo teve que chamar um carro-pipa ou dar seu jeito de encher o tanque de água. E isso é muito oneroso. Um carro-pipa custa em torno de R$700, o que pode até comprometer o lucro de um final de semana inteiro de trabalho”, destacou.

Segundo ele, os empresários enfrentaram dificuldade para conseguir caminhões-pipa diante da alta demanda. “A oferta e a procura também influenciam no preço e, às vezes, mesmo com dinheiro, não se encontra. Foi um caos, porque restaurante sem água não tem como funcionar: banheiro, cozinha, lavagem de pratos, tudo depende. Muitos colegas tiveram que usar água mineral para preparar os alimentos, o que onera ainda mais os custos”, relatou. A Abrasel representa cerca de 70 associados diretos em Sergipe, mas o setor engloba 4 mil CNPJs em Aracaju e 10 mil em todo o estado.
Bruno Dórea afirmou que não tem como contabilizar os prejuízos, pois cada um dos associados afetados com a falta de água tem questões específicas. Ele lamentou o problema e destaca que é a segunda vez que ocorre em pouco tempo. “Há quinze dias já tivemos falta d’água em um fim de semana. Agora aconteceu de novo. Se houver outro episódio semelhante, o mês estará comprometido pelos prejuízos. O setor não aguenta mais”, afirmou.
Religação gradual para a Grande Aracaju
Os serviços de reparo no segundo trecho da adutora, no município de Capela, foram concluídos no fim da tarde da segunda-feira (15), após trabalho contínuo do Governo de Sergipe, da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) e da concessionária Iguá Sergipe. Com a religação, a distribuição de água volta a ocorrer de forma gradual.

Enquanto isso, uma força-tarefa manteve a distribuição emergencial por meio de 82 caminhões-pipa, que atenderam hospitais, UPAs, UBSs, escolas, creches, abrigos, delegacias, unidades de segurança e bairros da capital e região metropolitana. A Prefeitura de Aracaju também montou esquema especial para comunidades mais afetadas, como Lamarão, Bugio, Santa Maria e Jabotiana.
O governador em exercício, Zezinho Sobral, ressaltou o empenho do comitê de crise. “Nossas equipes técnicas trabalharam de forma ininterrupta. Agora podemos anunciar que a distribuição volta à normalidade, mas os caminhões-pipa continuam disponíveis para garantir os serviços essenciais até a total normalização”, disse.
De acordo com a Iguá Sergipe, a normalização completa deve ocorrer ao longo desta terça-feira (16), especialmente nas áreas mais altas e distantes do sistema. O diretor-geral da concessionária, Fernando Vieira, reforçou que o monitoramento será feito em tempo real para garantir estabilidade.
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