Por Valtênio Paes de Oliveira (*)
Desfiles, mensagens, fotos e vídeos em redes sociais, presentes, sorrisos falsos, e ostentação, inundarão as comunicações até 25 de dezembro. Eis o “Natal” de grande parte da população no mundo ocidental. Com frequência, cometem maldades com o aniversariante deixando no esquecimento suas mensagens espirituais e humanitárias.
Desde os anos 300 depois de Cristo, que se comemora o nascimento de Jesus Cristo — quando os católicos cristianizaram as comemorações pagãs. Fé, esperança, amor, união, gratidão e solidariedade compõem o cardápio. Nos dias de hoje acrescente-se a inclusão social, tolerância, paciência, amizade, dentre tantas ações. Neste toar, preconceito, em especial contra mulheres, negros, estrangeiros, deficientes, aparências, sexo etc. não condizem com os preceitos cristãos, em que pese, muitas pessoas usam a religião justamente para praticarem tal agressão.
Surgido num momento histórico em que o politeísmo era comum entre os povos, logo, o pensamento cristão se espalhou pelo mundo pela força da mensagem e do monoteísmo. O Império Romano, com Constantino, facilitou a difusão da religião. Ricos exploradores praticavam a caridade iniciada na Idade Média, até hoje difundida, porém poucos buscaram dividir o pão. Muitos fizeram e ainda hoje fazem, ouvido de mercador: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós de comer!” (Mateus 14,16)
A pressa dos convidados é tamanha pelo banquete que já começam no início da noite de 24 de dezembro. Comer e beber desejando “Feliz Natal” torna-se a frase frequentemente pronunciada entre os comemoradores. O aniversariante, esquecido, não escuta seu nome pronunciado. Suas ideias não são abordadas, tampouco praticadas. Muitas vezes tramas malignas acontecem. Pura hipocrisia! Vez por outra, alguns líderes religiosos abordam o tema, outros usam o nome de Jesus Cristo na busca do poder político e da prática da maldade.
Com tantas desgraças ambientais, políticas e desigualdade social, consumismo inveterado, individualismo exacerbado, o “amar o próximo como a ti mesmo” daria uma grande reflexão nos dias atuais. Justiça social e partilha do pão não fazem parte das reflexões nos banquetes natalinos. Talvez esta data fosse um bom momento de culminância para ações concretas e reflexões sobre amor, perdão, solidariedade e espiritualidade. Mesmo que não mudássemos o mundo terreno, estaríamos fazendo nossa parte mudando a rota. Sentimentalismo espiritual, coisa do passado, ou necessidade de ressignificação do comportamento humano ante o consumismo e individualismo exagerados? A consciência de cada pessoa, no seu âmago, tem a palavra para responder.
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