domingo, 24/03/2024
Cânion do Xingó
O catamarã Apolônio Sales no Cânion do Xingó Foto: Ivo Rodrigues

Cânion do Xingó: vários motivos chamam você para ir até lá

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Lembrar da infância vivida em Canindé do São Francisco e das brincadeiras à beira do Rio São Francisco. Ter como meta de vida conhecer todos os municípios banhados pelo rio ou, simplesmente, curtir a bela vista. Estes são alguns dos motivos que levaram turistas de diversas partes do Brasil e de outros países a conhecerem o Cânion do Xingó, um dos mais belos do mundo, em pleno sertão sergipano, a bordo do catamarã Apolônio Sales, da MFTur. O cânion surgiu em virtude do represamento das águas do Velho Chico para construção da Usina Hidrelétrica do Xingó, inaugurada no dia 10 de junho de 1994.

As arquitetas Sandra Albino e Rani Moraes, com o biólogo Gabriel Egito Fotos: João Pedro e Rose Garcia

A arquiteta Rani de Moraes mora em Natal, no Rio Grande do Norte, mas nasceu em Aracaju e dos seis aos 14 anos morou em Canindé do São Francisco. Na semana passada, ela – em companhia de Sandra Albino e Gabriel Egito – encerrava, no Catamarã Apolônio Sales, uma jornada  de férias iniciada há 15 dias, de carro, que começou no Jalapão, localizado no extremo leste do Tocantins, a 350 quilômetros de Palmas, até chegar a Sergipe.

“Estive aqui no Velho Chico em 2011, portanto, há 11 anos e percebi que Canindé mudou muito pouco. Quando estive aqui, só havia um catamarã, mas hoje tem muito mais”, disse Rani de Moraes.  No catamarã, curtindo o visual dos paredões e o imenso lago, Sandra Albino  não acreditava que teria de voltar ao trabalho, junto com Rani, na sexta-feira, 29. Gabriel Egito dizia: “Que passeio maravilhoso!”. E no ponto em que todos os passageiros do Apolônio Sales podiam tomar banho no lago, apenas Sandra entre os três não escolheu essa opção.

Casos de amor

Leidélia Villefort, jornalista aposentada

Depois de 31 anos de muito trabalho em diversas redações, a agora jornalista aposentada Leidélia Villefort, 61 anos, residente em Felixlândia (MG) estava pela segunda vez em Sergipe. “A primeira vez, quando eu vim de carona, tinha 18 anos”, lembra Leidélia. O Velho Chico lhe traz recordações da mãe, Lady da Silva, 96 anos, falecida recentemente, que contava casos de amor ocorridos às margens do rio. Ela diz que é “apaixonada pelo rio” e que não “pode morrer sem conhecer todos os municípios banhados pelo Velho Chico”. Ela já conhece a nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, mas ainda não visitou a foz, que fica entre Brejo Grande (SE) e Piaçabuçu (AL).

Leidélia gosta muito de viajar. Conhece parte da Europa, Estados Unidos, Cuba e Argentina. É apaixonada pelo Nordeste e pelo Brasil e só falta conhecer um pouco do Maranhão, Rondônia e Roraima. E claro, como ela já disse, os municípios banhados pelo Velho Chico.

Sentado no catamarã, o casal Carlos e Débora, residentes em Indaial, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, estava pela primeira vez no Velho Chico, mas antes já haviam passado por Recife, Ceará, Juazeiro do Norte, João Pessoa, Natal. Ali conheceram Pedro e Olívia Juchem, residentes em Sinop (MT), e Ilioni e Ilionei Manfroi. E durante o percurso observavam as belezas naturais e defendiam que a preservação do local deve ser para sempre.

Restaurante Karrancas, ponto de partida para o Cânion do Xingó

O passeio de catamarã

Daniele Rocha Santos, gerente do restaurante Karrancas

Para fazer o passeio de catamarã pelo cânion do Xingó, o ponto de partida é no Restaurante Karrancas. No restaurante você compra a passagem para o passeio, que custa R$ 135 por pessoa, sendo que crianças de zero a quatro anos não pagam, e de 5 a 9,5 anos pagam meia – R$ 67,50 e dura três horas. De segunda a sexta-feira, os catamarãs iniciam o passeio às 11h30; aos sábados e domingos, às 9 horas, 10h30 e 11h30.  Um detalhe importante, segundo Daniele Rocha Santos 28, gerente do restaurante.

Para não ter que esperar ao retornar do passeio “faça logo o seu pedido de almoço”  recomenda Daniele, que sugere como opção moqueca de pitu, uma das especialidades da casa. O Karrancas oferece mais de 30 pratos no cardápio e nos finais de semana  há o buffet livre que custa R$ 56 por pessoas, sendo que crianças de cinco a nove anos pagam meia – R$ 28. O restaurante, que funciona todos os dias das 8 às 17h30, tem capacidade para duas mil pessoas e gera mais de 100 empregos diretos. Todos os funcionários são sergipanos e alagoanos.  “Desse total, 40 são garçons e garçonetes”, afirmou Daniele.

O Só Sergipe fez o passeio a bordo do catamarã Apolônio Sales, da MFTur, cujo comandante foi Ivo Rodrigues. O catamarã tem capacidade para 250 pessoas. Durante o trajeto, Ivo informa aos turistas alguns detalhes, como o criatório de tilápias, que abastece o mercado nordestino, as formações rochosas como o Morro dos Macacos, Pedra do Gavião, Pedra do Japonês, entre outras.

Ivo Rodrigues, comandante do Apolônio Sales, informando aos turistas os locais por onde passam; e as jovens fotógrafas Flávia Rodrigues e Cristiane Freitas atendem os turistas

Ele avisa, também, que numa pequena cavidade da rocha foi colocada uma imagem de São Francisco de Assis, que dá nome ao rio. No catamarã, as jovens Flávia Rodrigues e Cristiane Freitas oferecem o serviço de fotografia para os turistas. Há também o serviço de bordo, que não está incluso no valor da passagem. O turista consome o que desejar e pouco antes de concluir o passeio tem que fechar a conta.

E o catamarã vai seguindo pelo grande lago, ao chegar num local chamado Paraíso do Talhado, a embarcação fica parada por uma hora, e aqueles que desejarem podem tomar banho e com a ajuda dos conhecidos “macarrões” a pessoa pode boiar. Um guarda-vidas MFTur fica atento aos banhistas e está pronto para entrar em ação caso haja necessidade. Outra opção no Paraíso do Talhado é pegar uma canoa – a passagem por pessoa custa R$ 20 – para ir até o final da gruta onde começa uma trilha. Detalhe: quem não tiver dinheiro em espécie pode pagar através de PIX ou cartão. Mas não é permitido descer. O canoeiro retorna para o local onde está ancorado o catamarã.

No Cânion do Xingó podem ser vistos muitos paredões e um lago esverdeado, na divisa entre Sergipe e Alagoas

Uma sugestão de hospedagem  é a Pousada Vitória, em Canindé do São Francisco. Depois de recuperar as energias na pousada, a pedida é ir até Piranhas, e  visitar a Cachaçaria, Pizzaria e Sushi Bar Altemar Dutra, que fica no centro histórico da cidade.  As canções de Altemar fazem tanto sucesso na cidade alagoana, que a praça leva o seu nome e ainda há uma estátua em sua homenagem. É uma excelente pedida.

Pai da Chesf

engenheiro
Apolonio Sales Foto: Wikipedia

Ao dar o nome de um dos catamarãs a Apôlonio Sales, a MFTur homenageia aquele que é considerado “o pai da Chesf”. A Chesf é a Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Ele foi um engenheiro e político brasileiro, senador por Pernambuco, de 1947 a 1951 e de 1951 a 1959, presidente do Senado de 1956 a 1958. Ministro da Agricultura no governo Getúlio Vargas, de 28 de fevereiro de 1942 a 29 de outubro de 1945[1] e de 29 de junho a 24 de agosto de 1954. Em 1948, com base no Decreto Lei nº 8.031, de 3 de outubro de 1945 foi criada a Chesf. E a ideia da Chesf foi dele, por isso esse codinome.

Apolônio nasceu em Altinho, Pernambuco, no dia 24 de agosto de 1904, e morreu no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1982, aos 77 anos.

A MFtur tem outras quatro embarcações e você pode clicar aqui e  ler o resumo da história: Luiz Gonzaga, Padre Cicero, Rei do Cangaço, Patativa do Assaré, Frei Damião e Delmiro Gouveia.

 

Rio São Francisco banha 521 municípios

Rio São Francisco alcança por volta de 8% da extensão nacional

Lembra da Lidélia, que quer conhecer todos os municípios banhados pelo Rio São Francisco? É bom planejar direito, pois o maior rio do Brasil tem em média 641 mil quilômetros quadrados, discorre cerca de 2.830 quilômetros e alcança por volta de 8% da extensão nacional. Devido ao fato de ser muito grande, é dividido em Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco.

O rio São Francisco atinge cerca de 521 municípios do Brasil e percorre estados como: Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. É um rio perene, porque seu fluxo é constante e estável durante todo o ano, nunca seca.

 

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CEO do Só Sergipe

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