Apesar da alta arrecadação tributária, o Brasil se destaca negativamente no cenário global por ser o país que menos reverte seus impostos em melhoria da qualidade de vida para a população. A situação se repete internamente, com disparidades expressivas entre os estados. Na 3ª edição do Índice de Retorno ao Bem-Estar da Sociedade por Estado (IRBES), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Sergipe ocupa a 17ª posição entre as 27 unidades federativas, mantendo a mesma colocação registrada na edição anterior.
Piores estados no retorno de impostos (2022)
Melhores estados no retorno de impostos (2022)
Posição de Sergipe e estados intermediários (2022)
Posição
Estado
Carga Tributária sobre PIB
IDH
IRBES
23º
Paraíba
9,87%
0,705
163,57
24º
Bahia
10,00%
0,706
163,51
25º
Alagoas
8,64%
0,683
161,12
26º
Pará
10,36%
0,705
163,02
27º
Maranhão
9,03%
0,676
162,08
Posição
Estado
Carga Tributária sobre PIB
IDH
IRBES
1º
Distrito Federal
3,68%
0,842
182,33
2º
São Paulo
7,68%
0,825
176,29
3º
Rio de Janeiro
4,92%
0,785
176,07
4º
Santa Catarina
8,74%
0,794
172,44
5º
Rio Grande do Sul
8,43%
0,786
172,11
Posição
Estado
IRBES
16º
Ceará
165,74
17º
Sergipe
165,61
18º
Rondônia
165,30
19º
Roraima
164,74
20º
Piauí
164,18
O levantamento mostra que, em 2022, os piores desempenhos na aplicação de recursos tributários para o bem-estar da sociedade foram registrados na Paraíba, Bahia, Alagoas, Pará e Maranhão. Na edição anterior, os últimos lugares ficaram com Rondônia, Piauí, Amazonas, Bahia e Roraima.
O presidente-executivo do IBPT e um dos autores do estudo, João Eloi Olenike, avalia que uma melhor gestão das receitas públicas poderia transformar o quadro. “É importante ressaltar que, se os recursos arrecadados fossem geridos com maior transparência e direcionados de forma estratégica para áreas essenciais como saúde, educação, segurança e infraestrutura, a qualidade de vida da população experimentaria uma melhora”, afirma.
Entre os estados que lideram o ranking de 2022, aparecem o Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Comparando com a edição anterior, houve troca de posições: Santa Catarina passou a ocupar o quarto lugar e o Rio de Janeiro subiu para a terceira colocação.
Olenike destaca que os melhores resultados estão concentrados nas regiões mais ricas do país. “Observa-se que, realmente, esses estados, quando alcançam melhor retorno de seus impostos ao bem-estar, correspondem com as regiões mais ricas do país, sendo Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Mas cabe ressaltar que ainda há o que melhorar no aproveitamento dessas arrecadações para desempenho em educação, saúde, segurança e outros serviços”, pontua.
O presidente-executivo do IBPT espera que o estudo incentive maior cobrança social e política. “Nós desejamos que exista uma maior exigência, controle e transparência em relação à aplicação dos recursos oriundos da arrecadação tributária e que possam, definitivamente, gerar um melhor índice de desenvolvimento humano para a nossa tão carente população”, conclui.
Metodologia
O ranking do IRBES é definido em ordem decrescente do índice calculado para cada estado, considerando dois indicadores: carga tributária (com peso de 15%) e Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (com peso de 85%). A metodologia parte do entendimento de que o IDH, independentemente da carga tributária, é mais representativo para medir o retorno em qualidade de vida.
Sobre o IBPT
Fundado em 1992, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação é referência nacional no estudo do sistema tributário e na promoção da transparência fiscal. Além de análises e levantamentos, o IBPT mantém o maior banco de dados privado de informações tributárias e empresariais do país, investindo em tecnologia e capacitação para desenvolver pesquisas e serviços.
Só Sergipe Notícias de Sergipe levadas a sério.


