domingo, 17/03/2024
Presidente dos EUA, Donald Trump tem 52 alvos iranianos Foto: Agência Brasil\Eva Marie Uzcategui/Reuters/Direitos Reservados

O conflito Estados Unidos e Irã pode afetar suas finanças?

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David de Andrade Rocha (*)

Já no início de 2020, o mundo ficou eufórico com a notícia de que um ataque promovido pelos Estados Unidos da America ao Irã havia matado um alto dignitário do país e isso poderia gerar uma guerra de grandes proporções. Com isso o temor cresceu no mercado, e se as pessoas não tomarem cuidado verão parte de seu patrimônio ser destruído apenas por esses rumores.

Apesar da seriedade da situação, é pouco provável que esse conflito leve a uma guerra que abale realmente as estruturas do mundo como conhecemos hoje. Mas é comum qualquer coisa nesse sentido gerar grande alvoroço nos mercados de capitais mundiais e, sendo assim, afetar de forma sutil todas as pessoas no mundo.

Já na sexta feira, dia 03/01/2020, as bolsas mundiais caiam e o dólar subia. Esse movimento durou o dia quase todo, quando o Federal Reserve, o Banco Central americano, anunciou sua política para a taxa de juros norte americana.  Os investidores se acalmaram e a bolsa brasileira diminuiu suas perdas e o dólar se acalmou por aqui.

Isso nos traz, pelo menos, uma noção de que o mercado até certo ponto não está considerando essa ameaça de guerra como algo sério e o investidor pessoa física também não deveria sair vendendo tudo nesse momento, pois assim estaria apenas destruindo seu capital. É importante ressaltar que as pessoas devem proteger seu capital de variações nas taxas de juros ou de quedas acentuadas. Nesses momentos os investidores mais sensatos estão investindo em ouro, que permite passar por épocas tensas com a certeza de que o capital está protegido.

Mas se você que lê agora esta coluna e não é investidor e está pensando: “no que isso me afetaria?” Sinto dizer que você está em uma posição bem frágil, se algo realmente acontecer, pois não podemos ter uma noção exata dos desdobramentos que essa tensão irá levar. Mas uma coisa é certa: a inflação tenderá a ter um leve aumento.

Selic

Por causa da tensão entre os dois países, o petróleo já subiu 4% na sexta feira e isso tenderá a deixar os combustíveis de base fóssil mais caro; logo, o preço da gasolina será a primeira a ser reajustada, mas isso levará o etanol a aumentar também, e por efeito dominó tudo que depende de frete para chegar aos locais do nosso país sentirá e terá seu preço ajustado para compensar o aumento do combustível.

Não bastasse, se o dólar voltar a subir e a Selic se mantiver baixa durante muito tempo, teremos o problema dos produtos daqui ficarem muito caros. Tudo que tem preço cotado em dólar iria ter um aumento equivalente e a diminuição de oferta aqui também seria menor, já que comerciantes e produtores veriam muito mais vantagem em exportar seus produtos do que vender no mercado interno. Com baixa oferta e dólar em alta, mantendo-se a demanda, teremos novamente o efeito que aconteceu com a carne bovina nos últimos meses de 2019. Mas dessa vez de forma mais generalizada.

Para terminar, se você está investindo, lembre-se de proteger seu capital e se você não tem nenhuma reserva, comece de agora a preparar um corte de gastos para poder fazer, pois se as coisas aumentarem por conta dessa tensão geo política e você for pego desprevenido o baque pode ser muito grande na sua vida financeira.

Para se preparar, sempre conte com a ajuda da educação financeira, que hoje felizmente está disponível para todos e de forma muito barata ou gratuita. Não seja uma vítima dessas circunstâncias. Aproveite o momento para aprender mais e ficar protegido desses eventos.

 

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