sábado, 22/11/2025
Bolsonaro e Lula
A polarização política transformou o debate público em um verdadeiro campo de batalha Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Polarização política, eleições e comunicação assertiva: como buscar o consenso e respeitar as diferenças em 2026

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Por Diego da Costa (*)

 

O ano de 2026 será, sem dúvida, um marco na história política do Brasil. Teremos uma das eleições mais importantes dos últimos anos, com a escolha de Presidente da República, dois Senadores por estado, Governadores, Deputados Federais e Estaduais. Em meio à movimentação das campanhas, redes sociais fervendo e debates que se multiplicam, uma palavra costuma ganhar destaque: polarização. De um lado, os chamados “coxinhas”. Do outro, os “petralhas”. E, no meio desse cabo de guerra, o Brasil.

 

A dinâmica da polarização: quando perder vira rotina

A polarização política transformou o debate público em um verdadeiro campo de batalha. Rótulos são reforçados, amigos e familiares se afastam e, muitas vezes, perde-se a capacidade de diálogo. O ambiente deixa de ser um espaço de troca para se tornar um muro de lamentações, ofensas e negação do diferente.

Esse cenário é perigoso, pois nos faz esquecer que o objetivo de uma democracia não é anular o outro, mas sim construir, juntos, soluções que contemplem a maioria e respeitem as minorias. No calor da disputa, nos esquecemos de que adversários não são inimigos, mas diferentes intérpretes de um mesmo país.

 

Consenso não é fraqueza, é maturidade democrática

Num país vasto e diverso como o Brasil, o consenso nunca será total, mas é possível — e necessário — buscar pontos de convergência. Isso só acontece quando há disposição genuína para ouvir, refletir e negociar. Não se trata de abrir mão de valores, e sim de entender que nenhuma visão sozinha dará conta dos nossos desafios. Pluralidade é riqueza, e negociar é construir pontes.

O consenso não anula diferenças, mas as considera. Aponta caminhos possíveis para a coletividade, reconhecendo que ninguém detém todas as respostas e que o respeito à diversidade é o maior ativo de uma nação.

democracia

 

O papel da comunicação assertiva nesse cenário

Aí entra a comunicação assertiva, tema fundamental não só para o ambiente político, mas para todas as relações sociais. Comunicação assertiva é aquela em que expressamos nossos pensamentos, sentimentos e demandas com clareza, respeito e empatia. Ela se opõe tanto à agressividade (que agride e fecha portas), quanto à passividade (que silencia e anula).

Na hora de debater política — seja no almoço de família, nas redes sociais ou no trabalho —, ser assertivo significa:

  • Defender seus pontos de vista sem abrir mão do respeito ao outro;
  • Ouvir verdadeiramente, buscando compreender as razões do outro lado;
  • Fazer perguntas abertas, que estimulem a reflexão e o diálogo;
  • Fugir de generalizações e rótulos reducionistas;
  • Reconhecer quando o outro tem razão, sem que isso signifique perder sua identidade.

Comunicação assertiva é, portanto, o grande antídoto contra o veneno da polarização. Onde há respeito e escuta, há possibilidade de construir consensos.

 

Convite ao diálogo: por um futuro melhor para todos

O Brasil que queremos só será possível se cada um fizer sua parte na construção de um debate público saudável — começando pela forma como nos comunicamos. Em 2026, teremos novamente a oportunidade de decidir não apenas com o voto, mas também com atitudes cotidianas, que contribuam para a tolerância, o respeito e o aprimoramento da nossa democracia.

Não precisamos concordar com tudo, mas precisamos, com urgência, nos escutar e buscar o melhor para a maioria, sem perder o olhar atento às diferenças que nos tornam únicos e, ao mesmo tempo, parte deste grande coletivo chamado Brasil.

Que a próxima eleição seja lembrada, não pela radicalização, mas pelo avanço do diálogo e da maturidade democrática. E que cada um de nós seja parte ativa desse processo, praticando a comunicação assertiva, o respeito e a busca incansável pelo consenso.

 

diálogo

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Sobre Diego da Costa

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Diego da Costa é Profissional de Administração (CRA-SE 2035-01), Pós-graduado em Gestão de Marketing (Unit), MBA em Gerenciamento de Projetos (FGV), Radialista, Teólogo e Escritor.

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