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Sobre o novo prestador de serviços

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Petruska Menezes (*)

Com as mudanças nas leis trabalhistas e a criação dos modelos de micros e pequenas empresas, principalmente de Microempreendedor Individual (MEI), as relações entre patrão e empregado foram muito modificadas, e entre cliente e prestador de serviços muito mais.

Algumas profissões, como manicure, foram “convidadas” pelos donos de salão de beleza a se tornar pessoa jurídica, por meio da constituição de MEI, para a prestação de serviços. Com isso, direitos como 13º salário e férias ficaram comprometidos. Um prestador de serviços recebe por produção, pela venda de um produto ou serviço.

Se por um lado, algumas profissões perderam direitos, outras ganharam. Os prestadores de serviços domésticos, como as faxineiras, e do mundo da construção civil, como pedreiros, pintores e, até mesmo, jardineiros podem expandir seus serviços, porque conseguem emitir nota fiscal, participar de processos seletivos ou licitações que contemplem esse modelo.

O principal desafio para estes profissionais é  a capacitação para o novo século. Os profissionais qualificados de forma técnica estão longe de ter o comportamento adequado exigido pelo Mercado. Poucos se interessam por cursos de gestão e empreendedorismo e já possuem, por feeling, a habilidade de saber tratar o cliente de forma a cumprir horários e prazos. O “jeitinho brasileiro”, contudo, ainda é algo tão fundante na maioria das pessoas, que é muito comum para o “jovem administrador de sua própria empresa” saber se comportar de forma ética com seus clientes.

Eletricista: cumprimento dos deveres

Pergunto para quem contratou serviços de um pedreiro, carpinteiro, jardineiro, eletricista, entre outros: Ele chegou na sua casa no horário que disse que chegaria? Acertou a forma de pagamento e não pediu um adiantamento antes do término do serviço? Você adianta o pagamento e a pessoa some e precisa ser cobrada diuturnamente, para que venha terminar o que foi combinado? Deixou você na mão, porque encontrou outro serviço que pagava mais e foi te levando “em banho maria” ou tentando fazer as duas coisas ao mesmo tempo, até que o ajudante dele, normalmente alguém novo e inexperiente, “soltou sem querer” a verdade e você ficou sabendo? Sua faxineira simplesmente falta, não te avisa, e na outra semana, diz que esteve doente e, um mês depois, comenta como foi boa a viagem que fez de excursão com pessoas do bairro dela para uma praia próxima? Isso acontece com você ou somente comigo e com pessoas próximas a mim?

Estamos passando por um processo em que existe uma grande demanda para tais profissionais, mas falta qualificação para lidar com os clientes. Quem se organizar e desenvolver um planejamento (que não precisa ser completo) para desenvolver atividades como, por exemplo, saber lidar com seus clientes, conseguirá abarcar fatia maior do Mercado. Se tiver campo de visão, a “pessoa jurídica” vai crescer e, com mais qualificação, o prestador de serviços pode até terceirizar mão de obra, recebendo porcentagens de colegas que irão fazer serviços para ele. Para isso, é preciso ter visão e proatividade e, sobretudo, aprender a respeitar o cliente, que ainda é o melhor divulgador de seu trabalho. Melhor que qualquer campanha publicitária. Um cliente fiel adota você como alguém de confiança e, portanto, um aderente (alguém quase da família). São as boas relações construídas com verdade, confiança, seriedade, compromisso e qualidade na inteligência emocional que mostrarão quem sobreviverá no futuro.

O tal Mercado tem altos e baixos em relação às demandas. Se hoje existe muita procura pelos prestadores de serviços, em algum momento de baixa das atividades, não terá serviço para todos e, nesse caso, só sobreviverão os melhores e mais bem-qualificados. Será que você estará entre eles?

(*) Profa. Esp. Petruska Passos Menezes é psicóloga e psicanalista, integrante do Círculo Psicanalítico de Sergipe, tem MBA em Gestão e Políticas Públicas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Gestão Estratégica de Pessoas (pela Fanese), Neuropsicologia (pela Unit) e em curso Gestão Empresarial pela FGV.

** Esse texto é de responsabilidade exclusiva da autora.  Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.

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