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Petruska Menezes (*)

Com a pandemia, muitos dos encontros que aconteciam em bares, livrarias, shoppings, praias e nas casas dos amigos foram migrados para a internet. Aplicativos como o Zoom e Google Meet passaram a perpassar nossa vida diariamente. Para situações de trabalho e estudo, tirando a necessidade de adaptação e domínio da ferramenta, as coisas continuam seguindo, avançando. Mas e quanto às relações amorosas?

Muitas pessoas acabaram migrando para aplicativos de relacionamento virtual, como o Tinder, Badoo, dating.com, Par Perfeito e outros sites, para buscar sua “alma gêmea”. A não tão nova forma de encontro foi intensificada. A solidão, o medo de estar só e a carência foram intensificados com a necessidade do isolamento social e uma alternativa foi recorrer a esses “apps” que colocam você ligado ao mundo, podendo conhecer pessoas de outras nacionalidades e línguas.

O que muita gente não esperava é que perfis falsos (fakes) têm sido usados para iludir, quando não extorquir dinheiro de suas vítimas. Tanto há pessoas seriamente comprometidas em sua saúde mental que procuram se relacionar iludindo e ludibriando pessoas que buscam encontrar o amor, amizades e paqueras nesses aplicativos, quanto existem aquelas que os usam para tentar extorquir uma renda financeira de alguém. Mais comum do que pensamos, você já pode ter conhecido uma pessoa assim e não ter se dado conta.

É importante se precaver e se cuidar na hora do contato virtual com o outro. Vamos a algumas orientações importantes. Desconfie de fotos muito bem-feitas. Por mais que tenhamos cada dia mais smartphones com câmeras fotográficas desenvolvidas e potentes, fotografar é uma arte e a forma como se olha para a câmera e se produz imagens pedem conhecimento de percepção, iluminação, foco da fotografia e, algumas vezes, ferramentas de tratamento da imagem.

Além disso, existe uma ferramenta no Google Imagens que compara a foto do perfil da pessoa com outra semelhante. Esse é o primeiro passo para descobrir se a pessoa se apresenta como ela é ou se está usando a imagem de outra, de forma indevida. É muito comum essas pessoas buscarem fotos de modelos ou pessoas de sucesso em outros países, mas desconhecidas no Brasil. Nesse caso, elas se aproveitam do desconhecimento dos hábitos e cultura de outros países, além da Língua, para alegar o uso do Google Tradutor e dificultar a comunicação.

Desconfie de gente que evita se mostrar, não tem confirmação de Facebook e Instagram (alguns aplicativos, para evitar perfis falsos, pedem que as pessoas vinculem as demais redes sociais ao perfil do aplicativo sem, entretanto, deixá-los abertos para visualização).

Quando for disponibilizar seu número de telefone, muitas vezes para conversas no WhatsApp, lembre-se de ativar a segurança em dois tempos. Assim, ficará mais difícil clonarem seu aparelho celular. Nunca e em hipótese alguma envie nudes. Você não sabe como o outro poderá utilizar suas fotos ou vídeos sensuais. Se, realmente, o sexo virtual é algo que te faz bem, prefira utilizar as videochamadas e, mesmo assim, evite mostrar o corpo e o rosto ao mesmo tempo. Você pode estar se relacionando com uma pessoa legal, mas também existem pessoas que não têm o menor cuidado com o outro e, quer seja por descuido com seu celular ou intencionalmente, você pode acabar exposto/a. Lembre-se: uma vez que as imagens vão para a rede, é impossível retirá-las, mesmo que o arquivo original seja deletado – palavras de profissionais da computação.

Também verifique a realidade dos sentimentos expressos. Se com uma semana de relacionamento a pessoa já te chama de “amor” e diz que não sabe viver sem você, ou ela está mentindo ou tem graves problemas mentais e de vinculação funcionando como personalidade adesiva. São as pessoas mais difíceis de desvincular e as mais capazes de loucuras para não perder aquele com quem foi feito o vínculo.

Essas são apenas algumas orientações para quem está buscando novas formas de se relacionar no nosso mundo novo. O amor é possível de muitas formas, mas precisamos, primeiro, encontrar quem realmente quer compartilhar este desejo.

(*) Profa. Esp. Petruska Passos Menezes é psicóloga e psicanalista, integrante do Círculo Psicanalítico de Sergipe, tem MBA em Gestão e Políticas Públicas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Gestão Estratégica de Pessoas (pela Fanese), Neuropsicologia (pela Unit) e em curso Gestão Empresarial pela FGV.

** Esse texto é de responsabilidade exclusiva da autora.  Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.

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