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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)

 

Dando continuidade e finalizado às reflexões que fiz sobre a leitura do livro “Transformando dor em amor”, do abade Desiré Pìnnard (1806-1854) concentro minha atenção a pensar na Mãe de Deus. Sim, assim posto pelo Concílio de Éfeso (431), também expresso na seguinte passagem do Evangelho de João 2,1; 19,25, que preconiza: “Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus porque é a mãe de Jesus”.

“Maria não salva!”. Dizem aqueles que não a amam e não a reconhecem como Mãe nossa e de Deus. Isso é fato. Ela não salva, mas nos conduz à salvação, como advogada e medianeira. Porém, lembra o autor da obra, em oração: “Mãezinha (…) Peço vossa intercessão para que eu possa viver santamente no meu sim a Deus…” (p. 35).

O amor apaixonado de Deus que ressaltamos no artigo anterior – O Filho de um Deus apaixonado -, sua loucura amor só foi possível pelo mistério de Sua encarnação em Cristo, por meio do SIM de Nossa Senhora. Amando-nos de “(…) forma extraordinária” (p. 15), Jesus nos redime e cumpre a Santa Vontade de Nosso Criador. Logo, que por ela, a “Mãe de Deus”, possamos “(…) obter a graça de sermos fiéis a Ele até a morte” (p. 47).

Quis Deus, para confundir os fortes (como nos lembra Diego Fernandes em uma de suas canções), para enviar mais uma e definitiva “mensagem divina” de amor por Sua criação, valer-se de “(…) uma jovem pobre e desconhecida para o mundo, mas cheia de humildade e pureza. Seu nome era Maria” (Lc 1, 26-27). Isso mesmo, não foi uma moça dotada de fortuna e “bem-nascida”, nascida em berço e fidalga.

Irmã Maria Kelly, uma das fundadoras do Instituto Hesed, ao lado de irmã Jane Madeleine, em uma das canções que ela, docemente interpreta, assim nos apresenta Maria: “Minha mãe é a Virgem Maria / É ela que agora vai
Me acolher, me abraçar / Me perdoar, me compreender / Me acalmar, me ensinar
Me educar / Me formar, me amar” (composição de Ir. Maria da Imaculada Conceição / Ir. Maria Angélica de Jesus Hóstia”.

Foi Maria, a mulher cuja “Santa Humildade” (p. 75) que se tornou e é a mediadora nossa junto a Deus, por seu filho Jesus Cristo. “De um mistério que jamais poderá ser compreendido…” (p. 81), salvo se pelos olhos da fé, dado que a ciência e o ceticismo e nem toda a sabedoria do mundo dão conta de explicar, nem nas mais e maiores mentes humanas ou em seus tratados e teses, postulados e teorias.

Por isso mesmo, diz-nos o abade Pinnard, à luz de São Pedro Crisólogo (406-450): “Deus quis nascer menino porque queria ser amado” (p. 87). Primeiro, por Maria e por conseguinte por José (e que amor!). Depois, por seus apóstolos, seguidores e seguidoras de primeira hora, e por meio destes por todos nós, sem exceção. Nascendo assim, como ser humano, por condições humanas (após uma gestação de nove meses), não quis e não quer outra coisa a não ser AMADO. Ver bem: AMADO e não bajulado como os demais deuses de outras religiões.

E nesse amor precisamos, pela intercessão dela, de perseverarmos (p. 145), perseguindo, almejando e alcançando uma “verdadeira santidade” (p. 151), mortificando as paixões, superando e aprendendo a lidar com as adversidades, a convivermos em paz e com resignação às nossas “lutas, angústias e sacrifícios” (p. 153).

Por fim, Maria “Mãe do Amor Divino” (p 150) foi nos presenteado como nossa Mãe na cruz: “Mulher, eis aí teu filho”; filho, eis aí a tua mãe” (Jo 19,26-27). E desse modo, sem mais palavras para que eu possa recorrer para fundamentar o presente texto, penso não restar a menor sombra de dúvidas em meu coração que ela nos gerou no calvário, sentencia o abade Deridé Pinnard.

 

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Claudefranklin Monteiro

Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.

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