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A verdadeira religião

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Por Emerson Sousa (*)

 

A despeito de todas as dissensões que existem no seio da Cristandade, sobre qual das suas doutrinas é a mais próxima dos ensinamentos do Nazareno, na epístola de Tiago, em seu capítulo 1, versículo 27, temos uma resposta bem clara sobre essa questão e ali encontramos:

A religião pura e verdadeira aos olhos de Deus, o Pai, é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.

Então, torna-se óbvio que, no meio de tantos sacramentos e dogmas, a religião legítima é aquela que tem por profissão de fé a solidariedade e o cuidado pelo outro, principalmente, pelos desassistidos.

Por sinal, isso já fica claro ainda na leitura de Mateus 22:34-40, quando Jesus declara que os maiores mandamentos são o de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Lembrando que o Amor não é um sentimento, é uma forma de agir, é uma conduta.

E o apóstolo Paulo de Tarso delineia muito bem isso quando declara que amar é fazer o bem, é não ser egoísta, é não ser soberbo, é não ser indiferente, é ser paciente, é ter empatia, em suma, é tratar os outros como gostaria de ser tratado.

O Deus cristão é um Deus de cuidado e solidariedade, que prefere misericórdias a penitências.

Também não nos esqueçamos que apenas os pacificadores serão chamados de filhos de Deus.

Deus não prega a violência.

A presença do Espírito Santo não se mostra somente no falar em línguas estranhas, mas também em dar o que comer a quem tem fome, em saciar quem tem sede, em acolher o desabrigado, em vestir o desnudo, em remediar quem está doente e em fazer valer a plenitude dos direitos humanos para quem estiver preso.

Sim, aceita, porque dói menos: é a Solidariedade que faz o cristão.

E isso não vale apenas em casa ou nos templos, isso é válido para todos os setores de nossas vidas e aí se insere a Política.

Se alguém quiser acompanhar o Cristo, que passe a tomar a Solidariedade e a promoção do bem-estar coletivo como valores centrais em sua vida pública e o siga.

Os cristãos devem defender uma política de acolhimento e de amor, como está escrito nos ensinamentos do Messias.

Jesus está nas ações do Padre Júlio Lancellotti e não está nas palavras do Pastor Silas Malafaia.

Quando os cristãos esquecem a Solidariedade e a Fraternidade e passam a se mirar no Bezerro de Ouro da Teologia da Prosperidade, eles se assemelham aos fariseus que querem apenas serem vistos pelos homens e não pensam em praticar os mandamentos.

E tanto quanto pela fé, os cristãos devem ser reconhecidos por suas condutas.

Afinal, se o sal se tornar insípido, para o que ele há de servir?

 

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Emerson Sousa

Doutor em Administração pelo NPGA/UFBA e mestre em Economia pelo NUPEC/UFS

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