Minuto do Vinho

Família Miolo: Tradição do vinho no Brasil começa em 1897 no Vale dos Vinhedos

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Por Silvio Farias (*)

 

A história da família Miolo no Brasil começa no ano de 1897, em que Giuseppe Miolo, vindo da localidade de Piombino Dese, no Vêneto, estava entre os milhares de imigrantes italianos que vieram ao país em busca de oportunidades, um jovem que tinha nas veias o amor pela uva e pelo vinho.

Ao chegar em território brasileiro, Giuseppe foi para a cidade de Bento Gonçalves, que estava recém se formando pelos imigrantes vindos da Itália.Trocou então suas economias por um pedaço de terra no atual Vale dos Vinhedos, denominado Lote 43.

Já no mesmo ano, em 1897, o sonhador Giuseppe começou a plantar as primeiras mudas de uvas, iniciando, assim, a tradição vitícola da família Miolo no Brasil.

Na década de 1970, os netos de Giuseppe Miolo, Darcy, Antônio e Paulo, ficaram muito conhecidos em toda a região pela excelente qualidade das uvas que comercializavam, sendo pioneiros no cultivo de uvas finas.

Mas na década de 80, a cantina passou por uma crise, o que dificultou o negócio de uvas finas, fazendo com que, a partir de 1989, a família começasse a produzir seu próprio vinho para vender a granel para outras vinícolas. Assim surgia a Vinícola Miolo, somente com 30 hectares de vinhedos cultivados.

A paixão pelo fascinante mundo do vinho é facilmente explicada pela história da família Miolo que, além de trabalhar na vitivinicultura desde a chegada de Giuseppe Miolo em 1897 em território brasileiro, segue inovando em todas suas técnicas. Tudo isso inspirou a família Miolo a tomar a decisão de expandir o negócio.

Atualmente o Grupo conta com projetos em quatro regiões vitivinícolas: Vinícola Miolo (Vale dos Vinhedos/RS), Seival (Campanha Meridional/RS), Vinícola Almadén (Campanha Central/RS) e Vinícola Terranova (Vale do São Francisco/BA). O Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS), abriga a Vinícola Miolo, matriz do grupo.

Por representar o Terroir do Vale dos Vinhedos, os produtos elaborados nesta região possuem o selo de Denominação de Origem (D.O) de Vinhos do Brasil.

A tradição da família Miolo na produção de vinhos vem de longa data e remete a 1897. A Vinícola Miolo possui uma área de 100 hectares de vinhedos próprios na região do Vale dos Vinhedos, divididos em cinco diferentes áreas.

Indicação Geográfica: A primeira região do país a ser oficialmente reconhecida como Indicação Geográfica, o Vale dos Vinhedos, traz em si características únicas de solo, clima e topografia que, somados à cultura local, resultam em uma região ímpar no mundo. Essa singularidade também está presente nos vinhos nascidos aqui.

Embora de origem setentrional, espalhou-se por todo o país — encontra-se no sul, no Algarve e no Alentejo, a oeste, nas regiões do Ribatejo/Tejo e Setúbal, competindo, com sucesso, com a casta local Baga, na Bairrada, e bem no meio do Atlântico, nos Açores.

A Touriga Nacional é uma casta de casca grossa, rica em cor e taninos, conferindo-lhe excelente estrutura e capacidade de envelhecimento.

Mas também possui sabores maravilhosos e intensos, ao mesmo tempo florais e frutados — groselhas pretas maduras, framboesas — com notas complexas de ervas e alcaçuz.

Os rendimentos nunca são elevados, As regiões do Dão e do Douro reivindicam ser a origem desta casta fina, e o resto do mundo vinícola está a começar a despertar para a sua qualidade.

A Touriga Nacional continua sendo um componente crucial na produção do vinho do Porto . A uva para o vinho do Porto deve ser cultivada no Vale do Douro, em Portugal. Embora não seja a uva mais plantada, a Touriga Franca — anteriormente conhecida como Touriga Francesca — é uma das variedades por excelência do vinho do Porto. Acredita-se que a uva Touriga Nacional tenha se originado na região montanhosa do Dão, 80 quilômetros ao sul do Vale do Douro.

Essas vinhas antigas foram restauradas na década de 1990, quando novas plantações consideráveis ​​de Touriga Nacional foram introduzidas na região.

O vinho Touriga Nacional do Dão pode ser monocasta ou misturado com outras uvas, como Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz. Esses vinhos apresentam cor rubi profunda, com sabores intensos de frutas escuras e estrutura elegante.

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Silvio Farias

Silvio Farias é sommelier pela Associação Brasileira de Sommelier, tem mais de 20 anos de experiência em serviços de excelência como maitre e sommelier. Pós graduado em Enogastronomia. Somellier do Grupo Fasouto.

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