Cultura Empresarial

Dia das Mães: tradição, gratidão e desafios

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Por Juliano César Souto (*)

 

O Dia das Mães, como o conhecemos hoje, é fruto de uma longa construção histórica, simbólica e afetiva. Sua origem remonta às celebrações da Antiguidade, desde a mitologia egípcia, em que a deusa Ísis era reverenciada como a mãe divina, símbolo de proteção e renascimento. Na Grécia antiga, Reia era a mãe dos deuses do Olimpo, e os romanos celebravam Cibele, a Magna Mater, deusa-mãe de todos os seres vivos (por coincidência, nome de minha madrinha tão querida). Esses cultos à maternidade eram expressões de respeito à origem da vida e à fertilidade, com festivais dedicados ao poder feminino como força criadora.

Com o tempo, o Cristianismo incorporou esse tributo por meio da figura de Maria, mãe de Jesus, símbolo universal de amor, sacrifício e cuidado.

Ana Jarvis

No entanto, a versão moderna da data nasceu no século XX, nos Estados Unidos, a partir do esforço de Anna Jarvis, que desejava homenagear sua mãe e todas as mulheres que exerciam esse papel com coragem e dedicação. Em 1914, o então presidente Woodrow Wilson oficializou o segundo domingo de maio como Dia das Mães — uma data que, ao longo das décadas, ganhou força em muitos países, inclusive no Brasil, onde foi adotada em 1932 por Getúlio Vargas, com apoio da Igreja Católica.

Mais do que um gesto comercial, a data carrega profundas implicações familiares, religiosas e políticas. A figura da mãe sempre esteve no centro da vida comunitária: educadora silenciosa, guardiã da memória familiar, eixo de equilíbrio em tempos de paz ou crise.

E é impossível não reconhecer como esse papel tem se multiplicado e se ressignificado nos dias atuais. Em um mundo de múltiplas jornadas, onde o feminino rompe as fronteiras do lar para ocupar espaços de liderança, a mãe de hoje é muitas em uma só: profissional, cuidadora, conselheira, empreendedora, educadora, gestora da casa e da emoção — e ainda assim, cobrada como se fosse infalível.

Mais do que nunca, ser mãe exige coragem, equilíbrio e apoio. Exige reconhecimento coletivo e valorização desse papel fundamental das mães multifacetadas, sem perder a essência de ser um porto seguro nas famílias, que em última análise são a célula mater da sociedade. Cabe, então, às novas gerações encontrar o ponto de equilíbrio entre os novos formatos e a duração dos relacionamentos, sem que percamos essa bênção divina em nossas vidas que são as mães.

Raymundo Juliano, D. Suele, Riane com sua primogênita e Juliano Souto — gerações unidas pelo amor e pela história da família

Sempre vivi num ambiente mais feminino. Convivendo com duas avós maternas — pois os avôs faleceram precocemente — e sendo o filho único homem numa família com duas irmãs, fui moldado a admirar a força das mulheres. E, ao encontrar hoje, no Dia das Mães, por acaso, essa foto antiga, registrada dentro da Igreja São José, em Aracaju, com quatro gerações ali representadas, compreendo a dimensão desse legado. Na imagem estão meu pai, Raymundo Juliano Souto Santos — homem que fez da amizade que marcou sua vida na arte  de negociar e fazer amigos —, e minha mãe, D. Suele Fontes Faria Souto — uma mulher à frente do seu tempo, que se tornou postalista na década de 60, quando a independência feminina ainda era exceção, sem nunca abrir mão de deixar sua marca como esteio de nossa família, de forma presencial ou in memoriam, face à sua curta estada conosco. Ao lado deles, minha esposa, trazendo nos braços nossa primeira filha, nossa nova geração.

Sou filho de uma mulher forte, casado com Riane Souto, uma mulher igualmente admirável, e pai de 03 filhas (as “TRÊS MARIAS” – Fernanda Maria, Maria Luisa e Maria Júlia), que seguem abrindo caminhos e honrando o legado do matriarcado em nossa família. Mães que foram, são e serão sempre âncoras e asas — firmes no chão da história, livres no voo da esperança.

Neste Dia das Mães, que fique o tributo e a esperança da importância de cada mulher que sustenta a vida em suas múltiplas formas de amor.

 

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Juliano César Faria Souto

Estanciano, 61 anos, Administrador de Empresas graduado pela Faculdade de Administração de Brasília, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Atua como sócio-administrador da FASOUTO, empresa do setor atacadista distribuidor e autosserviço.

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