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Petrobras confirma investimento no Sergipe Águas Profundas e reforça protagonismo do estado

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A decisão final de investimento tomada pela Petrobras no projeto Sergipe Águas Profundas marca um novo capítulo para a economia sergipana e para a estratégia energética do país. A estatal anunciou nesta quinta-feira (18/12) a aprovação do FID (Decisão Final de Investimento) do SEAP 2, a primeira das duas plataformas previstas no projeto, confirmando o início de uma das mais importantes novas fronteiras de produção de gás e óleo do Brasil, com impacto direto em Sergipe.

O SEAP 2 foi concebido para operar jazidas de óleo leve nos campos de Budião, Budião Noroeste e Budião Sudeste, localizados a cerca de 80 quilômetros da costa, em águas profundas da Bacia Sergipe-Alagoas. As áreas estão inseridas nas concessões BM-SEAL-4, BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10. A Petrobras é operadora da BM-SEAL-4, com 75% de participação, em parceria com a ONGC Campos Limited (25%), e detém 100% de participação nas concessões BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10.

Para viabilizar o desenvolvimento do projeto, a Petrobras prevê a contratação de um FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) com capacidade para produzir 120 mil barris de óleo por dia e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente. O início das operações está previsto para 2030. A negociação do FPSO deve ser concluída no primeiro semestre de 2026, no modelo BOT (Build, Operate and Transfer), em que a empresa contratada será responsável pela construção, entrega e instalação da unidade, que posteriormente será transferida para a operadora.

Além do SEAP 2, o projeto Sergipe Águas Profundas contempla uma segunda plataforma, o SEAP 1, que deverá operar nos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Cavala e Palombeta, localizados nas concessões BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11. Nesse caso, a Petrobras é operadora da BM-SEAL-11, com 60% de participação, em parceria com a IBV Brasil Petróleo Ltda (40%), e mantém 100% da BM-SEAL-10. A segunda plataforma, no entanto, ainda não possui data definida para entrada em operação no planejamento da estatal.

Antes mesmo da decisão final de investimento, o SEAP 2 já constava como investimento firme no Plano de Negócios 2026–2030 da Petrobras, que passou a classificar os projetos em duas categorias: “base”, com orçamento aprovado, ainda que não sancionados, totalizando US$ 81 bilhões, e “alvo”, que somam US$ 10 bilhões e ainda dependem de avaliação periódica de financiabilidade. O SEAP 2 está incluído no primeiro grupo, enquanto o SEAP 1 permanece na carteira de projetos que ainda disputarão recursos.

No novo plano de negócios, a Petrobras reafirmou o compromisso de iniciar as operações do projeto Sergipe Águas Profundas em 2030, consolidando a região como a principal nova fronteira de produção gasífera do país. Com a confirmação da contratação da primeira plataforma, a expectativa é iniciar, em 2026, o processo de licitação do gasoduto que fará o escoamento da produção. O duto está projetado para transportar até 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia e também tem previsão de entrada em operação em 2030, de forma integrada ao SEAP 2.

A decisão da Petrobras repercutiu positivamente no Governo de Sergipe. A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) acompanha o projeto desde as fases iniciais e atuou como interlocutora permanente junto à estatal, além de mobilizar órgãos como o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Investimento estratégico

Para o governo estadual, o investimento é considerado estratégico tanto para o Brasil quanto para Sergipe, ampliando a oferta nacional de gás natural e consolidando o estado como um polo relevante na agenda energética. Segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia, Valmor Barbosa, a confirmação do investimento representa um avanço decisivo para o desenvolvimento econômico sergipano.

“O Governo de Sergipe entende a importância estratégica do Sergipe Águas Profundas para o Brasil e, sobretudo, para o nosso estado. A Sedetec esteve presente, dialogando, acompanhando as operações e articulando esforços para garantir segurança institucional e previsibilidade ao projeto. A manutenção do prazo de 2030 é resultado desse trabalho conjunto e reafirma Sergipe como protagonista na agenda energética nacional”, destacou o secretário.

Além da ampliação da produção de gás e óleo, os projetos do Sergipe Águas Profundas representam uma robusta frente de investimentos, com potencial de geração de oportunidades econômicas, tecnológicas e de encadeamentos produtivos no estado. Também marcam um avanço inédito no país, ao prever a implantação de sistemas de produção em águas ultraprofundas, acima de 2.500 metros, podendo alcançar até 3 mil metros de profundidade, com uso de tecnologias de última geração.

Com a aprovação do FID do SEAP 2, Sergipe se consolida no centro da estratégia energética nacional, combinando exploração em águas profundas, expansão da infraestrutura de gás natural e fortalecimento do desenvolvimento econômico regional.

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