Igreja do Santo Antônio lotada de fiéis Foto: André Moreira
Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)
Sim, sou católico. Faço parte da recente estatística que estabelece que 56,7% da população brasileira assim se denomina. Nesse sentido, não faltou quem ressaltasse, por interesse científico, jornalístico ou para “causar” que entre 2010 e 2022 houve uma redução deste percentual que era de 65,1%, originalmente. Ora, o que os números dizem além do que parece ser? Estaria o catolicismo no Brasil fadado a ser superado, por exemplo, pelos evangélicos que hoje correspondem a 26,9%? Antes de qualquer resposta, como a de que a Igreja Católica vive uma crise ou que não agrega mais como antes, devo salientar que a qualidade de uma denominação religiosa não se mede pelo quantitativo. Afora isso, no que diz respeito ao seguimento do Cristo, se somarmos os dois grupos, 83,6% dos brasileiros é cristã.
Frente à queda do índice de católicos no Brasil é para se preocupar enquanto instituição? Penso que sim, sobretudo no que diz respeito à necessidade de se fazer uma autoavalição sincera, honesta e madura. Entretanto, devo salientar que enquanto instituição a Igreja Católica tem quase dois mil anos e segue firme, mesmo diante de seus “abalos sísmicos”, sobretudo como primeira guardiã dos ensinamentos de Cristo. Para tanto, valho-me de uma importante leitura, de uma obra clássica do Catolicismo, que pode ajudar nesse necessário processo de reflexão sobre uma Igreja que parece encolher, mas que, ao contrário, está longe de enfraquecer-se ou perder sua credibilidade e importância teológica, histórica e cristã no nosso tempo.
Escrita por um padre húngaro, Mons. Tihamer Tóth (1889-1939), “A Igreja Católica – Cristo vivo presente entre nós”, foi publicada no ano de 1942, na língua portuguesa, pela livraria José Olympio, Rio de Janeiro. Trata-se de uma obra atemporal, ainda muito significativa não somente para entender a Igreja Católica em sua constituição histórica, como também estrutural, dogmática e, como já disse e ressalto, herdeira primeira e direta dos ensinamentos de Jesus Cristo. Portanto, sua principal guardiã — apesar das opiniões em contrário e dos sucessivos e duros ataques que ela recebeu e ainda recebe, especialmente quanto ao que não pode ser nos dias de hoje, conforme as exigências do mundo — mantém-se fiel à sua essência cristã e institucional. Do contrário, não teria resistido de pé, tampouco restaria pedra sobre pedra.
Mons. Tihamer Tóth é muito didático e trata o assunto, Igreja Católica, com muita abertura e sem fugir a nenhum dos problemas que a ela se apresentaram ao longo de quase dois milênios. Para tanto, divide a obra em vinte capítulos, dedicando para cada um deles uma temática e uma discussão, todas muito bem fundamentadas, seja no nível das Sagradas Escrituras, seja no nível da Teologia, com um escopo histórico-historiográfico de chamar a atenção. Evidente, que ele coloca a Igreja Católica onde ela nunca deixou de estar: ao lado do Cristo e diante do mundo com os olhos fixos Nele.
Nessa perspectiva, destaco a seguir algumas de suas afirmações que merecem uma reflexão e também lançam luzes para nosso tempo:
“(…) A Igreja é o canal pelo qual o Redentor quer trazer aos homens a graça da redenção” (p. 18); “(…) a Igreja é o corpo místico de Cristo” (p. 22); “(…) Os nossos dogmas são faróis que indicam o caminho no oceano da vida” (p. 25);
No que se refere ao dualismo progressistas x conservadores, ressalta o autor:
“(…) a verdadeira religião de Cristo desse ser velha e moça ao mesmo tempo” (p. 69);
Ou ainda:
“(…) ela não sede nada da sua essência, mas adapta-se a coisas exteriores” (p. 71).
Mostrando-se sempre revigorada e com força vital.
Para afirmar o meu lugar cristão neste mundo, com as estatísticas “favoráveis” ou não, valho-me ainda de Mons. Tihamer Tóth para dizer e confirmar que sou católico porque me sinto abrigado, amado e acolhido; sou católico, porque estou e me sinto em casa; sou católico porque sou rico da graça de Deus, porque me sinto seu colaborador, que sou guiado pelo ideal de santidade (não sou salvo e nem santo, ainda), porque ela me ensina a ser combativo, combatendo as injustiças, amando os mais necessitados e fixando atentamente meu olhar no Cristo, para que nada neste mundo me distraia como ressentimentos, sentimento de autossuficiência, teimosia, cabeça dura, falta de humidade e orgulho, algumas das razões que tem feito católicos deixarem a Igreja e buscar Cristo em outros seguimentos. Espero, com toda honestidade, que tenham, verdadeiramente O encontrado, pois…
“(…) virão dias em que desejareis ver um só dia o Filho do Homem, e não o vereis. Então vos dirão: Ei-lo aqui e: Ei-lo ali” (Lc 17, 21-22).
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