Outras palavras

John Patrick Ryan – à sombra da lei ‘E sob as hostes dos EUA’

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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)

 

Sean Connery, o lendário James Bond Foto: Divulgação
A primeira vez que vi um dos filmes do 007, eu não era sequer adolescente ainda. Trata-se de Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973), com Roger Moore. Ator este que não está entre o meus preferidos que teve o privilégio de interpretar o famoso agente britânico à serviço de Sua Majestade, a Rainha da Inglaterra. Para mim, Sean Connery foi, indiscutivelmente, o que melhor o representou e que ajudou a consagrá-lo nas telas do cinema. Nada contra aos demais atores (tão bons quanto), a saber: David Niven, George Lazenby, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig, mais recentemente.

Além da trilha sonora, com Live and Let Die (escrita pelo músico inglês Paul McCartney e sua esposa Linda McCartney e produzida por George Martin), o filme Com 007 Viva e Deixe Morrer é um dos mais geniais da série que inspirou a criação de inúmeros outros agentes secretos do gênero, do tipo que trabalha nas sombras, que gostam de uma boa aventura, porrada, ação e uma pitada de romantismo. Nessa vibe, como costuma dizer os jovens de nosso tempo, destaco: “Austin Powers” (comédia), com Mike Myers; “Identidade Bourne”, com Matt Damon; “Kingsman”, com Colin Firth; “Missão Impossível”, com Tom Cruise; “O Agente U.N.C.L.E”, com Armie Hammer e Henry Cavill; “John Wick”, com Keanu Reeves e “Jack Reacher”, também com Tom Cruise e mais recentemente com Alan Ritchson.

Nem preciso dizer, como me denuncia o entusiasmo com quê começo o presente texto, que além de ter visto a todos eles, sou superfã desse tipo de filme, com as características que apontei a respeito deles. E, nesse sentido, revolvi nas duas últimas semanas mergulhar no universo de um outro título que também se insere nesta lista. Refiro-me ao agente secreto norte-americano John Patrick Ryan (Jack Ryan), filmes e série baseados na obra do escritor e historiador Tom Clancy (1947-2013), nascido em Baltimore, Estados Unidos da América.

No cinema, são cinco filmes da franquia. Todos incrivelmente impactantes, seja pelo enredo, seja pelas cenas de ação. São eles: A Caçada ao Outubro Vermelho (1990), com Sean Connery; Jogos Patrióticos (1992) e Perigo Real e Imediato (1994), ambos com Harrison Ford; A Soma de Todos os Medos (2002), com Ben Affleck; e Jack Ryan: Recruta Sombra (2014), com Chris Pine. Em todos eles, participações muito especiais de atores e atrizes, tais como: James Earl Jones, Scott Glenn, Anne Archer, Joaquim de Almeida, Morgan Freeman, Keira Knightley, Kenneth Branagh e Kevin Costner. Fala-se num sexto, em produção, provavelmente com John Krasinski no papel do agente secreto norte-americano. A conferir.

Série Jack Ryan  Imagem: Wikipedia

Na TV, destaque para a série Jack Ryan (2018-2023), interpretado por John Krasinski. São quatro temporadas e 30 episódios. Além de Krasinski, a atriz Abbie Leene Cornish, que faz o papel romântico do agente secreto, a médica Cathy Müller, presente, também, nos filmes. Sem falar na participação do ator Wendell Edward Pierce, no papel de James Greer, o chefe de Jack e ex-oficial de caso da CIA. Papel este que foi interpretado nos filmes por James Earl Jones (1931-2024), uma das lendas do cinema norte-americano.

A exemplo dos demais filmes/séries do gênero, aqui mencionados, Jack Ryan apresenta muito em comum aos demais espiões, sejam norte-americanos ou britânicos. Primeiro, como já ressaltei, o fato de agirem nas sombras, à margem da lei e até mesmo além dela. Também, por esse motivo, são infiltrados nos casos em que se envolvem e vivem sempre no fio tênue entre a vida e morte. Longe de serem super-heróis, com grandes poderes, embora queiram retratá-los como tais, são seres-humanos, com problemas e dilemas humanos e às voltas, por exemplo, de protegerem suas famílias e pessoas que eles amam. Todos eles são homens brancos de meia idade. Ainda aguardamos um Jack Ryan que represente uma outra etnia.

Também os outros espiões fazem o mesmo, mas, no caso específico de Jack Ryan, sob os olhos (e também garras) atentos do governo norte-americano. Assim como uma águia, à espreita de uma vítima para fincar suas vísceras dominantes e mortais. Ryan, nesse sentido, é um longa manus especializado dos EUA. Nos cinco filmes, por exemplo, contra: a extinta União Soviética e também na Rússia pós-1991, um cartel de drogas na América Latina, terroristas no Iêmen, entre outros. Tudo isso com aquela velha mania dos norte-americanos de se meterem na vida alheia e na soberania dos outros países, em particular, com a desculpa de “protegerem” a democracia (leia-se, seus próprios interesses).

 

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Claudefranklin Monteiro

Professor doutor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe.

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