O tempo passa, e a gente aprende a voar mais leve Imagem: Pixabay
Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*)
Na semana passada ocupei o nobre espaço deste portal, para falar dos meus 67 anos completados no último 07 de dezembro. A passagem apressada do tempo me fascina desde sempre. “Sou passageiro do tempo”, coloquei no título da crônica.
“Aprendi com o tempo que a coisa mais importante da vida é o tempo da existência.”
Por isso, fiz um pacto silencioso com ele; deixei de tratá-lo como inimigo ou divindade, e ele, em retribuição, deixou de medir meus dias com a régua da pressa. Tê-lo como um inimigo é perda de tempo. Como não posso vencê-lo, aliei-me. Já não o imploro nem o temo, apenas o escuto respirar no intervalo entre um pensamento e outro. O tempo, compreendi, não passa, ele habita: está nas frestas das horas, nas rugas que se abrem como margens de um rio antigo, nas pausas em que o instante se reconhece eterno, escrevi.
Retomo o tema, pois somos, tão somente, viajantes deste mundo, caminhando entre sonhos, dores, vontades e incertezas. No fim, partiremos em silêncio, com uma muda de roupa, escolhida pelos outros, e as memórias do que um dia nos fez sentir vivos.
No outono da vida, aprendi que a minha idade não me limita. Ela me liberta. Liberta do medo de errar, da pressa de agradar, da obrigação de caber em moldes que nunca fizeram sentido. Hoje, tenho segurança em me posicionar, em dizer “não”, sem me alterar, coisa impensada até há pouco. A passagem do tempo me trouxe segurança.
Com o tempo, a gente entende que não precisa provar nada pra ninguém.
Nem ser o mais jovem, mais forte, ou o mais certo. Aliás, não temos certeza de nada. Só precisa ser inteiro. A idade afasta rótulos e aproxima da essência.
Tiro o excesso, afino a escuta, fortaleço o que importa.
E… o que importa? Importa, viver. Ter tempo para coisas que edificam, que fortalecem, que são essenciais. Tempo para si, tempo para realizar desejos.
Entre o instante em que nascemos e a hora em que partimos, todos nós recebemos um espaço único — um espaço onde podemos, enfim, começar a viver, entre escolhas e consequências. Temos o livre arbítrio para tomarmos decisões, mas somos escravos dos resultados.
Aprendemos a dizer não para as expectativas alheias, não para quem nunca entendeu nossas noites sem dormir, e/ou o valor das moedas economizadas com tanto esforço.
Permita-se gastar. Não em excessos, mas em experiências, mimos e alegrias.
Não no barulho, mas no que realmente importa: sonhos, aconchego, sensações sinceras. Não corro atrás de novos planos grandiosos — busco momentos verdadeiros. O tempo, nesta fase da vida, é a moeda mais preciosa.
E ele deve trazer sabores, prazeres, leveza, não apenas preocupações.
Seus filhos cresceram. Seguiram seus próprios caminhos — e isso é como deve ser.
Você, caro leitor, amiga leitora, lhes deu tudo: casa, cuidado, presença, amor. Agora chegou sua vez.
Sem culpa. Sem olhar para trás. Não é egoísmo. É merecimento.
Cuide do seu corpo com gentileza. Movimente-se. Respire fundo.
Coma com prazer, sem pressa, saboreando e degustando com qualidade. Visite o médico — não por medo, mas por respeito à vida. Isso especialmente para nós homens, tão resistentes.
Em dezembro, mime-se. Presenteei-se, isso melhora a autoestima. Com coisas bonitas, novas experiências, pequenas delícias. Novas descobertas. Esteja aberto ao novo , e isso vale para novos amores. Compartilhe alegrias com quem está ao lado.
Aprendi que dinheiro não aquece uma cama vazia — mas o carinho aquece.
Não viva no ontem. As lembranças são presentes, não âncora.
Acompanhe o tempo — Leia. Ouça. Aprenda. Conecte-se com novas tecnologias.
A internet não pertence só aos jovens — é ferramenta necessária para estar atualizado e conectado. Ouça os mais jovens.
A vida não premia quem sofre, premia quem desperta. Despertar é perceber que nenhuma experiência foi aleatória, que tudo serviu para moldar você para o que veio depois. É quando a gente para de pedir licença e começa a ocupar espaço.
Nos nossos termos, no nosso tempo. A idade não é prisão. É voo.
Não tema o amanhã. Faça da passagem do tempo um aliado, não um algoz. Viva!
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