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Empreendedores quilombolas crescem com crédito do BNB em Sergipe

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Há sete anos, o casal de empreendedores Anatália e Wilson montou uma lanchonete no povoado de Terra Caída, em Indiaroba, na região no Sul do estado. Quilombolas do povoado Cajazeiras, em Santa Luzia do Itanhy, eles preparam lanches regionais e uma receita inovadora, o hambúrguer de aratu, que virou símbolo do espaço. Com apoio do programa de microcrédito urbano do Banco do Nordeste, o Crediamigo, o casal não para de investir. A novidade agora é dupla.

“Abrimos uma pousada no andar superior, para receber turistas que passavam na lanchonete para perguntar onde havia hospedagem na cidade. De tanto responder, decidimos montar a nossa. E também estou investindo no trabalho como consultora de confeitaria. Sempre com o microcrédito para financiar a reforma, a compra do mobiliário e dos equipamentos”, conta Anatália.

Há 20 anos no setor de beleza, a cabeleireira Erika Jovelina também aposta no microcrédito para crescer. Ela é descendente da comunidade Maloca, em Aracaju, o primeiro quilombo urbano do estado e o segundo do país. “Com recursos do Crediamigo, consegui comprar os equipamentos que preciso para fazer o meu serviço e atender cada vez melhor minha clientela”.

Esses empreendedores urbanos representam uma série de famílias quilombolas, ou seja, que habitam ou nasceram em comunidades de descendentes e remanescentes de negros que resistiram à escravidão. Em Sergipe, são 28 mil famílias em 36 comunidades reconhecidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os grupos possuem histórias em comum de práticas culturais e de relação com a terra.

Força rural

O domínio das técnicas agropecuárias é levado em conta por dois programas do Banco do Nordeste: o Agroamigo (programa de microcrédito rural) e o Prodeter (Programa de Desenvolvimento Territorial). Ambos promovem acesso ao crédito, com acompanhamento, parcerias e capacitação.

Empreendedora rural Elineide Couto, do povoado quilombola Mocambo, em Porto da Folha Foto: Acervo da família

A produtora rural Elineide Couto é uma das beneficiadas pelo Agroamigo, no povoado quilombola Mocambo, em Porto da Folha, no Alto Sertão do estado. Ela produz leite e queijos artesanais com apoio do programa de microcrédito há 19 anos. Já investiu em maquinário e renovação do gado.

“Para mim é um grande orgulho pertencer a este lugar. É uma honra fazer parte dessa comunidade resiliente e batalhadora. O apoio do Banco do Nordeste é essencial para fortalecer a economia local aqui no nosso povoado. Isso movimenta a comunidade, incentiva outros a empreender e, juntos, elevamos a qualidade de vida de todos”, afirma Elineide.

Em Brejo Grande, no Baixo São Francisco, o Prodeter desenvolve há cinco meses um trabalho inédito. É o primeiro plano de trabalho com quilombolas, iniciado no Território Brejão dos Negros, em Brejo Grande, no Baixo São Francisco. Os moradores da localidade têm na rizicultura (produção de arroz) a principal base de sustento, com base agroecológica. Além da comunidade quilombola, o PAT passou a atender a produtores de arroz em Brejo Grande, Neópolis, Ilha das Flores e Pacatuba.

Os rizicultores têm acesso a linhas de crédito, palestras, visitas técnicas e programas de capacitação. Ao fim do ciclo, em 2027, as principais metas são o aumento de 30% da lucratividade e a capacitação de todos os agentes econômicos integrantes, todos vinculados ao cultivo de arroz irrigado, principal atividade agrícola da região.

“É um trabalho de formiguinha, que se multiplica e alcança um terreno cada vez maior. Nossos agentes de microcrédito, tanto do Crediamigo quanto do Agroamigo, identificam pessoas que têm o desejo de empreender ou já iniciaram pequenos empreendimentos nas comunidades quilombolas. São projetos que contemplam diversas atividades produtivas, como a manicure, o vendedor de alimentos e o agricultor familiar, por exemplo. O BNB tem avançado na aplicação de recursos para desenvolver esses projetos, que levam renda e melhorias de vida para essas famílias que empreendem e ganham ainda mais dignidade social”, afirma o superintendente estadual do BNB, César Santana.

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