A Citros Show Nordeste terá muitas palestras Fotos: Ednilson Barbosa
A Citros Show Nordeste 2025, que acontece nos dias 13 e 14 de agosto na sede da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (AEASE), tem expectativa de movimentar cerca de R$ 7 milhões em negócios, crescimento significativo em relação aos R$ 5 milhões da edição passada. A projeção é de José Hugo Campos de Lima, da Campos de Lima Consultoria, empresa responsável pela organização do evento, ao acrescentar que as palestras vão mostrar o atual cenário da citricultura no Brasil.
De acordo com José Hugo, o mercado cítricola, agora, está em fase de estabilização. “Foi muito para cima, e agora ele vem se auto-regulando, um movimento normal de mercado. A feira vai tratar disso, sobre a produtividade — que hoje o Nordeste produz mais que São Paulo — mas ainda não tem capacidade de processamento suficiente. Então, a fruta acaba saindo daqui e indo para São Paulo, andando 2 mil km. A gente enxerga isso até como um absurdo, mas é o que tem para hoje.”
Quanto as ameaças do presidente Donald Trump em tarifar em 50% o suco de laranja congelado, que não se confirmaram, José Hugo lembrou do risco. “As informações que tínhamos davam uma noção clara de que era um risco grande, porém se trabalhou rápido e se informou rápido. Todo produto brasileiro que tivesse interferência no processo industrial norte-americano teria acordos de compensação. O suco de laranja é um deles porque interfere em grandes companhias como Pepsi, Coca-Cola, Tropicana e várias indústrias. Por isso, a tarifa foi suspensa.”
Ele comentou ainda que outros setores, como o de açaí, manga, café e carne, enfrentam dificuldades com tarifas, e que o problema tem mais uma dimensão política do que econômica. “A gente tem pouco braço para negociar, e quem tem braço não está fazendo nada. Tem que sentar para negociar. Vemos que é um confronto mais político do que econômico. A cadeia do agro sente impacto, mas quer resoluções, porque o país está muito conflituoso. Procuramos não entrar muito nesses detalhes, mas a citricultura vem crescendo há muitos anos no Nordeste, com governos diversos. O agro é só mais um segmento do país que quer andar para frente, e temos que estar dispostos a dialogar com qualquer vertente para fazer a coisa andar.”
Sobre a programação do evento, José Hugo comentou que essas questões serão debatidas, ainda que haja incerteza quanto ao futuro das tarifas. “Nunca sabemos o que passa na cabeça do governo norte-americano. Não sei até onde o Brasil vai querer confrontar isso. O que temos para hoje é que não vai ter problemas pelo menos para este mês de agosto. O futuro, a Deus pertence.”
Ele também ressaltou o atual momento produtivo em Sergipe, com filas de caminhões nas indústrias e evolução da produtividade. “O processo agrícola evoluiu muito nos últimos anos. As produtividades hoje são maiores que em São Paulo, com muitas áreas chegando a 80 toneladas por hectare, pelo menos quatro vezes maiores do que era a média há seis anos. O processo industrial continua o mesmo, e o aumento da produção gera esse deslocamento de fruta para São Paulo.”
Sobre a migração da citricultura paulista para outras regiões devido à doença HLB (greening), José Hugo afirmou que o Nordeste é um polo emergente, mas ainda com pouca chegada de empresários de São Paulo:
“A migração tem sido maior para Mato Grosso do Sul. O crescimento do Nordeste, incluindo Sergipe e Norte da Bahia, é puxado por empresários locais.”
Quanto ao destaque da citricultura nordestina em relação ao Brasil e ao mundo, ele afirmou categoricamente. “O Nordeste não perde para ninguém, para nenhuma agricultura no mundo. Os projetos feitos com tecnologia moderna não perdem para nada. Ainda não somos uma média geral porque a agricultura familiar ainda não alcançou esses patamares, que demandam muito recurso, mas o ambiente para produção aqui é espetacular.”
Por fim, sobre financiamentos, José Hugo confirmou a participação do Banco do Nordeste: “Vai ter financiamento para máquinas e implementos, mediante aprovação de cadastro. O BNB estará presente para fazer negócios.”Além do BNB, outras empresas apoiam a Citrus, a exemplo da Solo Sagrado, Plantar Case, Contorno Chevrolet, Plymag, Fonte Agrícola, Syngenta e Medina Citrus, além de outras marcas que atuam ao longo da cadeia produtiva.
Quarta-feira, 13/08:
9h – Solenidade de Abertura Oficial
Solenidade de Homenagens
10h40 – Palestra 1: Atualização sobre nutrição na citricultura
11h20 – Participação especial: Importância da estimativa de safra para a citricultura brasileira
14h30 – Palestra 2: Atualização sobre produtividade dos citros no Nordeste Brasileiro
15h10 – Palestra 3: Inovações tecnológicas de produtos no controle fitossanitário na citricultura
16h – Palestra 4: Uma visão comercial da citricultura atual no Nordeste
10h – Palestra 6: Boas práticas de condução dos pomares citrícolas do Nordeste
10h40 – Palestra 7: Técnicas para uma boa aplicação fitossanitária
14h30 – Palestra 8: Irrigação na citricultura: quando e como irrigar
15h30 – Palestra 9: Uso de molibdênio na qualidade dos frutos cítricos
16h10 – Palestra 10: Metabólitos secundários em algas, diferenças entre Ascophyllum nodosum e Ecklonia maxima
Programação sujeita a alterações
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