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Anac fecha pista do Aeroclube de Sergipe

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Depois de 76 anos de atividade, o Aeroclube de Sergipe encerrou hoje, 12, as atividades de pouso e decolagem de aeronaves e ultraleves, atendendo uma determinação Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac). Essa medida ocorreu porque o Governo do Estado solicitou a área de 188 mil metros quadrados para vendê-la a fim de cobrir um déficit na Previdência. O presidente do aeroclube, José Rocha, entrou com uma ação na Justiça Federal – mais especificamente a 3ª Vara – e aguardava uma posição do juiz Edmilson Pimenta.

Segundo Rocha, “o Estado tomou a direção do Aeroclube, 11 meses depois renunciou e pediu o terreno de volta. Anac, então, cumpriu a legislação. Estamos esperando uma manifestação do juiz e queremos reverter à situação. Mas até que tenhamos um posicionamento, temos que atender a determinação da Anac”. Com isso, Sergipe fica apenas com uma pista de pouso e decolagem homologada pela Anac. A outra é no Aeroporto Santa Maria.

Se for mantida proibição da Anac, Sergipe não terá mais uma escola de formação de pilotos de avião e comissários de bordo, treinamento de paraquedistas, saltos de paraquedas para turistas e pernoite de aeronaves pequenas.  Rocha explicou que ingressou com ação na Justiça Federal porque, desde 1970, o Governo do Estado tinha um acordo com o aeroclube, onde se comprometia em providenciar outra área, caso precisasse do local.

Mas em 1974, através da lei estadual 1.874, ficou autorizada a doação do terreno. “Isso foi no governo de Paulo Barreto de Menezes, mas essa doação nunca saiu do papel”, afirmou. E nem providenciou outra área para o aeroclube.

Por semana, pernoitam cinco a seis aeronaves no aeroclube e é cobrada uma taxa que varia de R$ 50 a R$ 100. Além disso, os hangares abrigam cinco ultraleves, quatro aviões particulares que os proprietários vão ter que procurar outro local.  O curso de paraquedismo também  corre risco.

O presidente da Federação de Paraquedismo de Sergipe, Marco Guilherme Santana, lembrou que já foram formados em Aracaju mais de 600 comissários de bordo, pilotos (inclusive de aeronaves de vôos internacionais). Hoje, 30 paraquedistas treinam no aeroclube, sem falar naqueles que estão aprendendo a saltar. “Há ainda o salto duplo, feito com turistas, que custa  R$ 450 a R$ 650. Num final de semana, fazemos 10 saltos duplos”, contou.

O aeroclube existe desde 1939 e sempre foi na mesma área – avenida Maranhão. No passado, chegou a ser o aeroporto de Aracaju. “Já prestamos serviços durante a Segunda Guerra Mundial, temos uma história”, lembrou José Rocha.

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Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

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