Compartilhe:

 

Por Gabriel Barros (*)

 

Anistia é um instituto jurídico que consiste no perdão coletivo concedido pelo Estado a indivíduos que cometeram determinados atos ilícitos, geralmente de natureza penal ou política. Ela tem como principal efeito extinguir a punibilidade das infrações cometidas, ou seja, elimina a possibilidade de aplicação de penas aos envolvidos, mesmo que o ato em si continue sendo considerado ilegal.

Acontece, entretanto, que seu uso indiscriminado pode ser questionado quando favorece a impunidade, especialmente em casos de ataques ao Estado Democrático de Direito. É nesse sentido que no caso dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, qualquer tentativa de conceder anistia aos envolvidos viola preceitos constitucionais fundamentais e compromete a nossa democracia.

Permitir que ações golpistas sejam perdoadas é abrir precedente para a legitimação de futuras investidas contra a ordem constitucional, o que é fundamentalmente proibido, haja vista a evidente violação ao princípio da vedação ao retrocesso social. A anistia aos envolvidos fragilizaria não só o judiciário como a sociedade como um todo, o que não pode ser tolerado.

Importante pontuar que esses atos não podem ser vistos apenas como infrações penais comuns, mas sim como agressões ao sistema democrático, o que exige um tratamento mais rígido por parte do ordenamento jurídico, conforme previsto na Lei nº 14.197/2021, que atualizou os crimes contra a segurança nacional.

Ademais, memória histórica é fundamental para evitar a repetição dos erros do passado. Ela desempenha um papel crucial na construção de sociedades mais justas. Quando uma nação preserva sua história, especialmente os momentos de crise e injustiça, ela cria as bases para o aprendizado coletivo e para a prevenção de retrocessos. Eis uma tarefa de politização fundamental para o Brasil.

A anistia aos golpistas do 8 de janeiro de 2023 seria uma afronta à sociedade brasileira, e à impunidade, nesse caso, não só violaria princípios fundamentais, como também abriria espaço para novas ameaças à democracia. A ordem constitucional exige que os responsáveis sejam julgados e responsabilizados, garantindo que a democracia brasileira se fortaleça diante das adversidades. SEM ANISTIA!

 

Compartilhe:
Gabriel Barros

(*) Advogado e graduado em Direito Público

Posts Recentes

Começa hoje o Festival de Artes de São Cristóvão

O Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) começa hoje, 20 de novembro e segue…

4 horas atrás

Consciência, identidade e desenvolvimento: A força das múltiplas raízes do povo brasileiro

  Por Heuller  Roosewelt Silva Melo (*)   plenitude da nossa sociedade depende intrinsecamente da…

6 horas atrás

Previsão indica probabilidade de chuvas moderadas a intensas em Sergipe nos próximos dias

  O Governo de Sergipe, por meio da Gerência de Meteorologia e Mudanças Climáticas da…

19 horas atrás

Ecossistema Local de Inovação da Grande Aracaju é apresentado a jornalistas

  Por Antônio Carlos Garcia (*)     Ecossistema Local de Inovação (ELI) da Grande…

21 horas atrás

Confira o funcionamento dos órgãos estaduais no feriado e no ponto facultativo

  O Governo do Estado informa que, na próxima quinta-feira, 20, em virtude do feriado…

1 dia atrás

Comunicação Assertiva para Empreendedores: O segredo para um Final de Ano de Sucesso!

  Por Diego da Costa (*)   final de 2025 se aproxima, e com ele…

1 dia atrás