Negócios

Reforma de Temer obriga brasileiro a trabalhar mais 10 anos

Compartilhe:

Sem discussão prévia com a sociedade, o governo Michel Temer quer impor ao Congresso uma reforma na legislação previdenciária que protege alguns segmentos da população, impõe sacrifícios maiores a outros e, na média, obrigará os brasileiros a trabalhar aproximadamente dez anos a mais para ter direito à aposentadoria.

Uma das instituições mais empenhadas em levar a debate público o tema – tratado na Proposta de Emenda Constitucional 287 (PEC 287/2016) – é a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB). “Não pode haver tratamento diferenciado”, afirma o presidente da entidade, Virgílio Arraes.

Ele defende que eventuais mudanças na Previdência, além de discutidas de maneira ampla com a população, sejam para todos. E acrescenta que é preciso colocar na mesa todas as contas de forma transparente. “Ninguém debate com a mesma ênfase o gasto do governo com juros da dívida pública, por exemplo. Temos que tratar as finanças governamentais de modo global, não só as contas da Previdência”, indica.

Hoje, o trabalhador do setor privado pode se aposentar somente a partir dos 55 anos de idade, desde que cumpra diversos outros pré-requisitos. Prevalecendo os critérios desejados pelo governo Temer, a idade mínima para aposentadoria passará a 65 anos. Para a mulher, a idade aumentará de 53 para 62 anos.

O cronograma prevê o aumento gradativo da idade mínima até 2042. Para os servidores públicos, a idade mínima subirá de 60 para 65 anos, no caso dos homens, e de 55 para 62, no caso das mulheres. A idade mínima para os professores do setor privado subirá para 60 anos. Para os policiais, a regra será permanente: 55 anos.

O governo alega que, sem a reforma, a Previdência terá déficit de R$ 202,2 bilhões no próximo ano. Em 2017, segundo o Ministério da Fazenda, a conta deve ficar negativa em R$ 188,8 bilhões. Diversos técnicos e instituições da área previdenciária contestam, no entanto, esses números e dizem que o governo não têm agido nem com transparência nem com boa-fé ao discutir a questão.

Um exemplo foi a recente campanha publicitária veiculada no rádio e na televisão, na qual a administração federal apontava os servidores públicos como privilegiados que impõem à nação custos insuportáveis em razão de benefícios previdenciários injustificáveis. A campanha foi suspensa pela Justiça para evitar “efeitos irreversíveis à honra e à dignidade daqueles diretamente atingidos pela mensagem nela contida”, conforme as palavras da juíza Rosimayre Gonçalves de Carvalho, da 14a Vara Federal de Brasília.

Com informações do Congresso em Foco

Compartilhe:
Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

Posts Recentes

Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses

Por Manuel Luiz Figueiroa (*)   Essa frase encontra-se inscrita no santuário de Delfos, na…

19 horas atrás

Oligopólio: perigo real e imediato

Por Emerson Sousa (*)   e você tiver a oportunidade de algum dia ler um…

2 dias atrás

“Se Comes, Tu Bebes” – Um Velho Crítico e Sua Nova Coluna

Por Léo Mittaraquis (*)   Oh! Gole farto de vinho velho! Fresco há muito no…

2 dias atrás

Governo realiza visita técnica em galpão industrial durante o ‘Sergipe é aqui’ em Carira

O agreste sergipano recebeu nesta sexta-feira, 19, as ações da caravana itinerante do Governo de…

2 dias atrás

Lansky, o anjo sujo

Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)   onsidero-o um dos maiores nomes do cinema, de…

2 dias atrás

Aracaju Cidade do Futuro: Prefeitura investe R$500 milhões em pacote de obras estruturantes

A capital sergipana está passando por uma importante transformação urbanística. Com o programa "Aracaju Cidade…

3 dias atrás