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Esperando o final previsível

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Começa nesta terça-feira, 10, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, com a leitura do parecer do relator Bonifácio Andrada (PMDB-MG) sobre a segunda denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o presidente Michel Temer e seus aliados, os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, secretário-geral da Presidência da República, o procedimento para saber ou não se essas figuras ilustres poderão ser investigadas.

Parece ser carta marcada a presença do longevo deputado Bonifácio Andrada como relator, por isso, ninguém se espante se o parecer dele for contrário à investigação sobre estes três bonitões.

Só para lembrar, na primeira denúncia, o presidente agiu rápido e, literalmente, “comprou” os deputados federais que, momentaneamente, lhe beneficiaram, não dando autorização para que ele seja investigado enquanto estiver no cargo. Mas depois, como voltará a ser cidadão comum, espera-se que a lei não tenha pena dele. Nessa segunda denúncia, obviamente, Temer está se mobilizando e será uma surpresa muito boa se ele for afastado.

Não me canso de dizer que, se aqui fosse um país sério, o presidente teria pedido para sair desde o primeiro indício de denúncia. Mas como não é, ele e todos os políticos (sem exceção) que são denunciados por qualquer coisa, agarram-se aos cargos e insistem em dizer que são inocentes. Inocentar-se é aceitável, porque ninguém vai construir provas contra si mesmo. Mas não deixar o posto para ser investigado, aí já é demais. Eles não têm vergonha nenhuma de continuar mamando nas tetas do poder.

Para piorar,  a população fica assistindo a tudo isso de camarote sem parecer se incomodar. Parece que quanto mais vivem de pão e circo, melhor será.

É muito difícil viver num país onde parece que o crime compensa. As dezenas e dezenas de políticos investigados na Operação Lava Jato continuam no poder, como se nada estivesse acontecendo. Eles fazem isso tranquilamente e, desse jeito, zombam da inteligência do eleitor.

O pior, é que essa erva daninha da corrupção e da sensação de impunidade se alastra no Brasil, apesar dos esforços do MPF, Justiça Federal e Polícia Federal para estancarem esse crescimento. Mas quando podem, os artífices da corrupção, convictos sim, de que o crime compensa, fazem lá suas peripécias para barrar e atrapalhar investigações. Não faltam exemplos, do Oiapoque ao Chuí, dessas peraltices.

Espero que um dia eu esteja escrevendo aqui, nesse espaço que, não há político corrupto no país.

Em quais das minhas futuras encarnações, esse texto que tanto sonho, será escrito?

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Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

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