SergipeTec terá um hub de transição energética Foto: Igor Matias/ASN
Duas instituições sergipanas foram contempladas em edital nacional da Finep voltado a parques tecnológicos: o Parque Tecnológico de Sergipe (SergipeTec) e o Instituto de Tecnologia e Pesquisa da Universidade Tiradentes (ITP/Unit). Juntas, elas vão receber mais de R$ 22 milhões em recursos não reembolsáveis para desenvolver projetos nas áreas de transição energética, saúde e biotecnologia. A Universidade Federal de Sergipe (UFS) informou que não foi contermplada, mas não deu detalhes.
O Parque Tecnológico de Sergipe (SergipeTec) foi contemplado com quase R$ 10 milhões, enquanto que o ITP/Unit mais de R$ 12 milhões. No SergipeTec, o recurso será destinado à criação do Hub de Transição Energética, iniciativa que visa fortalecer o ecossistema de inovação e fomentar a criação de novas empresas voltadas para energias renováveis e sustentabilidade ambiental no estado.
O edital de 2024 foi exclusivo para estados que não haviam sido beneficiados em uma chamada pública anterior, lançada em 2021. Naquela ocasião, a maioria dos projetos contemplados se concentrou nas regiões Sul e Sudeste. “Como a demanda era democratizar o acesso aos recursos, este novo edital foi direcionado aos parques tecnológicos que não participaram ou não foram contemplados anteriormente. Em 2021 não participamos, mas agora, em 2024, entramos na categoria de parque em operação”, explica Marcos Felipe Sobral dos Santos, gestor de Energia e Sustentabilidade do SergipeTec.
O objetivo principal do novo projeto é estruturar e ampliar o parque tecnológico para que ele possa atrair e abrigar empresas nascentes e maduras, com foco na transição energética. “Queremos criar ambientes de negócios para o surgimento de novas empresas, estruturando laboratórios e espaços adequados para o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores”, detalha Sobral.
Parte da estrutura que será utilizada já existe, construída com recursos de um projeto anterior da própria Finep, iniciado em 2008. Esse projeto, chamado Estruturante 2 – voltado ao Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) – possibilitou a criação dos primeiros laboratórios e do centro empresarial do SergipeTec. A nova fase prevê obras de pequeno porte, melhorias em ambientes existentes, aquisição de equipamentos de ponta e contratação de serviços técnicos especializados.
O convênio entre o SergipeTec e a Finep deverá ser assinado entre outubro e novembro de 2025. A partir da assinatura, o projeto terá 48 meses para ser executado.
O Hub de Transição Energética chega para complementar ações que já estão em curso no parque, como os programas Centelha e Tecnova, ambos executados em parceria com a Fapitec. Esses projetos fomentam a criação e aceleração de startups de base tecnológica. “O SergipeTec já é um celeiro de inovação. Com esses novos recursos, poderemos ampliar esse ecossistema, criar novas oportunidades e atrair empresas do Brasil inteiro”, afirma Sobral.
O parque também atua em sinergia com outros projetos como o Tecnova e o Programa Centelha, que já contribuíram para a instalação de diversas empresas no local. “Continuaremos com a busca ativa por novas empresas, com editais próprios e em parcerias institucionais. Mas também estaremos de portas abertas para empresas que nos procurem espontaneamente”, reforça.
Entre os exemplos citados por Sobral sobre como o parque pode fomentar soluções práticas está o reaproveitamento da casca do coco, um resíduo volumoso e de difícil descarte, comum em Sergipe. “Hoje é um problema ambiental. Mas empresas podem desenvolver produtos ou gerar energia limpa a partir desse resíduo. Já há pesquisas locais em andamento, como o projeto de uma pesquisadora no ITPS que trabalha com a fibra do coco”, lembra.
Esses resíduos podem ser utilizados como biomassa, como já ocorre com o bagaço da cana nas usinas sucroalcooleiras. “O coco tem alto volume e muita retenção de água, então exige tratamento. É aí que entra a importância dos nossos laboratórios, que podem apoiar essas pesquisas e transformá-las em produtos de mercado”, destaca.
Além da infraestrutura física, o projeto também prevê ações de capacitação profissional. “Vamos formar mão de obra qualificada para atender às novas demandas do mercado e ajudar as empresas que se instalarem aqui”, informa.
Uma das parcerias estratégicas é com o Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás), com o qual o SergipeTec planeja implantar um laboratório de biogás. “Nossa meta futura é produzir biogás a partir do lixo ou do esgoto, reduzindo impactos ambientais e gerando energia limpa. Isso pode até baixar o custo do gás natural para a população”, projeta Sobral.
O Hub não será um projeto pontual. A proposta é que a estrutura funcione permanentemente como plataforma de inovação. “A Finep entra com o impulso inicial, mas o SergipeTec vai manter a estrutura funcionando indefinidamente, promovendo novas conexões e estimulando a economia verde no estado”, afirma.
O projeto está diretamente alinhado aos movimentos estratégicos em curso em Sergipe, como a exploração de gás natural em águas profundas, o avanço da energia solar e eólica, e a busca por soluções sustentáveis para resíduos sólidos.
“Queremos um ambiente em que um estudante de engenharia ambiental ou química, com uma boa ideia, possa desenvolver um produto, fazer pesquisa e prestar serviços ao mercado, mesmo que ainda não tenha empresa aberta”, conclui.
Uma parceria liderada pela Universidade Tiradentes (Unit), com participação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SE) e da Agência Sergipe de Desenvolvimento (Desenvolve-SE), resultará na criação do Parque Tecnológico Tiradentes, o Tiradentes TechPark (TTP). O projeto será implantado em Aracaju com financiamento de mais de R$ 12 milhões da Finep.
O novo parque tecnológico fortalecerá o ecossistema de ciência, tecnologia, inovação, educação e empreendedorismo do Grupo Tiradentes. O financiamento foi viabilizado por meio de um edital da Finep voltado à criação e consolidação de parques tecnológicos e ecossistemas de inovação em Sergipe e outros seis estados, com o objetivo de reduzir desigualdades regionais e promover o desenvolvimento.
A proposta aprovada foi elaborada em conjunto pela Unit, o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), o Tiradentes Innovation Center (TIC), além da Desenvolve-SE e do IEL. O projeto será executado ao longo de cinco anos, com o objetivo de fomentar startups, atrair empresas de base tecnológica e impulsionar setores intensivos em conhecimento.
Segundo o diretor-executivo do Tiradentes TechPark, professor Denisson Salustiano dos Santos, o TTP será um catalisador da transformação econômica de Sergipe, historicamente dependente de commodities como petróleo e gás. “Queremos impulsionar a transição para uma economia baseada em conhecimento e inovação, fomentando startups, atraindo empresas de alta tecnologia, formando e retendo talentos, e desenvolvendo soluções inovadoras”, afirma.
O TTP atuará com quatro vocações principais: transição energética e descarbonização da economia; biotecnologia aplicada à saúde, bem-estar e agropecuária; tecnologias da informação e comunicação para a indústria 4.0; tecnologias educacionais voltadas ao futuro da educação. A previsão é de que, nos próximos cinco anos, o parque sedie dezenas de empresas locais, nacionais e internacionais, incluindo startups incubadas, scaleups e empresas-âncora.
A estrutura será instalada no Campus Farolândia da Unit, em Aracaju, integrando e ampliando as instalações já existentes do ITP, do TIC e da própria universidade. O parque contará com espaços de coworking, salas de reunião, auditórios equipados, o laboratório de prototipação Tiradentes Fab Lab, além dos laboratórios do ITP e um prédio empresarial dedicado a abrigar empresas residentes.
A governança do parque será compartilhada entre as cinco instituições parceiras. Além do Grupo Tiradentes, a Desenvolve-SE (ligada ao Governo de Sergipe) e o IEL-SE (vinculado à Federação das Indústrias de Sergipe – Fies) terão papel ativo na gestão e na criação de oportunidades no TTP, alinhando estratégias com as demandas do Estado e do setor industrial.
O projeto se apoia na expertise do Ecossistema Tiradentes. O ITP possui patentes em diversas áreas e experiência em gestão tecnológica. O TIC atua com programas de incubação, aceleração, mentorias e parcerias com empresas líderes em tecnologia. Já a Unit forma profissionais qualificados em áreas estratégicas, sendo os alunos protagonistas na geração de tecnologias e negócios inovadores.
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