segunda-feira, 25/03/2024

Sergipe é o Estado mais violento do país, diz estudo

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Sergipe é o Estado  mais violento do país, segundo consta no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com uma alta taxa de homicídios em 2016. Foram 64 mortes para cada 100 mil habitantes. Entre as capitais, Aracaju lidera com 64,5 mortes para 100 mil habitantes, um crescimento  de 19,7% na comparação com 2015, quando foram registradas 57,3 mortes para cada 100 mil. Para a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP) esses números não refletem a realidade e a pasta questiona, ainda, a foram como esses dados são organizados.

Enquanto a  SSP contesta os números, a universitária Gleide Celma Santana Silva, 51 anos, viu, na realidade, a violência destruir a sua família entre 2009 e 2017. E essa trajetória teve uma estranha ironia: em 2009, um irmão dela foi morto por um policial militar. Agora, em 2017 outro irmão de Gleide, desta vez um policial militar, é que foi assassinado. Revoltada, ela não acredita mais nas políticas de segurança pública e nem tão pouco na Justiça, já que o policial militar que matou seu irmão continua solto, apesar de ter sido condenado a 18 anos de prisão. Quanto a pessoa que matou o seu irmão policial, esta foi presa em flagrante.

Gleide Celma teve dois irmãos assassinados
Gleide Celma teve dois irmãos assassinados

Não é somente a morte dos irmãos que revolta Gleide Celma. Moradora num bairro da zona sul da capital, ela estuda à noite em uma universidade particular e tem medo de ser assaltada ou até vítima de latrocínio, tanto no trajeto de ida como de vinda.  E ela tem razão. Sergipe ficou na quinta colocação, com 2.514 latrocínios registrados em 2016.

A SSP, por sua vez, “lamenta a falta de padronização nacional sobre a contagem dos dados a respeito de homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes em confronto com a polícia”.

Segundo a nota da SSP, “apesar dos dados apontarem um aumento de 11,5% no ano de 2016, o trabalho integrado desenvolvido pelos órgãos que compõem a SSP/SE, por meio da análise das manchas criminais, permitiu que na primeira vez em 11 anos conseguíssemos reduzir também essas taxas em 2017. Ou seja, no estado de Sergipe, há o registro de redução de -16,1%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Ou seja, foram 962 homicídios dolosos em 2016 contra 807 em 2017, totalizando 155 vidas que foram salvas em todo o estado. No entanto, esses números apenas serão refletidos na próxima edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será publicada em novembro de 2018”.

Quanto a capital, a SSP diz que  “se consideramos apenas os dados de Aracaju, há o registro de redução de -29,2% até setembro de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ou seja, foram 312 homicídios dolosos em 2016 contra 221 em 2017, totalizando 91 vidas salvas apenas na capital.”

Mas para Gleide Celma e a família,  a justificativa  da SSP  por não concordar com os números do anuário, de nada adiantam, pois não irá  trazer de volta  Marcos Júnior Nogueira de Santana, assassinado no dia 25 de dezembro de 2009, por um policial militar. E também, não trará de volta  o outro irmão dela, o policial militar aposentado, João Nogueira, que atuava como agiota e foi morto por um homem que havia lhe pedido R$ 10 mil emprestado.

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