Negócios da China

Inovação e Cooperação: Oportunidades para o Brasil a partir da China

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Por Daniela Sena (*)

 

No mês de maio, tivemos a honra de realizar, em parceria com o Sistema OCB Nacional e a OCB Rondônia, uma missão empresarial à China com foco em inovação, tecnologia e fortalecimento de parcerias. Recebemos mais de 60 empresários e líderes representantes de cooperativas brasileiras, de 13 estados do país, em uma experiência imersiva e estratégica que demonstrou, na prática, como a aproximação com o mercado chinês pode abrir novos caminhos para o desenvolvimento do cooperativismo e dos negócios no Brasil.

A programação foi cuidadosamente desenhada para oferecer não apenas visitas técnicas, mas também formação estratégica e espaços de conexão entre diferentes setores e culturas. E Sergipe, com seu potencial econômico ainda em crescimento e sua base cooperativista em estruturação, tem muito a se beneficiar de movimentos como esse.

BYD, empresa chinesa líder na produção de veículos elétricos e tecnologias de energia renovável

Visitamos empresas como a BYD, líder global em mobilidade elétrica e referência em sustentabilidade. Com a crescente demanda por soluções de transporte limpas e eficientes, esse setor abre oportunidades tanto para o setor público quanto para cooperativas de transporte e logística em estados como Sergipe, que buscam modernizar sua infraestrutura urbana e promover a inovação no setor.

Na WeRide, conhecemos de perto a revolução dos veículos autônomos — um campo que parece distante, mas que em breve fará parte da pauta de planejamento de mobilidade em várias regiões do Brasil. É essencial que lideranças do setor estejam preparadas para discutir, adaptar e trazer essas tecnologias para suas realidades locais.

Tivemos ainda visitas ao Alibaba Group e à JD.com, dois colossos do e-commerce, tecnologia e big data. Eles nos mostraram que digitalizar não é uma escolha, é uma necessidade urgente. Para o pequeno e médio empresário sergipano, entender como funciona esse novo mundo digital — desde logística até atendimento ao cliente com inteligência artificial — é abrir espaço para competir de forma inteligente, com mais alcance e menos custos.

Na Federação das Cooperativas da China, aprendemos que o modelo cooperativista pode ser moderno, inovador e extremamente eficiente, quando bem estruturado e conectado com políticas públicas e avanços tecnológicos. Isso representa um chamado para as lideranças de Sergipe olharem para o cooperativismo não como uma alternativa, mas como um modelo de desenvolvimento local com potencial real de impacto econômico e social.

Missão empresarial à China: tecnologia, inovação e cooperação em foco

A missão também contou com um curso de Liderança e Gestão na Zhejiang Institute of Economics and Trade, em Hangzhou, oferecendo aos participantes uma visão clara sobre gestão em tempos de transição digital e como alinhar inovação com estratégia.

Fechamos com uma rodada de negócios no escritório da Continental Corporation, também em Hangzhou, reunindo cooperativas da saúde (como a Unimed) e do crédito (como o Sicredi), para discutir diretamente com fornecedores e parceiros chineses questões como certificações, personalização de produtos e logística de importação.

Sergipe está num momento-chave. Um estado com potencial logístico estratégico, vocação para o turismo, produção agrícola diversificada e um setor de serviços que cresce ano após ano. Mas que precisa de mais ferramentas, conexões e visão global para transformar esse potencial em resultados. A China oferece justamente isso: acesso a tecnologias acessíveis, fornecedores competitivos, modelos de gestão modernos e mercados em expansão.

Trazer essas experiências para o estado é também mostrar que é possível pensar grande — e agir local. A internacionalização dos negócios sergipanos não precisa ser um desafio distante. Ela pode começar com passos como esses: viagens técnicas, capacitações estratégicas, troca com outros estados e, acima de tudo, abertura para aprender com quem já percorreu esse caminho.

Mais do que uma viagem, a missão à China foi um sinal claro de que o cooperativismo brasileiro quer inovar, quer crescer — e quer se conectar ao mundo. E Sergipe não pode ficar de fora desse movimento.

 

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Daniela Sena

Daniela Sena, sergipana residente na China, CEO da Continental Corporation, uma entusiasta das relações comerciais internacionais, com foco especial na estratégia entre China e Brasil.

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