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Por Tácio Brito (*)

Hoje em uma conversa com uma amiga, eu a disse que “A ordem sempre nasce do caos”. Expliquei para ela que esse conceito, normalmente encontrado em correntes esotéricas, fala sobre como o caos é um estado primitivo das coisas e sobre como a ordem é um desdobramento de sua existência.

Eu acabei refletindo sobre isso. Observando como as coisas na nossa própria vida se reorganizam após um período de crise e incerteza. Nesses momentos nos encontramos perdidos, ficamos órfãos da nossa necessidade de estar em equilíbrio em um sistema ordenado. Uma necessidade inconsciente de estabilidade, segurança.

Entretanto, após diversas situações e muita reflexão, eu acabei me dando conta que não fazia sentido lutar contra a existência de uma força primordial e reconhecer que ela não é má. Apenas é. Tal qual a própria ordem, que não necessariamente é boa. Ela faz parte da minha existência, é parte importante no meu processo de crescimento enquanto ser humano. Pra ser sincero, a ordem nunca foi o paragono sobre o qual construí minha evolução. Foram justamente as crises que me deixaram mais forte.

Há um conceito em teoria de sistemas que fala que “todo sistema tende a desordem e ao caos”. Ele explica que um sistema, para que seja capaz de resistir a esses pontos de crise, precisa essencialmente ser capaz de readaptar, romper com a estrutura ordenada anterior, ser capaz de explorar novas formas de analisar e atuar nas crises. Ainda que seja uma teoria de sistemas, algo abstrato em termos gerais, o quanto isso nos diz sobre viver?

Ironicamente pessoas ligadas demais a uma necessidade de ordem tendem a sofrer muito mais em situações de entropia. Tão presas ao status quo de suas vidas, sofrem para se adaptarem e permitirem que as mudanças venham. E não há nada que elas possam fazer, pois as mudanças vêm, se instalam, se alastram em todos os campos da nossa vida. Pois viver é mudar.

Diante do pressuposto, aceitar o caos é justamente aceitar mudanças. É preparar-se para passar por provações doloridas, cimentar uma estabilidade sobre um oceano incontrolável. Afinal, a única coisa que podemos fazer diante dele é abraça-lo e ser, por algum tempo, caos também.

Permitir-se aprender para compreender também é parte importante do processo. Quando se compreende, você torna-se capaz de começar a realizar ajustes ali e aqui para que a sua ordem, nova e diferente nasça.

Não se pode ser um ferreiro se você teme o calor do fogo.

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Tacio Brito

Tácio Brito é empresário, consultor de cultura e inteligência artificial, polímata, mestre maçom da ARLS Universitária Sergipe D'El Rey Nº 4703

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