quinta-feira, 25/04/2024

Os cuidados no uso do cartão de crédito

Compartilhe:

Segundo uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito, o SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 26% dos consumidores possuem cheque especial disponível para uso no banco, mas 51% deles não sabem os juros que são cobrados. Nem com o cheque especial, nem com o cartão de crédito, que tem as taxas mais altas do mercado. Por isto é preciso ter muito cuidado, para que eles não se tornem uma armadilha para o seu bolso.

Pode não parecer, mas é bem comum o consumidor entrar no cheque especial e, no mês seguinte, sentir que falta dinheiro na conta. Ou então pagar o mínimo do cartão de crédito e ter muito mais dificuldade para quitar a dívida depois.

Por isto, o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, dá mais detalhes sobre estas duas modalidades. Segundo ele, o cheque especial é aquele dinheiro que o banco coloca à disposição do consumidor e vai além do valor que ele realmente tem na conta, mas o que não pode ser feito é agregar o limite do cheque especial na renda mensal.

“As pessoas esquecem que o nome dele é especial, para ser usado em momentos especiais e com necessidades pontuais. O que acontece é que o brasileiro acabou agregando, muitas vezes, o limite do cheque especial na sua renda mensal e isto só traz problemas.”

Além disso, a taxa para o cidadão poder usar esse serviço é mensal e é cobrada automaticamente no dia que for definido. O grande problema é que esta taxa é muito alta. Só para você ter uma noção, em outubro de 2017, a taxa de juros do cheque especial chegou a cerca de 324% ao ano, ou 13% ao mês. Na prática, funciona da seguinte forma: digamos que você tenha uma dívida inicial de R$ 1.000,00. Depois de 1 mês usando o cheque especial, a dívida passa a ser de R$1.128. Logo após seis meses vai R$2.058 e, em um ano sem pagar, você já deverá para o banco R$4.237. É claro que o banco não vai deixar de cobrar esta dívida, mas, hipoteticamente, se o banco não te cobrasse, em 5 anos, a dívida seria de mais de 1 milhão de reais.

De acordo com o educador financeiro, José Vignoli, com o cartão de crédito não é muito diferente. Segundo ele, quando o consumidor tem um controle exato das finanças, o crédito é uma boa opção por causa da comodidade, acúmulo de pontos, milhas e outros benefícios, mas o problema começa quando o cidadão se descontrola e percebe que não conseguirá pagar o valor total.

As pessoas acabam colocando a culpa do seu descontrole financeiro neste meio de pagamento, o que é uma coisa injusta. O cartão de crédito tem que ser usado com muito cuidado, tem que se ter o controle, tem que se examinar a fatura e dividir, parcelar, aquilo que realmente for necessário. As pessoas acabam fazendo um número excessivo de prestações e acabam não conseguindo pagar a sua fatura integralmente, correndo então os juros e complicando todo o orçamento.”

Entenda como ficaram as novas regras do cartão de crédito:

Com a mudança, o consumidor só poderá permanecer no crédito rotativo até o vencimento da fatura seguinte, impossibilitando, a sua renovação mês a mês de maneira indefinida. Ou seja: o limite do crédito rotativo será de apenas trinta dias. Depois disso, o valor atrasado deverá ser pago ou financiado por meio uma linha de crédito parcelada oferecida pela operadora do cartão, obrigatoriamente com condições melhores do que o parcelado. Na prática, uma dívida com taxas de juros que atualmente podem chegar a 490% ao ano é trocada por uma com taxa média de 160%.

De acordo com o especialista, a saída, então, é se organizar financeiramente. Se você perceber que realmente precisa de ajuda extra com a renda em algum mês, pode pensar em outras possibilidades, como o empréstimo pessoal, que tem a taxa menor que a do cartão de crédito e do cheque especial. Outra alternativa é o empréstimo consignado, que é uma modalidade de empréstimo em que o desconto da prestação é feito diretamente na folha de pagamento ou de um benefício previdenciário do contratante. É válido lembrar que a consignação em folha de pagamento ou de benefício depende de autorização prévia e expressa do cliente à instituição financeira concedente do empréstimo.

Para ajudar a alertar os consumidores a terem maior controle das finanças pessoais, o SPC Brasil e o Meu Bolso Feliz lançaram o novo Indicador de Bem-Estar Financeiro e o aplicativo SPC Consumidor. Por meio desse aplicativo, os brasileiros podem fazer o cálculo do seu próprio bem-estar financeiro e comparar com a média nacional.

Compartilhe:

Sobre Antônio Carlos Garcia

Avatar photo
CEO do Só Sergipe

Leia Também

grupo técnico

Grupo Técnico de Eventos do Governo do Estado se reúne para desenvolver atuação estratégica nos festejos juninos

Sergipe já se prepara para realizar uma programação junina ainda maior e mais estruturada. Nesta …

WhatsApp chat